Texto I
Consumo e consumismo: pela consciência em primeiro lugar
Não há como fugir do consumo. Ele representa nossa sobrevivência e não é possível passar um único dia sem
praticá-lo. Precisamos adquirir bens para suprir nossas necessidades de alimentação, vestuário, lazer, educação, abrigo.
Associado ao termo consumo sempre surge a ideia do consumismo e cuja diferenciação não é tão simples quanto
parece. Muito mais do que pessoas que compram muito e adquirem bens que não precisam, o consumismo é um
retrato do modelo atual de sociedade, do desperdício e dos valores que imperam. O consumismo refere-se a um modo
de vida orientado por uma crescente busca pelo consumo de bens ou serviços e sua relação simbólica com prazer,
sucesso, felicidade, que todos os seres humanos almejam, e frequentemente é observada nas mensagens comerciais
dos meios de comunicação de massa.
Em meio às suas rotinas de consumo, as pessoas têm cada vez mais dificuldade em perceber o que é necessário e o
que é supérfluo e avaliar o tamanho do seu consumo. E é natural que o que é essencial para uma pessoa seja dispensável
para outra devido à complexidade e à diversidade do ser humano. Qual é, afinal, o consumo ideal para uma pessoa ou uma
família? Podemos mensurar as necessidades do outro? E seus desejos? Mais do que focar nos consumidores, podemos ter
a percepção do tamanho do consumismo observando o culto ao consumo que impera em todos os meios. O nosso sistema
de produção e toda a engrenagem que alimenta o sistema capitalista são impulsionados pelo consumo excessivo. Basta
verificarmos como produzimos bens para serem pouco usados e logo descartados, com enorme impacto ambiental, gasto
de água, recursos, energia e trabalho humano, para sentirmos como nossos processos não são sustentáveis, por mais que
tentem pintá-los de verde. Enquanto convivermos com o bombardeio publicitário incentivando o consumismo, com a
obsolescência programada não apenas de produtos tecnológicos mas também de pessoas, suas roupas e demais objetos, e
um modelo de produção linear, que produz grande volume de resíduos, estamos vivenciando o consumismo. [...]
Para que as pessoas possam entender como elas vivem em um processo de consumo sem consciência é importante
um entendimento individual acerca das necessidades reais e fabricadas. O condicionamento ao consumo pode acontecer
de várias formas, mas a comunicação mercadológica que chega a homens, mulheres e crianças tem um papel decisivo. Os
modismos chegam por novelas, desfiles, comerciais, incentivando hábitos que não eram comuns a determinado grupo.
E com isso cria-se, então, um consumo que não existia.
Como resistir aos comportamentos consumistas? Quando pensamos na consciência antes do consumo temos como
objetivo justamente entender o que é necessidade para o ser humano hoje. É tirar o foco do consumo e colocar em um
entendimento de nossas necessidades e desejos e nos impactos pessoais, sociais e ambientais de nossas escolhas. Em
meio a suas rotinas estressantes de trabalho, a uma corrida para ganhar dinheiro e pagar as contas no fim do mês,
estamos perdendo a essência da vida. Qual seria um olhar com consciência da relação trabalho e obtenção de renda e
estilo de vida e de consumo? Ocupamos nosso tempo, fazemos tarefas que não gostamos, nos afastamos de nossas
famílias por longas horas para consumir coisas que a gente não precisa ou não precisaria e que são, inclusive, maléficas
à nossa saúde física e mental. Mas estamos mergulhados em uma comunicação mercadológica que diz que aquele item
é importante para que a gente se sinta bem e que pertença a determinados grupos. O consumo é visto como algo que
credencia as pessoas e dá acesso a um mundo ilusório de perfeição e felicidade.
Mais grave ainda é a situação vivida pelas crianças e adolescentes, nos dias de hoje, que crescem em meio a valores
extremamente materialistas e consumistas. Como falar em sustentabilidade se não cuidamos da infância em um sentido
amplo, não oferecemos proteção contra todo tipo de abuso, inclusive a exploração comercial, e a disseminação de
comportamentos insustentáveis? Estamos garantindo as condições para que no futuro as pessoas possam viver com
qualidade.
Comerciais abusivos que falam direto para as crianças, promoções que nos ofertam brindes e descontos tipo leve 6 e
pague 5, campanhas sedutoras e estratégias de venda com profundo conhecimento do comportamento humano.
Armadilhas para um mundo consumista. Conseguir se desvencilhar deste grande emaranhado de recursos que induzem
ao consumismo é hoje uma tarefa que exige um redescobrir do que é o ser humano, do nosso papel, e da nossa condição
acima de “sujeitos-mercadorias”, como coloca o escritor Zygmunt Bauman. Será que conseguimos? Um desafio que
engloba uma tomada de consciência, uma nova comunicação midiática, mudança de valores, educação ambiental e para
o consumo e, sobretudo, uma educação para a vida.
(Disponível em: http://conscienciaeconsumo.com.br/artigos/consumo-e-consumismo-pela-consciencia-em-primeiro-lugar.)
Consumo e consumismo: pela consciência em primeiro lugar
Não há como fugir do consumo. Ele representa nossa sobrevivência e não é possível passar um único dia sem
praticá-lo. Precisamos adquirir bens para suprir nossas necessidades de alimentação, vestuário, lazer, educação, abrigo.
Associado ao termo consumo sempre surge a ideia do consumismo e cuja diferenciação não é tão simples quanto
parece. Muito mais do que pessoas que compram muito e adquirem bens que não precisam, o consumismo é um
retrato do modelo atual de sociedade, do desperdício e dos valores que imperam. O consumismo refere-se a um modo
de vida orientado por uma crescente busca pelo consumo de bens ou serviços e sua relação simbólica com prazer,
sucesso, felicidade, que todos os seres humanos almejam, e frequentemente é observada nas mensagens comerciais
dos meios de comunicação de massa.
Em meio às suas rotinas de consumo, as pessoas têm cada vez mais dificuldade em perceber o que é necessário e o
que é supérfluo e avaliar o tamanho do seu consumo. E é natural que o que é essencial para uma pessoa seja dispensável
para outra devido à complexidade e à diversidade do ser humano. Qual é, afinal, o consumo ideal para uma pessoa ou uma
família? Podemos mensurar as necessidades do outro? E seus desejos? Mais do que focar nos consumidores, podemos ter
a percepção do tamanho do consumismo observando o culto ao consumo que impera em todos os meios. O nosso sistema
de produção e toda a engrenagem que alimenta o sistema capitalista são impulsionados pelo consumo excessivo. Basta
verificarmos como produzimos bens para serem pouco usados e logo descartados, com enorme impacto ambiental, gasto
de água, recursos, energia e trabalho humano, para sentirmos como nossos processos não são sustentáveis, por mais que
tentem pintá-los de verde. Enquanto convivermos com o bombardeio publicitário incentivando o consumismo, com a
obsolescência programada não apenas de produtos tecnológicos mas também de pessoas, suas roupas e demais objetos, e
um modelo de produção linear, que produz grande volume de resíduos, estamos vivenciando o consumismo. [...]
Para que as pessoas possam entender como elas vivem em um processo de consumo sem consciência é importante
um entendimento individual acerca das necessidades reais e fabricadas. O condicionamento ao consumo pode acontecer
de várias formas, mas a comunicação mercadológica que chega a homens, mulheres e crianças tem um papel decisivo. Os
modismos chegam por novelas, desfiles, comerciais, incentivando hábitos que não eram comuns a determinado grupo.
E com isso cria-se, então, um consumo que não existia.
Como resistir aos comportamentos consumistas? Quando pensamos na consciência antes do consumo temos como
objetivo justamente entender o que é necessidade para o ser humano hoje. É tirar o foco do consumo e colocar em um
entendimento de nossas necessidades e desejos e nos impactos pessoais, sociais e ambientais de nossas escolhas. Em
meio a suas rotinas estressantes de trabalho, a uma corrida para ganhar dinheiro e pagar as contas no fim do mês,
estamos perdendo a essência da vida. Qual seria um olhar com consciência da relação trabalho e obtenção de renda e
estilo de vida e de consumo? Ocupamos nosso tempo, fazemos tarefas que não gostamos, nos afastamos de nossas
famílias por longas horas para consumir coisas que a gente não precisa ou não precisaria e que são, inclusive, maléficas
à nossa saúde física e mental. Mas estamos mergulhados em uma comunicação mercadológica que diz que aquele item
é importante para que a gente se sinta bem e que pertença a determinados grupos. O consumo é visto como algo que
credencia as pessoas e dá acesso a um mundo ilusório de perfeição e felicidade.
Mais grave ainda é a situação vivida pelas crianças e adolescentes, nos dias de hoje, que crescem em meio a valores
extremamente materialistas e consumistas. Como falar em sustentabilidade se não cuidamos da infância em um sentido
amplo, não oferecemos proteção contra todo tipo de abuso, inclusive a exploração comercial, e a disseminação de
comportamentos insustentáveis? Estamos garantindo as condições para que no futuro as pessoas possam viver com
qualidade.
Comerciais abusivos que falam direto para as crianças, promoções que nos ofertam brindes e descontos tipo leve 6 e
pague 5, campanhas sedutoras e estratégias de venda com profundo conhecimento do comportamento humano.
Armadilhas para um mundo consumista. Conseguir se desvencilhar deste grande emaranhado de recursos que induzem
ao consumismo é hoje uma tarefa que exige um redescobrir do que é o ser humano, do nosso papel, e da nossa condição
acima de “sujeitos-mercadorias”, como coloca o escritor Zygmunt Bauman. Será que conseguimos? Um desafio que
engloba uma tomada de consciência, uma nova comunicação midiática, mudança de valores, educação ambiental e para
o consumo e, sobretudo, uma educação para a vida.
(Disponível em: http://conscienciaeconsumo.com.br/artigos/consumo-e-consumismo-pela-consciencia-em-primeiro-lugar.)
“Em meio às suas rotinas de consumo,as pessoas têm cada vez mais dificuldade em perceber o que é necessário e o que é supérfluo e avaliar o tamanho do seu consumo." (3º§) No excerto anterior, a ocorrência da crase se dá porque está precedendo um
- A pronome possessivo no plural e, por isso, seu uso é obrigatório.
- B pronome possessivo feminino, e como tal, seu uso é facultativo.
- C pronome possessivo precedido de artigo e, portanto, seu uso é obrigatório.
- D pronome possessivo com valor de pronome adjetivo e, por isso, seu uso é facultativo.
- E pronome substantivo com valor de pronome possessivo e, por isso, seu uso é obrigatório.