Resumo de Biologia - Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença infecciosa (congênita ou adquirida) causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes de gatos e outros felinos. Por esse motivo, a toxoplasmose também é conhecida popularmente como “doença do gato”. 

Essa é uma doença considerada assintomática. No indivíduo com o sistema imunológico fortalecido, o parasita pode permanecer inativo por muito tempo. Estima-se que 50% da população mundial está infectada com toxoplasmose latente, mas sem manifestar sintomas.

Quando evoluem, os sintomas mais comuns são: dores no corpo e na cabeça, febre, cansaço e inflamação nos linfonodos. Em indivíduos com o sistema imunológico enfraquecido, a doença pode se estender para o coração, os pulmões e o cérebro, ocasionando manchas na pele, convulsões e confusão mental.  

Transmissão

Resumidamente, o ciclo do Toxoplasma gondii acontece da seguinte forma:

O parasita pode crescer nos tecidos de vários tipos de animais, contudo ele só produz os seus ovos (ovócitos) nas células que revestem o intestino dos gatos. Os ovos são depositados nas fezes do felino e após aproximadamente cinco dias já podem causar a infecção.

Animais como pássaros, roedores, ovelhas, bois e porcos podem consumir água, alimentos e matérias que tiveram contato as fezes do gato contaminado. Os ovos se transformam em taquizoítos (parasita móveis) que se disseminam nos tecidos dos animais e formam cistos.

Os humanos também podem ingerir os ovos do parasita após tocarem em areia para gatos e depois levarem as mãos à boca, sem lavá-las. Raramente, o parasita é transmitido por transfusão sanguínea ou por órgão transplantado de uma pessoa infectada.

Como a toxoplasmose não é contagiosa, a infecção é adquirida via oral em situações como:

  • Consumo de alimentos crus e mal higienizados, que estejam contaminados com fezes de gatos;
  • Consumo de carne crua ou malcozida de hospedeiros intermediários, isto é, animais como porco, boi e carneiro que ingerem indiretamente o parasita;
  • Ingestão de água, frutas e verduras contaminadas;
  • Contaminação de mãe para filho na gravidez.

Tipos de toxoplasmose e sintomas

A toxoplasmose pode ser classificada em cinco tipos:

Toxoplasmose febril agudaessa é a forma mais comum da doença e o indivíduo infectado geralmente não apresenta sintomas, logo não precisa ser tratado. Mas quando a toxoplasmose se manifesta o paciente apresenta febre, manchas na pele, tosse seca e dor muscular.

Os sintomas mais comuns da forma aguda são: exantema (erupções na pele) generalizado, pneumonia difusa, mialgia, artralgia e hepatite discreta. 

Linfadenite toxoplásmica – tal disfunção caracteriza-se pelo aumento no tamanho, consistência e quantidade de nódulos linfáticos da região cervical. Os sintomas mais frequentes são: mal-estar, dores musculares, anemia discreta, pressão baixa e baixa quantidade de leucitos.

Toxoplasmose ocular – esse tipo de infecção ocorre na forma de coriorrentinite, um processo inflamatório que envolve o trato uveal do olho. A condição crônica pode se manifestar logo após o nascimento do bebê ou nos primeiros anos da infância, causando graves danos aos olhos.

Já a infecção adquirida, que é mais comum que a congênita, causa aos pacientes sintomas parecidos aos de uma gripe: mal-estar, febre baixa e linfonodos aumentados. Casos mais graves podem ocasionar uma inflamação dentro do olho, sendo capaz ou não de causar baixa visão.

Toxoplasmose neonatal a infecção também pode acometer bebês ainda no útero da mãe, variando de assintomática à letal. Os principais problemas causados na criança são: nascimento pré-maturo, baixo peso e complicações no coração, no fígado, nos olhos e nos pulmões.

Toxoplasmose disseminada – esse tipo da doença geralmente acomete pacientes com o sistema imunológico fraco (com AIDS, transplantados ou que usem imunossupressores), o que causa erupções cutâneas, febre alta, calafrios e fadiga extrema.

Há também outras complicações como encefalite, hepatite, pneumonite, miocardite, meningoencefalite, convulsões, tremores, cefaleia, confusão mental e até coma. A forma aguda da doença age como uma infecção oportunista, causando principalmente danos ao cérebro.

Tratamento e prevenção

O tratamento varia de acordo com o tipo de infecção, mas em geral é feito com o uso de antibióticos. Por exemplo, pacientes que possuem a doença assintomática e são saudáveis, o tratamento não é obrigatório. No caso de paciente sintomáticos como gestantes e imunodeficientes, o tratamento é indispensável.

Não ingerir carne crua ou malpassada é principal forma de prevenção. Mas além dela existem outras também importantes. Confira:

  • Lavar bem as mãos com água e sabão depois de manusear carnes e vegetais;
  • Higienizar bem utensílios de cozinha como facas, tábuas, colheres, escorredores, que geralmente são utilizados no preparo de alimentos;
  • Evitar contato com as fezes de gatos ou de outros felinos. Quando for impossível, utilizar luvas para limpar a caixa de areia de gatos;
  • Habituar os gatos a comerem somente ração, isso evita que eles cacem animais como pássaros e roedores (possíveis hospedeiros intermediários);
  • Orientar as crianças a não brincarem em áreas livres de recreação com areia, pois podem abrigar resíduos de fezes de animais infectados.