Questão 1 Comentada - Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (COHAB MINAS) - Advogado - CONSULPLAN (2015)

Muita gente pensa que as palavras têm um sentido fixo e verdadeiro. Entre os defensores dessa tese, os mais sofisticados argumentam em nome de um sentido antigo, supostamente originário. Não deixa de estar implícita nessa tese uma generalização dela, segundo a qual antigamente tudo era melhor (do paraíso antes da queda às línguas antes de Babel). Entretanto, o que melhor se pode saber sobre as línguas decorre da observação cotidiana do que fazem com ela os falantes. E o que os falantes mais fazem com ela é puxá-la para seu lado.

Se se quer entender minimamente uma língua, talvez o melhor caminho seja olhá-la com olhos de sociólogo (em vez de consultar uma gramática ou um dicionário): e o que primeiro se vê é que ela não é (nenhuma delas) uniforme – assim como não o é nenhuma sociedade.
É mais comum que se observe a heterogeneidade de uma língua com base na diversidade de sotaques e de construções gramaticais (de que \'nós vamos\' / \'nós vai\' pode ser uma espécie de símbolo). Mas há tanta variedade de sentidos quanto de pronúncias ou de concordâncias verbais e nominais.
Muitos pensam que, assim, nunca nos entenderemos. Mas é óbvio que não. Se nos entendêssemos, por que existiria a história de Babel?

POSSENTI, Sírio. Disputa de sentidos. Instituto Ciência Hoje. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/d...> .
Acesso em: 11 ago. 2015. Adaptado.


Para o autor, o conhecimento da língua deve advir

  • A da análise de sociólogos, e não de linguistas.
  • B da forma como os falantes usam a língua.
  • C do estudo de dicionários e gramáticas.
  • D do exame de seu sentido originário.