Resumo de Biologia - Lobo-Guará

O lobo-guará, é uma das espécies presentes na lista de animais em extinção no Brasil, biologicamente denominado de Chrysocyon brachyurus é um animal canídeo predominante na América do Sul e único integrante do gênero biológico Chrysocyon.

Esse tipo específico de lobo é  a espécie com maior semelhança do cachorro vinagre, um canídeo chamado cientificamente de Speothos venaticus. Presente em país sul-americanos como Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, sendo um animal típico do Cerrado. 

O lobo-guará é  o maior canídeo vivente da América do Sul, chegando a pesar entre 20 a 30 quilos e atingir cerca de 90 centímetros de altura.

Em relação à sua estrutura corporal, possui pernas longas e finas, o que possibilita uma corrida rápida, facilitando vantagem em relação às suas presas.

A pelagem densa e de tom avermelhado fazem deste tipo de lobo uma espécie diferenciada e inconfundível. De hábito solitário, diferente de outros tipos de lobos que vivem em grupos, os territórios são divididos e demarcados por um casal.

Essas áreas utilizadas pelo lobo são territórios com bastante amplitude, podendo ter uma área de até 123 km².

Por causa da vasta extensão de terras, essa espécie desenvolveu uma comunicação através  da marcação de cheiro, mas também ocorrem sons semelhantes a latidos. 

De acordo com pesquisas de órgãos federais preocupados com o ecossistema e o equilíbrio do meio ambiente, estima-se que haja aproximadamente 23 mil animais na natureza.

A sua ameaça de extinção ocorre, principalmente, por causa da destruição do cerrado em virtude da ampliação da atividade agropecuária, atropelamentos, caça e doenças oriundas de cachorros domesticados, que também impactam na saúde e dificuldade de preservação do lobo-guará.

Entretanto, apesar da degradação do seu habitat natural, essa espécie de canídeo é um animal de fácil adaptação aos diferentes meios em que está inserido, além das alterações provocadas pelas ações antrópicas. 

Algumas localidades possuem certas superstições sobre o lobo-guará. Mas, de maneira geral,  é um animal que  provoca simpatia em humanos, sendo usado como espécie símbolo em combate a degradação do cerrado brasileiro. 

Hábitos do lobo-guará

O lobo-guará é um animal que, relacionado à intensidade das suas atividades ao nível da umidade relativa do ar e com a temperatura, tem comportamento semelhante com o cachorro-do-mato Cerdocyon thous, cientificamente.

 Os picos de atividade ocorrem entre 8h e 10h da manhã, e entre às 20h e 22h, já no final do dia. Em ambientes e dias mais frios ou nublados possuem uma tendência a permanecer ativos por mais tempo e, em muitos casos, desenvolvem um desempenho melhor nas caçadas.

Os machos têm mais agilidade e o deslocamento ocorre em maiores distâncias do que a fêmea.

Onívoros, consomem grandes quantidades de frutos e ao fazer a eliminação por meio das fezes, contribuem para a dispersão de sementes de plantas, principalmente as da lobeira.

Apesar da própria lobeira também ser consumida por outros canídeos sul-americanos, o lobo-guará é o principal agente responsável por espalhar suas sementes, depositando as fezes com sementes nos locais em que as lobeiras se agregam.

Grande prendador, este tipo de lobo também possui na cadeia alimentar um outro animal que o ameça. Seus predadores são principalmente os grandes felinos, como a onça-parda e a onça pintada, sendo esta última sua maior ameça na natureza.

Convívio isolado

Diferente de outras espécies que convivem agrupadas, o lobo-guará possui hábito predominantemente solitários.  Apesar disso, seu convívio social ocorre basicamente entre  o casal, que convive junto por um período longo de tempo. Esse casal só se encontra e pode manter alguma relação na época reprodutiva. 

A gestação dura aproximadamente 65 dias, quando nascem entre de 2 e 5 filhotes. Já houve casos de órgãos ambientais registrarem uma gestação com 7 filhotes, mas ainda são raros esses episódios.

Os partos ocorrem nos meses de junho e setembro. Os poucos registros disponíveis sobre a reprodução na natureza mostram que o lobo-guará se reproduz com dificuldade e a mortalidade de filhotes é alta, o que contribui para a extinção do animal. Além disso, as fêmeas podem ficar um período de até 2 anos sem se reproduzirem.

Um situação ainda mais agravante é que dentro de um cativeiro a reprodução é mais difícil ainda, especialmente nos países  do hemisfério norte.

Os filhotes nascem minúsculos, pesando entre 340 e 430 gramas, pretos e mudando para a cor avermelhada depois da décima semana. Os olhos se abrem com cerca de 9 dias do nascimento, sendo amamentados  nos primeiros quatro meses de vida.

Após essa fase, são alimentados pelos pais por regurgitação até os 10 meses de idade, iniciando esse método na terceira semana de idade.

Tanto o macho quanto a fêmea compartilham os cuidados com os filhotes , no entanto, as fêmeas realizam essa função com mais intensidade e frequência.

Esse cuidado exercido pelos machos é observado, sobretudo, dentro dos cativeiros, mas não há relatos sobre estes comportamento entre animais livres na natureza.

Já a partir de  1 ano de idade, o lobo-guará alcança a maturidade sexual e a partir dessa idade deixa o território em que nascem.