Questões de Urbanização (Geografia)

Limpar Busca

Examine a seguinte passagem:

No urbano, para atender os preceitos do desenvolvimento sustentável, criam-se parques, coletam-se os recicláveis separadamente, implantam-se programas de educação ambiental e, enquanto isso, os rios são canalizados e recobertos para a construção de avenidas de fundo de vales, impermeabilizando-se o solo com edificações e asfalto em ruas, avenidas e estradas. Os promotores imobiliários são considerados protetores do meio ambiente, em projetos de empreendimentos de edificações em condomínios e loteamentos fechados murados, mesmo quando as normas ambientais e de uso do solo não são cumpridas.

(Arlete M. Rodrigues, “A matriz discursiva sobre o meio ambiente: produção do espaço urbano – agentes, escalas, conflitos”. In: Ana Fani A. Carlos et al. (orgs.), A produção do espaço urbano – agentes e processos, escalas e desafios, 2001. Adaptado)

A dimensão paradoxal apresentada nessa passagem do texto reflete

  • A a ação segmentada e fragmentada do Estado na execução do planejamento urbano e ambiental, com a proposição de resolver problemas que são inerentes ao modo de produção.
  • B a ausência de conflitos socioambientais imediatos nas cidades brasileiras, pois o Estatuto da Cidade preconizou o conceito de cidade sustentável como um instrumento que passou a integrar o imaginário social.
  • C que o esgotamento e a poluição das riquezas naturais são uma realidade em toda a rede urbana, tal condição decorre da falta de instrumentos de gestão urbana, como a Agenda 21, para a cidades brasileiras.
  • D a necessidade de pensar e repensar a produção do espaço urbano e as desigualdades socioespaciais nas cidades, pois as consequências da crise ambiental atingem com mais intensidade à população vulnerável.
  • E a aplicação da função social da cidade e da propriedade, que assegura o direito à cidade, voltada à transformação na produção do espaço urbano para aprimorar o padrão de vida da população.

Para a população de mais baixa renda ou mesmo nenhuma renda, morar na periferia da região metropolitana paulistana não é uma opção, é contingência, necessidade de sobrevivência. Essa população, em geral, acaba ficando prisioneira nesse espaço, impossibilitada de locomover-se e acessar as possibilidades na metrópole, por falta de recursos para circulação, associada muitas vezes à falta de capacitação profissional. A essa população ainda é imputada a culpabilidade por todo tipo de problemas urbanos existentes no local: ocupação irregular, violência urbana, degradação do meio ambiente etc. Mudar essa situação pressupõe ter acesso a localizações que concentram as possibilidades de empregos e ou atividades informais que permitam minimamente a sobrevivência.

(Glória da Anunciação Alves. A mobilidade/imobilidade na produção do espaço metropolitano. In: Ana Fani Alessandri Carlos; Marcelo Lopes de Souza; Maria Encarnação Beltrão Sposito (Org.). A produção do espaço urbano: agentes, processos, escalas e desafios. Contexto, 2011. Adaptado)

O texto expressa o conceito de

  • A autossegregação socioespacial.
  • B gentrificação urbana.
  • C mobilidade descendente espacial.
  • D mobilidade social.
  • E segregação socioespacial.

Segundo o censo demográfico de 2022, 87,4% da população brasileira residem em áreas urbanas e 12,6% em áreas rurais. Entre 2010 e 2022, em áreas urbanas, a população passou a crescer no ritmo de 0,82% ao ano, enquanto em áreas rurais o ritmo foi de retração da população, chegando a -1,27%, fato que denota a tendência de diminuição do ritmo de crescimento da população brasileira.

Agência IBGE Notícias. Censo 2022: 87% da população brasileira vive em áreas urbanas. Gov.br, 2024. Adaptado. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-denoticias/noticias/41901-censo-2022-87-da-populacao-brasileira-vive-emareas-urbanas. Acesso em: 14 abril 2025.

Os dados do censo de 2022 demostram que

  • A as oportunidades de acesso à terra, a mecanização da agricultura e as interações sociais oferecidas nas áreas rurais fidelizaram as pessoas que lá moram.
  • B as oportunidades de emprego, de acesso a saúde e educação e as interações sociais oferecidas pelas cidades continuaram atraindo as pessoas que moram em áreas rurais.
  • C as oportunidades de acesso à terra, de emprego e a mecanização da agricultura oferecidas nas áreas rurais continuaram atraindo as pessoas que moram nas cidades.
  • D a diminuição do ritmo de crescimento da população brasileira ocorreu porque a população urbana diminuiu.
  • E o aumento do ritmo de crescimento da população brasileira ocorreu porque a população rural aumentou.

No Brasil, a partir de 1950, o crescimento de algumas cidades se intensificou. Com isso surgiram novos problemas e aqueles que já existiram aumentaram. Assinale a alternativa CORRETA sobre a urbanização.

  • A A fumaça liberada por automóveis e fábricas contém impurezas que se misturam ao ar e prejudicam a saúde dos seres vivos.
  • B A promoção da melhoria da qualidade de vida nas grandes cidades, por meio de ações, é responsabilidade exclusiva do Estado.
  • C O aumento do número de pessoas que trabalham no comércio formal é decorrente do crescimento do subemprego em algumas cidades.
  • D O esgoto é a água tratada das casas misturada aos dejetos dos animais e detergentes, jogados diretamente no mar ou nos rios.
  • E O lixo, em poucas cidades, é recolhido e despejado em lixões, que ficam em terrenos distantes dos centros atraindo ratos e insetos.

Analise o seguinte excerto:

As grandes cidades buscam adaptar-se às demandas da economia mais moderna, adequando o seu espaço construído às respectivas exigências. Isso, porém, atinge apenas uma pequena parcela do território urbano, mesmo porque os respectivos custos são muito altos, enquanto o resto da grande cidade mostra uma grande variação quanto à modernidade das infraestruturas disponíveis. (Milton Santos e Maria Laura Silveira, O Brasil – território e sociedade no início do século XXI, 2001)

De acordo com o excerto, o espaço urbano das grandes cidades é

  • A contraditório, uma vez que os circuitos superiores da economia urbana estão interligados à infraestrutura urbana e à especulação imobiliária.
  • B um reflexo das condições sociais, devido às verticalidades produzidas pelo processo de globalização, que promovem o bem estar socioambiental à população na periferia espacial.
  • C articulado, em razão das horizontalidades seletivas no sistema de infraestrutura urbana para formar áreas conurbadas nos centros metropolitanos.
  • D um espaço simbólico de luta, dado que os circuitos inferiores da economia urbana promovem à gentrificação e à segregação socioespacial.
  • E fragmentado, em consequência da presença de semoventes que permite o acesso à rede de infraestrutura e aos serviços públicos para a população.