Na Língua Portuguesa existe período simples e composto. Período é o conjunto de uma ou mais orações que estabeleçam uma ideia completa.
O período simples ou composto são estudados pela sintaxe – que é a parte da gramática que estuda as palavras dentro das frases e analisa as relações de concordância, de subordinação e de ordem que existe entre elas.
Período simples
Também chamado de oração absoluta, contém apenas uma oração (um verbo). O ponto final, de interrogação ou exclamação indica o fim do período simples.
Exemplos:
- O país se encontra em crise.
- A vida é bela.
- A menina comprou chocolate.
- Os dias de inverno são muito frios.
- Acorda, Dona Joana!
- O burocrata acorda!
- Ele abre a boca.
- Viajarei sempre nas minhas férias em maio.
- Observe as folhas nos galhos das árvores.
- Os cachorros necessitam de cuidados especiais.
- Quero aquelas pizzas.
- Meu amigo saiu de férias em novembro.
Período composto
Contém duas ou mais orações (dois ou mais verbos). A vírgula ou ponto e vírgula, no período composto, indica que o período não foi encerrado.
Exemplos:
- Ele estuda e trabalha muito.
- Cheguei, assistir e fui dormir.
- Não sei quantos comprimidos havia na caixa.
- Quando você partiu, minha vida ficou com alegrias.
- O burocrata acorda e abre a boca.
O período composto é dividido em:
Período composto por coordenação
Tem independência sintática, ou seja, uma oração não irá desempenhar função sintática na outra.
Exemplo:
- Saímos de manhã / e voltamos à noite.
- Cheguei cedo / e saí.
Explicando:
Cheguei, saí: verbos intransitivos
Eu: Sujeito desinencial/oculto
Cedo: Adjunto adverbial de tempo
E: Conjunção, não tem função sintática
Período composto por subordinação
O que caracteriza esse período é a relação sintática entre a oração. Ou seja, uma oração vai desempenhar função sintática na outra.
Exemplos:
- Não fui à aula / porque estava doente.
- Fui à escola / e busquei minha irmã / que estava esperando. (Nesse exemplo percebe-se que há um período composto por coordenação e subordinação)
- Cheguei / quando ele pediu.
Explicando:
Cheguei: (Verbo intransitivo)
Eu: (sujeito desinencial/oculto)
Quando ele pediu: (Adjunto adverbial de tempo da primeira oração)
Antes de estudar período simples e composto, é necessário saber, primeiramente, a diferença entre frase e oração.
A falta de informação sobre esses assuntos prejudica, inclusive, na interpretação de texto.
Frase
É todo enunciado de sentido completo. Pode ser formada por uma ou mais palavras, podendo ter verbo ou não. A frase exprime através da fala ou da escrita, apelos, ideias, emoções ou ordens que vão ser definidas pelo propósito comunicativo, considerando sempre o interlocutor.
Exemplos:
- Eles não chegaram a um acordo.
- A proposta de Emenda Constitucional não funcionou.
A frase pode ser:
- Frase verbal: é aquela que contém verbo.
Exemplo: Olá, eu estou bem! - Frase nominal: é aquela que não tem verbo.
Exemplo: Tudo ótimo!
Oração
É a sentença em que o sentido gira em torno do verbo. Uma frase verbal pode ser também uma oração.
Obs: Só existe análise sintática se tiver verbo.
Para isso é necessário que o enunciado tenha sentido completo e verbo (ou locução verbal).
Na oração, as palavras estão sempre relacionadas entre si como parte de um conjunto. Cada termo da oração vai desempenhar uma função sintática.
Exemplos:
- A menina chegou à rodoviária.
- Hoje estudamos muitas questões do vestibular.
Orações coordenadas assindéticas
Não tem conjunção entre uma oração e outra.
Exemplos:
- Fica, vai ter bolo! (Oração coordenada assindética)
- Eu me sento, / eu fumo, / eu como, / eu não aguento. (Caetano Veloso)
Obs: No exemplo acima consta-se: período composto, tem quatro orações, composto por coordenação (porque são independentes entre si) e assindéticas (porque não tem conjunção).
Exemplo:
- Ela chora / ou ri.
Explicando:
Ela: sujeito
Chora: verbo intransitivo
Ou: conjunção
Ri: verbo intransitivo
Obs: No exemplo acima pode-se observar uma oração coordenada assindética e a uma oração sindética.
Orações coordenadas sindéticas
A palavra sindética vem do grego (síndeto), significa conjunção. Por isso, as orações sindéticas são as que possuem conjunção.
Esse tipo de oração precisa vir acompanhada de vírgula, indicando a separação as orações.
Exemplos:
- Fica, que vai ter bolo! (Oração coordenada sindética explicativa)
Veja a tabela com as classificações das orações coordenadas sindéticas:
Classificação | Noção expressa | Exemplo | Principais conjunções |
Oração coordenada sindética aditiva | Soma, adição | Ela estuda e trabalha. Ela não só estuda, como também trabalha. Ela não estuda, nem trabalha. | E, não só, como também, nem. |
Oração coordenada sindética adversativa | Oposição, quebra de expectativa | Li o livro, mas não entendi nada. | Mas, porém, contudo, toda via, no entanto, entretanto |
Oração coordenada sindética alternativa | Alternância ou exclusão | Ou você controla seus medos, ou eles te controlarão. Ora chove, ora faz sol. | Ou, ora, já |
Oração coordenada sindética explicativa | Explicação | Leve um casaco, que vai esfriar. | Pois, porque, que |
Oração coordenada sindética conclusiva | Conclusão | Não tenho dinheiro, portanto não vou sair hoje. | Então, Por isso, logo, assim portanto |
Orações subordinadas substantivas
Exercem função sintática na oração principal.
Exemplos:
- Não sei se viajarei amanhã.
As orações subordinadas substantivas são divididas em: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, predicativa e opositiva.
- Oração subordinada substantiva subjetiva:
é aquela que tem função de sujeito para a oração principal. Caracterizada por duas orações e são ligadas por uma conjunção integrante (liga a oração principal à subordinada)
. (Conjunção que ou se).
Exemplo: É óbvio que todos seremos aprovados.
- Oração subordinada substantiva objetiva direta: é aquela que tem função de objeto direto da oração principal.
Exemplo: Todos sabemos que seremos aprovados.
- Oração subordinada substantiva objetiva indireta: é aquela que tem função de objeto indireto (preposição) da oração principal.
Exemplo: O professor gosta de que nos esforcemos sempre.
- Oração subordinada substantiva completiva nominal: é aquela que complementa o sentido de um substantivo abstrato com preposição.
Exemplo: Eu tenho certeza de que passaremos no vestibular.
- Oração subordinada substantiva predicativa:
é aquela que tem função de predicativo para a oração principal
.
Exemplo: A certeza é que você virá.
- Oração subordinada substantiva apositiva: é aquela que tem função de aposto para a oração principal, vem sempre após dois pontos.
Exemplo: Todos temos um desejo: que passemos no vestibular.
- Orações subordinadas adjetivas: exercem função de adjunto adnominal ou aposto.
Exemplos: Serão premiados os atletas que venceram.
- Orações subordinadas adverbiais: exercem função de adjunto adverbial.
Exemplos: Realizaremos nosso sonho se acreditarmos.