O QUE MAIS DÓI
O que mais dói não é sofrer saudade
Do amor querido que se encontra ausente
Nem a lembrança que o coração sente
Dos belos sonhos da primeira idade.
Não é também a dura crueldade
Do falso amigo, quando engana a gente,
Nem os martírios de uma dor latente,
Quando a moléstia o nosso corpo invade.
O que mais dói e o peito nos oprime,
E nos revolta mais que o próprio crime,
Não é perder da posição um grau.
É ver os votos de um país inteiro,
Desde o praciano ao camponês roceiro,
Pra eleger um presidente mau.
(PATATIVA DO ASSARÉ)
O poeta cearense propõe, no poema O que mais dói, uma reflexão que
- A nivela os acontecimentos da vida privada, sentidos como relacionados à má sorte, e de um acontecimento da vida social coletiva, relacionado ao efeito negativo do conformismo diante do poder político.
- B hierarquiza os acontecimentos da vida privada, sentidos como relacionados ao convívio com os outros e consigo mesmo, e um evento da vida social coletiva, relacionado ao caráter incerto das escolhas no exercício da democracia.
- C nivela os acontecimentos da vida privada, sentidos como relacionados à política, e da vida social coletiva, relacionado ao efeito negativo do destino desamparado dos eleitores nordestinos.
- D nivela acontecimentos da vida social coletiva, sentidos como relacionados à má sorte, e de um revés da vida íntima, relacionado ao efeito negativo do conformismo diante do poder do negacionismo científico na política.
- E hierarquiza os acontecimentos da vida privada, sentidos como relacionados à má sorte, e um acontecimento da vida social coletiva, relacionado ao efeito negativo do conformismo diante do poder político.