Resumo de Português - Função Emotiva

A Função Emotiva ou Função Expressiva, como também é conhecida, consiste na subjetividade de uma mensagem. Usada pelo emissor, ela caracteriza-se pela transmissão de emoções e sentimentos.

As funções da linguagem estão entre os principais assuntos a serem estudados nas provas. Elas são diferentes recursos da comunicação que fundamentam-se na forma como cada indivíduo se expressa.

Para compreender melhor essas funções é fundamental entender alguns elementos da linguagem. Confira abaixo:

  • Emissor: quem envia a mensagem.
  • Receptor: quem recebe a mensagem.
  • Mensagem: o conteúdo da mensagem.
  • Canal de Comunicação: o meio pelo qual a mensagem será transmitida. Pode ser através da voz, mensagem de texto de celular, redes sociais, etc.
  • Código:  a Língua Portuguesa.
  • Contexto ou Referente: é a situação na qual a mensagem se refere.

Função Emotiva

Na Função Emotiva a ênfase é do emissor. Esse tipo de função se baseia nas marcas pessoais de quem produz a mensagem, reflete o seu estado de ânimo, sentimentos e emoções.

Ela pode ser expressa por interjeições e pontuações como as reticências, pontos de exclamação e ponto de interrogação, além de ser marcada pelo uso da primeira pessoa do singular.

A Função Emotiva é muito encontrada em poemas ou narrativas românticas e dramáticas, depoimentos, memórias, músicas, biografias, cartas de amor, diário, relato pessoal, blog, vlog, relato de viagem, etc.

Principais Características da Função Emotiva

  • Subjetividade, ou seja, predomínio da visão pessoal de quem produz a mensagem;
  • Unilateralidade pois se preocupa com o que vai ser emitido, não o que vai ser interpretado;
  • Há o uso de interjeições para enfatizar o discurso;
  • Preocupação com o “eu” que são os relatos pessoais do emissor;
  • Predominância no uso da primeira pessoa do singular;
  • Adjetivos valorativos são usados para potencializar a expressão da mensagem.

Exemplos de Função Emotiva

  • Tenho um pouco de medo.
  • Poxa, fiquei muito triste com a notícia.
  • Minhas condolências, caro amigo.
  • Meu Deus, sinto-me muito feliz no dia de hoje!
  • Estou sentindo muita saudade da minha avó.
  • Nós te amamos!
  • Tenho um pouco de medo.
  • Acho que o amo muito.
  • Ah, eu estou feliz!
  • Me sinto só.
  • Hoje estou a chorar pela morte de meu amor… Nunca mais vai voltar! Que cruel!!!

Exemplos de Função Emotiva na Poesia

A Função Emotiva está presente em muito gêneros literários, sobretudo os poemas e poesias. Confira abaixo alguns exemplos:

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorado
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Intitulado “Poética”, do autor Manuel Bandeira, esse poema é um verdadeiro exemplo da Função Emotiva na linguagem.

O mesmo ocorre com a poesia “Não sei quantas almas tenho”, do autor Fernando Pessoa. A forte presença da primeira pessoa do singular, além da expressão do sentimento e a efusão de sentimentos são recursos predominantes nos versos autor. É possível identificar a reflexão do autor sobre sua própria obra. Observe:

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.

Mais um exemplo da Função Emotiva é o poema “Soneto da fidelidade”, de Vinícius de Moraes. É nítido o uso da primeira pessoa para a transmissão da mensagem. 

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Exemplo de Função Emotiva na Música 

A Função Emotiva também aparece muito nas músicas, principalmente porque elas trazem reflexões, sentimentos e memórias dos próprios artistas. Na música “Senha” da cantora Adriana Calcanhoto fica evidente o uso da primeira pessoa música.  

Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto (…)

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