Questões de Fonoaudiologia

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Lucas, um menino de 7 anos, está cursando o 2º ano do ensino fundamental em uma escola pública. Sua professora observa que ele enfrenta dificuldades para segmentar palavras em sílabas, identificar rimas e reconhecer sons iniciais de palavras, o que afeta seu desempenho em leitura e escrita. A mãe relata que Lucas apresenta um histórico de atraso na aquisição da fala, mas nunca participou de programas de estimulação precoce. Segundo Muitana e Amato (2022), déficits na consciência fonológica estão relacionados a dificuldades significativas no desempenho acadêmico, impactando leitura, escrita e, em menor grau, matemática, especialmente entre crianças brasileiras no início da escolarização.


Com base no caso apresentado e nas evidências científicas sobre a consciência fonológica, analise as seguintes afirmações e assinale a alternativa CORRETA:

  • A Todos os instrumentos padronizados para avaliar a consciência fonológica disponíveis mundialmente foram desenvolvidos no Brasil e são suficientes para atender às demandas de diagnóstico e intervenção.
  • B Déficits na consciência fonológica são insignificantes para habilidades acadêmicas como leitura, escrita e matemática, mesmo em crianças com transtornos como dislexia e TDAH.
  • C A consciência fonológica possui baixa possibilidade de interferência no desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, sendo superada por habilidades visuais e motoras.
  • D Outras habilidades cognitivas, como memória de trabalho e vocabulário, são os únicos preditores significativos para o desempenho em leitura e escrita. Já a consciência fonológica tem pouca ou nenhuma influência.
  • E Programas de intervenção baseados em atividades de consciência fonológica demonstraram eficácia em melhorar a decodificação de palavras, leitura e compreensão, tanto em crianças típicas quanto em atípicas.

De acordo com o estudo de Oliveira et al. (2018), a exposição prolongada a música amplificada pode causar alterações auditivas, especialmente em jovens que utilizam fones de ouvido em volumes elevados e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que mais de 1,1 bilhão de jovens estão em risco de desenvolver perda auditiva devido à exposição excessiva a ruídos em ambientes recreativos (WHO, 2021).


Essas informações foram passadas durante uma consulta realizada com João, um adolescente de 17 anos que utiliza fones de ouvido diariamente para ouvir música. Ele costuma ouvir por cerca de 3 horas por dia em volume elevado, pois acredita que isso melhora sua experiência musical. Recentemente, começou a perceber um zumbido nos ouvidos após longas sessões de música, mas esse sintoma desaparece depois de algumas horas. Com base nos estudos sobre os riscos reais da exposição prolongada a ruídos e sua relação com a perda auditiva, assinale a alternativa CORRETA sobre os riscos desse hábito.

  • A O uso prolongado de fones de ouvido em volumes elevados pode levar a uma perda auditiva irreversível, pois a exposição contínua ao som intenso danifica as células da cóclea.
  • B Ao contrário do ruído ocupacional, a música amplificada não representa risco à audição, por ser composta por frequências organizadas e harmoniosas.
  • C Apenas sons acima de 130 decibéis podem causar danos auditivos permanentes, e os fones de ouvido não atingem essa intensidade sonora em volumes normais de uso.
  • D O zumbido percebido por João não está relacionado a possíveis danos auditivos, pois desaparece em algumas horas e não afeta sua audição a longo prazo.
  • E Segundo a Organização Mundial da Saúde, os riscos de perda auditiva em jovens devido ao uso de fones de ouvido são mínimos, desde que a exposição diária não ultrapasse 5 horas.

No Brasil, a disartria está entre as alterações neuromotoras de fala mais comuns em pacientes com doenças neurológicas, em especial nos casos de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), que é um dos primeiros sintomas em aproximadamente 25% dos pacientes. Segundo Donneys Valencia et al. (2022), estratégias fonoaudiológicas baseadas em evidências ainda são escassas, mas têm se mostrado fundamentais para melhorar aspectos como a inteligibilidade da fala, controle da zona oral e soluções articulatórias. Diante dessas informações, considere o caso de um paciente de 65 anos que apresenta fala lenta, voz áspera e dificuldades para palavras articulares. Durante a avaliação, foram testadas dificuldades musculares e limitações dos movimentos articulatórios. A história clínica indica um diagnóstico prévio de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).



Com base nos resultados clínicos apresentados e nos tipos de disartria, identifique o diagnóstico fonoaudiológico e marque uma alternativa CORRETA:

  • A Disartria atáxica.
  • B Disartria flácida.
  • C Disartria espástica.
  • D Disartria hipocinética.
  • E Disartria hipercinética.

Maria, 7 anos, foi encaminhada ao serviço de fonoaudiologia por apresentar dificuldades em discriminar sons em ambientes ruidosos, reconhecer padrões rítmicos e perceber semelhanças entre sons verbais. Ela vive em uma área urbana do Brasil, onde, de acordo com Souza e Pereira (2019), cerca de 10% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de transtorno relacionado ao processamento auditivo central (PAC) (Souza; Pereira, 2019). A mãe relatou que Maria nunca teve contato com instrumentos musicais ou aulas de música.


Com base no caso apresentado e nos conhecimentos sobre treinamento musical e processamento auditivo, analise as proposições abaixo:



I- A prática musical beneficia habilidades de figura-fundo, fundamentais para a percepção de sons em ambientes ruidosos.


II- O treinamento musical desenvolve a plasticidade cerebral, promovendo o aprimoramento da percepção de padrões rítmicos e melódicos.


III- Crianças com treinamento musical não apresentam diferenças significativas em respostas neurais a estímulos sonoros em ambientes ruidosos.


IV- O treinamento musical só é eficaz em crianças com experiências prévias com instrumentos musicais.



É CORRETO o que se afirma apenas em:

  • A III e IV.
  • B I, II e III.
  • C II e III.
  • D I e II.
  • E I e IV.

Lucas, 27 anos, procura atendimento fonoaudiológico devido à percepção de dificuldades na fluência da fala em contextos de interação social. Durante a anamnese, relata maior fluidez ao cantar e ao utilizar aplicativos que alteram o feedback auditivo, além de referir esforço excessivo ao falar em situações formais. A avaliação identificou predominância de bloqueios e pausas frequentes na fala espontânea. Com base no Modelo Pré-Motor Duplo (Alm, 2006), foi possível associar o controle temporal da fala de Lucas aos sistemas pré-motores medial e lateral, conforme o contexto de produção comunicativa.



Com base no caso e nas informações teóricas sobre o tema, analise as alternativas abaixo e marque a CORRETA.

  • A A avaliação fonoaudiológica da fluência deve priorizar a identificação de rupturas e nos cálculos de velocidade da fala, sem considerar aspectos motores, auditivos e vocais como fundamentais.
  • B O sistema pré-motor lateral é responsável pelo controle da fala espontânea, enquanto o sistema pré-motor medial regula a fala sob estímulos externos, como metrônomos.
  • C O sistema pré-motor medial controla exclusivamente os movimentos articulares automáticos e não possui relação com a fala espontânea.
  • D Alterações na fluência não estão relacionadas a déficits no processamento auditivo temporal.
  • E A fluência da fala requer uma integração complexa entre os sistemas linguísticos, cognitivos e motores, sendo influenciada por condições específicas que modulam a neurofisiologia da fala.