Os verbos intransitivos da gramática da Língua Portuguesa são aqueles que dispensam complemento porque, sozinhos, conseguem dar sentido à frase. Por isso, são capazes de formar o predicado sem necessidade de outro termo.
Um exemplo de frase com verbo intransitivo é “Davi nasceu”. Percebe-se que o verbo da frase possui sentido completo, pois entende-se que alguém nasceu. Por isso, é um caso de verbo intransitivo.
Como identificar os verbos intransitivos?
Os verbos intransitivos normalmente apresentam uma ação e aceitam pontuação após o verbo.
Em determinados contextos, os verbos intransitivos podem aparecer acompanhados de algum adjunto adverbial. Um exemplo é a frase “Marina nasceu ontem”, que possui o complemento “ontem” (adjunto adverbial de tempo) para explicar quando Marina nasceu.
O adjunto adverbial funciona como uma informação a mais, acrescentada à frase. Por isso, não é um termo obrigatório, atuando, somente, como acessório.
Confira, abaixo, algumas frases contendo verbos intransitivos e adjuntos adverbiais:
Verbo casar
- Beatriz com certeza casará. (Com certeza = adjunto adverbial de afirmação)
- Joice nunca casará. (Nunca = adjunto adverbial de negação)
- Filipe casará em breve. (Em breve = adjunto adverbial de tempo)
- Daniel casará aqui. (Aqui = adjunto adverbial de lugar)
Verbo chorar
- A criança chorou muito. (Muito = adjunto adverbial de intensidade)
- A criança chorou devagar. (Devagar = adjunto adverbial de modo)
- A criança chorou todos os dias. (Todos os dias = adjunto adverbial de frequência)
Verbo nascer
- Meu sobrinho nasceu de manhã. (Manhã = adjunto adverbial de tempo)
- Meu sobrinho nasceu rapidamente. (Rapidamente = adjunto adverbial de modo)
- Meu sobrinho nasceu em um bom hospital. (Hospital = adjunto adverbial de lugar)
Principais verbos intransitivos
- Brincar: Pedrinho chamou os amigos para brincar.
- Cair: A árvore podre caiu.
- Casar: Dalva vai se casar.
- Chegar: Camila ainda não chegou.
- Chorar: Chega de chorar!
- Dormir: Chega de dormir!
- Levantar: O gigante levantou.
- Morrer: O cachorrinho morreu.
- Nascer: Minha neta nasceu!
- Proceder: As reclamações procederam.
- Sofrer: Chega de sofrer!
- Viver: As pessoas vivem ansiosas.
- Voltar: Meu irmão ainda não voltou.
Qual verbo precisa de complemento?
Ao contrário dos verbos intransitivos, que não precisam de complemento para dar sentido à frase, os verbos transitivos necessitam de complemento.
Dentre os verbos transitivos existem subclassificações como Verbos Transitivos Diretos (VTD), Verbos Transitivos Indiretos (VTI) e Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI).
Verbos Transitivos Diretos
Apesar de precisarem de um complemento para desenvolver um sentido lógico, os verbos transitivos diretos não exigem preposição junto ao complemento.
Exemplos:
- Li o livro de Carlos Drummond de Andrade. (Li o quê? O livro de Carlos Drummond de Andrade.)
Quem lê, lê algo, portanto o complemento se faz necessário.
- A chuva causou estragos. (A chuva causou o quê? Estragos.)
A chuva causou alguma coisa e essa coisa precisa ser mencionada (estragos).
O que são verbos?
Verbos são palavras que expressam uma ação (correu), estado (mora) ou fenômeno da natureza (choveu). São termos importantes para a gramática.
Um verbo pode sofrer variações de flexão de acordo com modo, número, pessoa, tempo e voz.
Os verbos podem ser conjugados em três formas principais: a 1.ª conjugação (com verbos terminados em “ar”), a 2.ª conjugação (com verbos terminados em “er”) e a 3.ª conjugação (com verbos terminados em “ir”).
Estrutura dos verbos
Uma forma verbal pode apresentar elementos específicos de acordo com a sua estrutura, tendo:
Radical: parte essencial do verbo, compõe a parte invariável da palavra.
Exemplo:
Entender / Entendo / Entenderam (radical = entend)
Tema: é o radical (conforme explicação acima) acompanhado de uma vogal (vogal temática), que indicará a conjugação verbal.
São três as conjugações verbais, sendo elas:
- 1° – Vogal Temática – A – (cantar)
- 2° – Vogal Temática – E – (correr)
- 3° – Vogal Temática – I – (dirigir)
Vozes verbais
As vozes verbais podem ser classificadas em ativa, passiva e reflexiva.
Voz ativa: o sujeito pratica a ação, sendo um sujeito agente.
Voz passiva: o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo, sendo um sujeito paciente.
Voz reflexiva: o sujeito pratica e também sofre a ação do verbo.
Tempos verbais
Os verbos podem ser indicados pelos seus momentos de acontecimentos. Para isso, existem os tempos verbais, que indicam passado, presente e futuro. Esses tempos podem ser simples ou compostos.
O tempo Presente indica que o fato ocorre no momento da fala, como na frase “Gabriela está estudando”.
O Pretérito, também chamado de passado, faz referência ao que aconteceu antes da fala. Ele pode ser:
Imperfeito: quando expressar um fato ocorrido porém inacabado, como na frase “Clara tomava banho, quando sua mãe a chamou”.
Perfeito simples: quando indicar que um fato começou em um determinado momento anterior ao da fala e que foi totalmente concluído, como na frase “João revisou todo o assunto da prova ontem à noite”.
Perfeito composto: quando indicar que um fato teve início em um momento anterior ao da fala, mas que não foi concluído, como na frase “Camila tem estudado muito para a prova”.
Mais que perfeito: quando expressar que um fato ocorreu antes de outro já ter terminado, como na frase “Quando cheguei, a aula já tinha começado”.
O tempo futuro é aquele que faz referência ao que ainda não ocorreu. Ele pode ser:
Presente simples: quando fizer referência a algo que deve ocorrer em um futuro próximo ao momento da fala, como na frase “Inácio estará de folga amanhã”.
Futuro do presente composto: quando expressar um fato que deve ocorrer após o momento da fala, mas concluído antes de outro fato futuro, como na frase “Antes de colocar o almoço, as crianças já estavam sentadas à mesa”.
Futuro do pretérito simples: quando fizer menção a um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato pretérito, como na frase “Se Helena tivesse dinheiro, mudaria de país”.
Futuro do pretérito composto: quando indicar um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um fato do passado, como na frase “Se Jorge tivesse se esforçado mais, ela teria passado no vestibular”.