Leia o texto para responder à questão 01.
A questão proposta é a do acaso. Na tradição ocidental, o
tema aparece invariavelmente ligado a um outro, o da razão:
o dos limites e do alcance da racionalidade. Nem seria
errôneo afi rmar que o empenho maior para o pensamento
fi losófi co inaugurado na Grécia antiga resume-se em
querer vencer a sujeição ao acaso. De fato, um dos
traços peculiares ao homem primitivo está em deixar-se
surpreender pelo acaso, em guiar-se pelo imprevisível.
Já o homem racional instaurado pelos gregos entrega-se,
pela primeira vez na história, a esse esforço descomunal e
decisivo para a evolução do Ocidente, de tentar conjurar o
mais possível as peias do acaso, estabelecendo as bases
para um comércio racional do homem com o seu meio
ambiente; mais precisamente: a postura racional passou
a designar, de modo gradativo, um comportamento de
dominação por parte do homem, elaborando racionalmente
as suas relações com a natureza, o homem terminaria
abocanhando as vantagens de ver subordinada a natureza
aos seus desígnios pessoais.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Assinale a opção que apresenta coerência com as idéias do texto e correção gramatical.
- A Seria errôneo afirmar que nem o empenho maior do pensamento filosófico grego sujeitaria-se ao objetivo de querer trocar os limites do acaso pelo alcance da racionalidade.
- B A racionalidade opõe-se ao acaso na medida em que é uma postura culturalmente adquirida, que visa não mais deixar o homem surpreender-se pelo imprevisível, mas ressaltar a supremacia da razão sobre a natureza.
- C Vencer a sujeição ao acaso pode ser considerada uma das errôneas preocupações do pensamento filosófico inaugurado na Grécia; ou seja, ter como propósito superar um dos traços peculiares do homem primitivo.
- D A evolução do Ocidente resulta do esforço descomunal e decidido (do homem racional) de se extirpar o mais possível as teias do acaso, fundamentando a racionalidade no comércio e no meio ambiente.
- E A dicotomia entre o homem que se deixa surpreender pelo acaso e aquele que tenta conjurar o mais possível o imprevisível, guia-se pelo racional, terminando por ganhar as vantagens de designar a natureza a seus arbítrios.