Questões de Teóricos da Comunicação (Publicidade e Propaganda)

Limpar Busca

Alguns autores afirmam que a publicidade obtém êxito quando é capaz de contribuir para que consumidores consigam transitar entre diferentes níveis de comunicação: desconhecimento, conhecimento, compreensão, convicção, ação. A partir da identificação do estágio em que ele se encontra, há o esforço para levá-lo a um mais avançado, a partir de mensagens específicas.

Sobre esses cinco níveis de comunicação regularmente descritos na literatura da área, verifica-se que

  • A o desconhecimento é um estágio terminal, que não pode ser ultrapassado.
  • B a compreensão é a base mínima em que se busca a identificação do produto.
  • C a ação é o estágio inicial de busca por reconhecimento da marca e da embalagem.
  • D a convicção é o estágio no qual o consumidor acrescenta motivações emocionais.
  • E o conhecimento é a etapa em que o consumidor ainda não ouviu falar do produto.

A Teoria Hipodérmica é um modelo da teoria da comunicação que busca entender qual efeito a mídia tem em uma sociedade de massa.

De acordo com essa teoria,

  • A a parcela do público que passa mais tempo diante da televisão está mais propensa a ser “atacada” por mensagens.
  • B todas as pessoas que fazem parte do público de massa são pessoal e diretamente “atacadas” pela mensagem.
  • C o apelo midiático funciona melhor com o público infantil e não funciona com o público adulto.
  • D particularidades sociais e políticas determinam a forma como uma mensagem é recebida.
  • E particularidades religiosas ou históricas determinam a forma como uma mensagem é recebida.

Ao tratar do enunciado como unidade da comunicação discursiva, Mikhail Bakhtin diz, em Estética da criação verbal, que “o falante não é um Adão”.

O que o autor quis dizer com essa afirmação?

  • A O enunciado é um elo na cadeia da comunicação discursiva e não pode ser separado dos elos precedentes e subsequentes dessa cadeia.
  • B Há enunciados que respondem aos enunciados de outros que o antecederam, outros não; estes rompem um elo na cadeia da comunicação discursiva.
  • C O falante está relacionado com “objetos virgens”, ou seja, ainda não nomeados, e a tais objetos dá nome pela primeira vez.
  • D O enunciado tem autoria e destino; a autoria é de um sujeito falante relacionado com o gênero feminino, enquanto o destinatário pode ser qualquer participante-interlocutor.
  • E O objeto do discurso do falante, seja esse objeto qual for, torna-se pela primeira vez objeto do discurso em um dado enunciado.
TEXTO 1
Durante séculos, a situação da escrita foi de tal ordem que a um reduzido número de escritores correspondia um número de vários milhares de leitores. No início do século passado, verificou-se uma mudança nessa situação. Tudo isso começou com a imprensa diária, ao abrir aos leitores o seu “correio”. Atualmente, a situação é tal que quase não deve haver um europeu, inserido no mundo do trabalho, que não tenha tido possibilidade de publicar uma experiência laboral, uma reclamação, uma reportagem ou algo afim. Assim, a diferença entre autor e público está prestes a perder o seu caráter fundamental.
BENJAMIN, W. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. In: LIMA, L. C. Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (adaptado).

TEXTO 2
Filmando em estúdios de garagem, reproduzindo efeitos especiais em computadores domésticos e pegando músicas de CDs e de arquivos MP3, os fãs criaram novas versões da mitologia de Guerra nas Estrelas (1977). A circulação amplamente difundida de bens relacionados à Guerra nas Estrelas disponibilizou recursos a uma geração emergente de cineastas adolescentes e jovens. Guerra nas Estrelas tornou-se a “lenda” deles, e agora eles estão determinados a reescrevê-la a seu modo. JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2003 (adaptado).


A liberação do polo de emissão na criação e circulação de conteúdos abordada nos textos traz impactos para a comunicação publicitária. A esse respeito, assinale a opção correta.
  • A O fenômeno da remixagem, como o caso de Guerra nas Estrelas, não se aplica a conteúdos publicitários, pois estes estão sob o controle do emissor, que planeja e financia sua veiculação em meios digitais.
  • B A cultura participativa e a experiência dos fãs, fenômenos presentes desde o início da formação da sociedade de massas, foram potencializados pela cibercultura, pois intensificou a relação entre o público e a obra.
  • C O comportamento de fã e o desejo de participar da construção das narrativas das marcas são fenômenos restritos ao público jovem, uma vez que outros públicos permanecem consumindo segundo a lógica massiva.
  • D As empresas, ao permitir a participação dos consumidores na criação e recriação de conteúdos midiáticos, estão abrindo mão do controle sobre os sentidos e as percepções de suas marcas e produtos.
  • E O planejamento de comunicação de uma marca não considera as experiências fora dos espaços oficiais — como a produção de fãs na internet, memes e fan fictions —, pois não há ferramentas de acompanhamento disponíveis na atualidade.
TEXTO 1
Como os meios de massa são sustentados pelos interesses das grandes firmas que se engrenam no presente sistema econômico e social, os media contribuem para a manutenção deste sistema. Esses meios não somente continuam a afirmar o status quo, mas também, na mesma medida, deixam de levantar questões essenciais sobre a estrutura da sociedade. Portanto, levando ao conformismo e fornecendo pouca base para uma apreciação crítica da sociedade, os mass media, patrocinados comercialmente, restringem indireta mas efetivamente o desenvolvimento consciente de uma visão genuinamente crítica.
MERTON, R.; LAZARSFELD, P. Comunicação de massa, gosto popular e organização da ação cultural. In: LIMA, L. C. Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

TEXTO 2
A representatividade de mulheres negras como protagonistas em comerciais de TV vive um momento de estagnação, enquanto o cenário para os homens negros já indica retrocessos. A conclusão é de uma pesquisa da agência Heads Propaganda e da ONU Mulheres que aponta ainda mais ausência de representatividade de pessoas negras quando analisados anúncios que envolvem idosos ou são veiculados em programas infantis.
Com base em 3 133 propagandas de TV analisadas, o estudo concluiu que, quando os homens são protagonistas, eles são brancos em 84% dos casos, e negros em 7%. Em outros 9% dos comerciais, esses homenssão de várias etnias. No caso das mulheres, as brancas ocuparam 74% dos papéis principais, enquanto as negras, 22%, e as mulheres de várias etnias, 4%.
Realizada desde julho de 2015, a pesquisa aponta que a representação de mulheres negras como protagonistas cresceu até julho de 2017, mas estagnou desde então. Em julho de 2018, o percentual chegou a atingir 25%, mas caiu para 17% em fevereiro de 2019 e voltou a subir para 22% em fevereiro de 2020.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-12/diversidade-racial-napublicidade-vive-estagnacao-indica-pesquisa. Acesso em 28 jun. 2022 (adaptado).

Com relação à perspectiva funcionalista, às funções sociais dos meios de comunicação e à representatividade étnica na publicidade, assinale a opção correta.
  • A O crescimento da representatividade das mulheres negras na publicidade é consequência de um sistema econômico que tende a representar todo grupo potencialmente consumidor.
  • B O crescimento da representatividade das mulheres negras na publicidade observado nos últimos anos reflete a estrutura da sociedade, uma vez que tal grupo é quantitativamente relevante.
  • C A baixa representatividade das pessoas negras na publicidade se caracteriza como uma função dos meios de comunicação, que contribui para o funcionamento equilibrado do sistema social.
  • D A baixa representatividade das pessoas negras na publicidade é consequência da crítica ao mau funcionamento do sistema social por parte dos meios de comunicação comercialmente interessados.
  • E A baixa representatividade das pessoas negras na publicidade é causada pela tendência dos mass media a não estimular a reflexão crítica, o que contribui para a manutenção do sistema social.