Questão 12 Comentada - Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - Rio de Janeiro - Analista Judiciário - Arquivologia - FCC (2011)

A liberdade enriquece

A liberdade surge no oceano da economia, de onde se espraia para todos os lugares. Isso é o que imaginava Ludwig von Mises, o arquiteto mais destacado da escola austríaca de economistas neoclássicos. Ele estava errado: a liberdade nasceu no continente da política, mais propriamente como liberdade de expressão - o direito de imprimir sem licença. O parto deu-se pelas mãos do poeta e polemista John Milton, em 1644, no epicentro da Guerra Civil Inglesa entre o Parlamento e a Monarquia. Naquele ano, Milton publicou a Aeropagitica, fonte do mais clássico dos argumentos racionais contra a censura: os seres humanos são dotados de razão e, portanto, da capacidade de distinguir as boas ideias das más. Ludwig von Mises não errou em tudo; acertou no principal. Liberdade não é um artigo de luxo, um bem etéreo, desconectado da economia. A Grã-Bretanha acabou seguindo o caminho preconizado por Milton e se converteu na maior potência do mundo. Os Estados Unidos, com sua Primeira Emenda à Constituição - que proíbe a edição de leis que limitem a liberdade de religião, a liberdade de expressão e de imprensa ou o direito de reunião pacífica -, assumiram o primeiro posto no século XX. Liberdade funciona, pois a criatividade é filha da crítica.

(Trecho adaptado de Demétrio Magnoli. Veja, 22 de setembro de 2010, pp. 80-81)



A última frase do texto

  • A vem confirmar a opinião do autor de que a liberdade se impôs na Inglaterra e nos Estados Unidos por ser decorrente do desenvolvimento econômico dessas nações.
  • B comprova o equívoco cometido pelo economista austríaco, pois liberdade de expressão e sucesso econômico são conceitos que se encontram em campos diferenciados da atividade humana.
  • C pretende demonstrar que o espírito crítico, ainda que associado à liberdade de expressão, nem sempre se mostra suficiente para garantir a estabilidade econômica de uma grande nação.
  • D constitui um fecho coerente de todo o desenvolvi- mento, com base na defesa da capacidade de discernimento dos seres humanos e da importância da liberdade para o sucesso da economia.
  • E conclui objetivamente a teoria, exposta por Ludwig von Mises e complementada pelo poeta John Milton, de que a origem e a importância da liberdade, bem como os valores dela decorrentes, pertencem ao terreno da economia.