Resumo de Biologia - Relações Desarmônicas

Relações Desarmônicas são aquelas que geram algum tipo de dano ou prejuízo a pelo menos um dos seres vivos envolvidos. Fazem parte das chamadas relações ecológicas, que consistem nas interações que ocorrem entre os organismos da mesma espécie e de outras para a sobrevivência e reprodução. Além das desarmônicas, existem também as relações ecológicas harmônicas.

Apesar de prejudiciais para determinado ser vivo, as relações desarmônicas são importantes para o contexto ecológico, à medida que são responsáveis pelo equilíbrio em determinado ecossistema, bem como do controle das populações que pertencem a um mesmo biótipo.

Conheça agora as principais relações desarmônicas que ocorrem no meio ambiente.

Tipos de relações desarmônicas

Antes de conhecer as relações desarmônicas, vale destacar que, de maneira geral, as relações ecológicas, tanto harmônicas como desarmônicas, podem ser classificadas de acordo com o nível de interdependência em:

  • Intraespecíficas ou homotípicas: com seres da mesma espécie.
  • Interespecíficas ou heterotípicas: com organismos vivos de espécies diferentes.

Veja agora alguns tipos de relações desarmônicas.

Canibalismo

Classificado como intraespecífico, o canibalismo ocorre quando um indivíduo se alimenta de outro da mesma espécie. É considerado um mecanismo de controle da população ou ainda como forma de garantir o aporte genético.

Um exemplo de canibalismo é o que ocorre com os peixes guppies de aquário. Essa espécie regula o tamanho da sua população alimentando-se dos próprios filhotes. O louva-a-deus também realiza canibalismo. Durante a reprodução, a fêmea se alimenta da cabeça do macho ainda vivo, o que lhe assegura os nutrientes necessários para finalizar o processo da procriação, o que é chamado de canibalismo sexual.

Já algumas espécies de formigas alimentam-se das mais jovens doentes e quando há escassez de alimentos, ingerem os sadios também.

Competição

Também uma relação desarmônica intraespecífica, a competição é a disputa entre seres vivos de uma mesma espécie por território, comida, parceiros sexuais, entre outros.

Nesse tipo de relação, também ocorre um controle da densidade da população, porém, um descontrole pode causar a extinção de determinada espécie ou separação ecológica, o que é chamado de princípio da exclusão competitiva ou princípio de Gause.

Esse princípio foi definido pelo ecólogo russo Georgy Gause, aos 22 anos, a partir da análise de duas espécies de protistas: Paramecium aurelia e Paramecium caudatum. Ele cultivou essas duas espécies separadamente e o resultado obtido foi o crescimento e estabelecimento de uma população estável entre ambas.

Porém, ao serem cultivadas juntas, a Paramecium caudatum acabou sendo extinta devido ao crescimento população rápido da aurelia, o que deu uma vantagem no uso dos recursos limitantes. Gause comprovou, portanto, que duas espécies que dependem de um mesmo recurso não podem viver no mesmo habitat natural ou não simultaneamente, pois o competidor menos adaptado será extinto.

Predatismo

O predatismo é um dos tipos de relações desarmônicas interespecíficas que ocorre quando um predador caça e mata uma presa para se alimentar. É responsável direto pelo equilíbrio ambiental pelo fato de controlar a densidade das populações de suas presas.

Por conta disso, retirar um predador da teia alimentar pode causar uma reação em cadeia que impacta os diversos seres envolvidos e até mesmo uma superpopulação de pragas que devoram a vegetação.

Apesar de ser mais comum entre os carnívoros, o predatismo ocorre, em alguns casos, com herbívoros, como algumas espécies de gafanhotos, formigas, lagartas que devoram vegetações de forma predatória.

Os predadores podem ser agrupados de acordo com a especialidade com que se alimentam em:

  • Monófagos: espécies que se alimentam de apenas um tipo de presa.
  • Estenófagos: apesar de ter uma alimentação menos rígida, ainda se restringe a um número pequeno de espécies de presas.
  • Oligófagos: se alimentam de uma variedade de outras espécies.
  • Polígafos: são os que se alimentam de qualquer presa.

Alguns exemplos de predadores são aves de rapina, cobra cascavel, aranha armadeira, leão, tigre, peixes, além do homem.

Parasitismo

É a relação entre organismos vivos de espécies diferentes, sendo uma delas chamada parasita, que vive no interior ou exterior de uma outra espécie denominada hospedeira. Dessa forma, o hospedeiro torna-se o alimento do parasita.

Afirma-se que há uma tendência de parasita e hospedeiro estarem adaptados um ao outro, e por conta disso, viverem uma relação equilibrada chamada coadpatação.

Existe parasitismo entre animais, como os ectoparasitas (se fixam na superfície externa do hospedeiro) e endoparasitas (se localizam dentro do corpo do hospedeiro), e também em plantas, entre as espécies que não realizam fotossíntese.

Diversas doenças dos seres humanos são causadas por parasitas, como a teníase e ascaridíase. A primeira é causada pelo verme Taenia, popularmente conhecida como solitária, e é geralmente encontrado sozinho no intestino do hospedeiro (humano). Já a segunda é causada pelo Ascaris lumbricoides, conhecido como lombriga, que vive também no intestino do ser humano.

Amensalismo

É o tipo de relação desarmônica onde uma espécie impede o desenvolvimento de outra. Um exemplo é a liberação de antibióticos por determinados fungos, o que causa a morte de certas bactérias.

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