Prova do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região - Mato Grosso do Sul - Analista Judiciário - FCC (2017) - Questões Comentadas

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Diante das informações que habitualmente nos oferecem os jornais e os noticiários, devemos, segundo o autor do texto,

  • A considerar como fatos efetivos apenas aqueles que ganham igual dimensão em todos os veículos.
  • B imaginar que os interesses existentes na divulgação dos fatos acabam por destituí-los de importância.
  • C interpretar as notícias de modo a excluir delas o que nos pareça mais problemático ou inverossímil.
  • D ponderar que tais informações são construídas a partir de um ponto de vista necessariamente particular.
  • E avaliar os fatos noticiados segundo o ângulo que melhor se afine com os nossos valores pessoais.

Têm sentido próximo ou equivalente, no contexto da argumentação desenvolvida, os segmentos

  • A a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações / o ângulo pelo qual o fato se apresenta
  • B desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise / reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta
  • C Submetermo-nos à visada do jornalista / averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política
  • D tomar a notícia como espelho fiel da “realidade” / O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem
  • E os propalados e indiscutíveis “fatos” / como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva

Considere este segmento do texto:

Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia [...] é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise [...]

Está inteiramente clara, coerente e correta esta nova redação dada ao segmento acima:

  • A Caso não nos desfazermos da nossa capacidade de analisar, nos inclinaremos diante do olhar próprio do jornalista que deu a notícia.
  • B Se aceitarmos inteiramente a perspectiva de quem redigiu a notícia, não nos valeremos de nossa própria faculdade de interpretá-la.
  • C Quem se compraz a ver uma reportagem do ângulo jornalístico, acaba por renunciar à possibilidade de compreendê-lo a partir de si mesmo.
  • D À medida em que nos curvamos pelo poder de quem noticia, deixamo-nos de avaliar por nós mesmos nossa capacidade de análise.
  • E Estaremos divergindo da nossa possibilidade de interpretar, caso nos deixássemos levar pelo ângulo das notícias com que nos submetemos.

Observam-se plenamente as normas de concordância verbal e a adequada articulação entre os tempos e os modos na frase:

  • A Caso atinássemos com o fato de que é pela perspectiva autoral que se produz as notícias, não seremos tentados a confundir uma reportagem com a realidade mesma.
  • B Quando passarmos a analisar não apenas os fatos noticiados, mas o ponto de vista que neles se incutiram, estamos interpretando também a perspectiva pela qual se enunciaram.
  • C Fará parte do processo de leitura das notícias de um jornal, se não quisermos ser manipulados pela interpretação já inclusa, o reconhecimento do ponto de vista de quem as redigiu.
  • D Se houvéssemos acreditado que a responsabilidade dos fatos noticiados cabiam aos indivíduos nomeados, teremos de inculpar os inocentes e inocentar os culpados.
  • E O que costumamos chamar de “compreensão do mundo” não seria senão confundir o que se traduzem nas palavras com os fatos que efetivamente ocorreriam.

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

  • A O bom leitor, em cuja atenção um texto depende para ser bem compreendido, não hesita de reconhecer a perspectiva de quem redige uma notícia.
  • B Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca lhe escapa a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem as elaborou.
  • C Falta à muita gente o cuidado essencial de detectar numa notícia não apenas o que ela diz, mas sobretudo o modo ao qual ela se determina retratar uma situação.
  • D A interpretação de uma notícia, aonde o bom leitor deve estar comprometido, é fundamental para que não sejamos levados à imaginar que tudo o que se publica é uma verdade definitiva.
  • E Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras.