O rafting é uma das modalidades de esportes radicais praticadas na água. A graça e adrenalina do esporte é descer corredeiras, enfrentar redemoinhos, ondas e pequenas cachoeiras com o objetivo de atravessar os obstáculos naturais do trajeto, como pedras e quedas d’água.
História do Rafting
O rafting foi descoberto por John Wesley Powel no ano de 1869. Powel organizou a primeira expedição em barcos de remo central, no rio Colorado, nos Estados Unidos.
Por ser a primeira vez, os aventurosos eram desprovidos de técnicas para conduzir os barcos que eram bem rígidos e pesados na época. Por conta disso, enfrentaram capotamentos e colidiram com as pedras naturais.
Foi no ano de 1842 o início da história moderna do Rafting. Lieutenant John Fremont, engenheiro, botânico e político realizou suas primeiras expedições usando um barco desenhado pelo pintor americano Horace H. Day.
O barco foi construído com cabines separadas, com material de tecido e borracha da Índia. Tinha fundo liso, suspenso e formato retangular, diferente de outros barcos. O bote recebeu o nome de Air Army Boats.
As técnicas de rafting foram transformadas por Nataniel Galloway. Uma mudança básica que fez diferença foi colocar o banco do bote virado para frente. Essa alteração facilitou passar pelos obstáculos nas corredeiras, além de ajudar bastante nas manobras.
O rafting vingou de fato depois da Segunda Guerra Mundial. Um dos motivos foram os botes de borracha trazidos pelo exército americano no período das guerras mundiais com o objetivo de utilizá-los como bote salva-vidas.
Foi a partir de 1950 que os equipamentos melhoraram.
Além disso, com o descobrimento de novos roteiros, os admiradores apaixonados pelos rios se apaixonaram pelo rafting. Já no de 1960 foram acontecendo novas mudanças com uma série de botes novos e ideias que impulsionaram a modalidade.
O ano de 1972 não foi tão empolgante quanto os anos anteriores. O esporte passou por um momento morno, sem nada de novo. Somente a partir da década de 80 surgiu o self bailer, um bote de fundo auto esvaziante. Ele foi desenvolvido por Vladimir Kovalik, Rafael Gallo e a companhia Metzler da Alemanha, e trouxe mais visibilidade ao esporte.
Rafting no Brasil
O rafting, no Brasil, começou a ser praticado recentemente, a partir da década de 80. Os primeiros botes para cachoeira chegaram no ano de 1982 através da TY-Y Expedições, primeira empresa brasileira que no início operava nos rios Paraíba do Sul e Paraibuna, no Rio de Janeiro.
Esse foi um período em que o rafting não teve muita visibilidade no país, pois toda programação foi pensada para receber os turistas estrangeiros que vinham passar as férias no Rio de Janeiro.
No final da década de 90 o esporte começou a crescer após o surgimento da primeira empresa especializada em rafting no Brasil, a Canoar Rafting e Expedições. Essa companhia trouxe uma inovação para o rafting brasileiro: a modalidade com remos individuais.
Esse foi um bom período, pois novas empresas foram surgindo. Hoje, mais de 50 empresas dedicadas à modalidade do rafting estão espalhadas pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
Embora o pouco tempo do esporte, a divulgação e as possibilidades que o país dá aos praticantes fizeram com que o modalidade se desenvolvesse rapidamente. O primeiro campeonato brasileiro aconteceu na cidade de Tibagí, no Paraná, em 1995.
Ficou curioso? Clique no vídeo e confira o percurso feito por uma equipe no rio Jacaré Pepira, em Brotas, interior de São Paulo:
Equipamentos
Assim como todos os esportes, é necessário alguns equipamentos de segurança para tornar a prática confiável, ainda que envolvam riscos.
O bote utilizado no rafting precisa estar de acordo com os objetivos da equipe. Cada bote possui características distintas, o que possibilita ao grupo escolher o modelo mais adequado para cada tipo de corredeira.
Eles são fabricados com um material resistente chamado hypalon, um tecido que mistura fibra de poliéster e neoprene. O tamanho varia entre 3,65m até 5,50m. Quanto maior o tamanho do bote melhor a estabilidade.
Os remos, evidentemente, precisam ser leves, feitos com material de plástico resistente e cabos de alumínio.
Os coletes precisam ser próprios para atividade em rios de correnteza. Eles permitem boa flutuação e proteção do corpo para as situações vividas no rafting.
Como em qualquer outro esporte, os materiais de segurança são essenciais
. Os capacetes devem ser leves e preparados para possíveis e raros choques nas pedras, além de possuir regulagem interna, para ajeitar os tamanhos da cabeça de cada um.
O saco estanque é extremamente necessário. São sacolas resistentes para levar itens de primeiros socorros, remendos para o bote, máquinas fotográficas, roupas para trocar, lanche, etc.
Níveis do Rafting
- Nível I: São áreas com pedras pequenas, logo, exige poucas manobras.
- Nível II: No nível dois as águas são mais agitadas e pode ter presença de algumas rochas, por isso também exige algumas manobras.
- Nível III: Nesse nível há presença de ondas pequenas, com queda pequena, mas não envolve riscos. Pode necessitar da habilidade de manobra.
- Nível IV: Há presença de ondas médias, poucas pedras e quedas significativas. As manobras são mais difíceis.
- Nível V: Apresenta grandes ondas, presença de pedras grandes, além de grandes quedas. Nesse nível os riscos são maiores, por isso requer manobras precisas.
- Nível VI: Corredeiras muito perigosas, com presença de grandes pedras e ondas. Com o impacto da água pode haver danos no bote.
- Nível VII: É altamente perigoso, correndo risco de machucar gravemente os praticantes ou até levá-los à morte. Para fazer esse percurso requer.
Onde Praticar o esporte
Os praticantes de rafting encontram muitas opções no Brasil. Com uma diversidade natural vasta, existem corredeiras para os iniciantes e para os mais radicais.
A cidade de Brotas, no interior de São Paulo, é a principal referência para o esporte no país. Bastante conhecida como a capital brasileira dos esportes radicais, ela é famosa pela infraestrutura que oferece e pelas ótimas condições naturais.
Outro local referência na prática do rafting são as Cataratas do Iguaçu. O nível de dificuldade é avançado, por isso não se trata do lugar mais indicado para iniciantes. A prática chega a durar duas horas. Dividido em três etapas, os praticantes precisam superar ondas de até 1,5 m de altura no primeiro momento.
No segundo momento existe um incrível precipício e, no último trecho, os praticantes aproveitam a parte calma do Rio Iguaçu.