Resumo de Biologia - Homeostase

Homeostase ou homeostasia é a tendência em manter o ambiente interno estável e relativamente constante, independente das alterações do ambiente externo. Essa condição garante, por exemplo, o controle dos níveis de açúcar no sangue.

O termo homeostase deriva das palavras gregas homeo (similar ou igual) e stasis (estático). Esse fenômeno foi descrito pela primeira vez pelo médico francês Claude Bernard e mais tarde aperfeiçoado pelo fisiologista norte-americano Walter Cannon.

Em meados do século XIX, Bernard notou que os mecanismo vitais do corpo, como temperatura, pressão sanguínea e frequência cardíaca, tinham como objetivo reconstruir a sua estabilidade.

Já no século XX, Cannon designou a condição descrita por Bernard como homeostase. A partir disso, conquistou o Prêmio Nobel em 1932 ao descrever no livro "The Wisdom of the Body" as características da homeostasia:

  • Fenômeno importante para o sistema nervoso e endócrino;
  • Os agentes do ambiente interno e externo desenvolvem uma atividade moderada que varia ligeiramente;
  • Existe um controle antagônico por meio do feedback negativo;
  • Falhas nos mecanismos homeostáticos podem causar doenças ou morte.

Exemplos de homeostase

A homeostase é a propriedade de um sistema aberto, principalmente dos seres vivos. Nos homens e em outros mamíferos, ocorre em nível celular e corporal, como nos fluídos corporais, tecidos e órgãos.

O sistema nervoso e o sistema endócrino garantem a execução desse processo. O primeiro é responsável por coordenar todas as ações do organismo, enquanto o segundo aponta o que deve ser realizado por cada órgão.

Para garantir a homeostase, vários processos fisiológicos devem acontecer de forma organizada. O funcionamento dos sistemas respiratório, cardiovascular e excretor, por exemplo, possibilita que nutrientes cheguem nas células.

O trabalho conjunto desses sistemas faz também com que as substâncias excessivas e tóxicas sejam eliminadas do organismo, garantindo a harmonia e o funcionamento adequado das células do meio interno.

Regulação térmica

Um típico exemplo de regulação térmica é quando um indivíduo está em uma sala fria e com roupas finas. Logo o centro de temperatura do cérebro precisa desenvolver respostas para que o corpo se aqueça.

Em devolutiva, o fluxo de sangue na pele é reduzido e ele pode começar a tremer para que seus músculos gerem mais calor. É possível também que aconteçam arrepios, isso aumenta a liberação de hormônios que ajudam na produção de mais calor.

Regulação química

Os níveis de glicose (açúcar) no sangue são controlados através da produção de insulina e glucagon pelo pâncreas. Em síntese, o primeiro hormônio tem a função de estimular a produção de glicose pelo fígado.

Já o segundo hormônio, o da insulina, tem função contraria, ou seja, bloquear a produção além de aumentar a captura da glicose pelos tecidos periféricos insulino-sensíveis.

Osmorregulação

O corpo humano é constituído por aproximadamente 60% de água, presente dentro da célula e fora dela. Em condições naturais térmicas, um adulto precisa ingerir em média 2 litros de água ao dia.

Por outro lado, um indivíduo expele a água através da urina, do suor e das fezes. Neste caso, a osmorregulação, também chamada de homeostasia hídrica, corresponde a regulação da água dentro do organismo.

Mecanismo de feedback

Os processos da homeostase são controlados pelos chamados mecanismos de feedback, que podem ser negativos ou positivos. Tais mecanismos também são chamados de retroalimentação, sendo considerados uma mudança no estado de um ou mais componentes.

O mecanismo negativo provoca uma mudança negativa em relação à alteração inicial, ou seja, um estímulo contrário. Por exemplo, se a pressão arterial está alta diversas reações acontecem para que baixe.  

Já quando a pressão fica abaixo do normal, o organismo percebe que houve um desequilíbrio e iniciam-se processos a fim de estabilizar a pressão sanguínea e fazer com que volte aos valores normais.

Já o feedback positivo aumenta o estímulo que causa o desequilíbrio, fazendo com que os valores fiquem cada vez mais diferentes do padrão. Ele ocorre em menor quantidade e pode ser prejudicial ao organismo.

O exemplo nocivo é quando um indivíduo perde muito sangue, isso faz com que o coração pare de bombeá-lo de forma regular e, em consequência, provoca a queda de pressão e redução do fluxo sanguíneo para o músculo do coração. 

Por outro lado, o feedback positivo pode ser útil. Esse é o caso das contrações uterinas durante o parto. Momentos antes da criança nascer ocorre no corpo da mãe um aumento na contração da musculatura uterina devido à produção de ocitocina.

Quando mais contrações, mais ocitocina é produzida e as contrações aumentam. Isso garante naturalmente a expulsão do bebê do útero.