Densidade demográfica, também chamada de população relativa, corresponde ao cenário de distribuição populacional em certos territórios, permitindo as análises socioeconômicas das regiões mais e menos povoadas.
Além disso, possibilita os estudos sobre as taxas de natalidade e mortalidade, fluxo de migratório e êxodo rural, problemas de habitação e infraestrutura, entre outros. No entanto, como qualquer cálculo estatístico, apresenta limitações.
Uma das principais é a generalização dos dados, já que o contingente de pessoas não costumam organizar-se de maneira uniforme em unidades regionais ou territoriais.
Como determinar a densidade demográfica?
A densidade demográfica é o resultado da razão entre o número de habitantes e a área da região ou país analisada (habitantes por quilômetros quadrados). No Brasil, por exemplo, a população é de aproximadamente 208,5 milhões e o território é 8. 516.000 Km², logo:
D = 208.500.000 / 8. 516.000
D = 24,5
A densidade da população brasileira em 2018 era de aproximadamente 24,5 hab/km².
Alguns elementos afetam as taxas de densidade dos territórios. São eles:
- Clima
- Urbanização
- Problemas ambientais
- Fatores socioeconômicos
- Endemias e epidemias
- Guerras e conflitos
Densidade demográfica no mundo
Estima-se que, em 2017, a população mundial atingiu a marca de 7,6 bilhões. Sendo assim, a densidade demográfica do planeta era de 14,9 hab/km², pois a área é de 510.100.000 km².
As regiões mundiais com maiores densidades demográficas são:
- Macau
- Mônaco
- Cingapura
- Hong Kong
- Barein
- Malta
- Maldivas
- Bangladesh
- Estado da Palestina
- Barbados
Lembre-se que densidade não é sinônimo de tamanho da população. Ela se refere, exclusivamente, ao território. A China, por exemplo, é o país mais populoso do mundo, mas ocupa a 57° posição no ranking das densidades demográficas.
Entre os continentes a Ásia é o mais populoso, pois estão situados China e Índia. No entanto, a densidade é baixa por conta da extensão territorial. Já o país com maior taxa de densidade é Mônaco, no sul da França. Em 2018, chegou a 19.250 habitantes/km².
As menores densidades estão atreladas aos fatores que impedem a ocupação habitacional da localidade, a exemplo da Groenlândia, que possui 1 habitante por quilômetro quadrado por causa da proximidade com o oceano Glacial Ártico. A ilha tem a segunda maior concentração de gelo do planeta, perdendo somente para Antártida.
Densidade demográfica do Brasil
Em um mesmo espaço geográfico pode haver grandes diferenças nas densidades. Isso é recorrente no Brasil, que apresenta disparidades entre as regiões.
A Região Norte possui baixa densidade (4,70 hab/ Km²), diferentemente da Região Sul (51,38 hab/km²), Região Sudeste (94,63 hab/ Km²) e Região Nordeste (36,49 hab/Km²). Se a mesma quantidade de habitantes do Sudeste fosse realocadas para Norte, a densidade continuaria baixa, pois sua superfície é de grandes proporções. Já se o fenômeno fosse inverso, as taxas de população relativa aumentariam.
A cidade com maior densidade do país é Taboão da Serra, em São Paulo. Ela chegou a 14.012 habitantes por quilômetros quadrados. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, estão Diadema (13.696 hab/ Km²), também em São Paulo, e São João do Miriti (13.399 hab/ Km²), no Rio de Janeiro.
O Distrito Federal, segundo senso do IBGE de 2017, é a unidade federativa de maior densidade (525,9 hab/ Km²), seguidos do Rio de Janeiro (381,87 Km²), São Paulo (181,7 hab/Km²), Alagoas (121,2 hab/ Km²) e Sergipe (104,4 hab/ Km²).
Já os estados de Roraima (2,33 hab/Km²), Amazonas (2,61 hab/ Km²), Mato Grosso (3,70 hab/ Km²), Acre (5,05 hab/ Km²) e Tocantins (5,58 hab/ Km²) são os de menor densidade demográfica.
Considerando os dados acima, é possível notar que o Brasil apresenta uma concentração populacional, especificamente, na faixa litorânea. Isso é um dos reflexos históricos das políticas de povoamento em direção ao centro do país, que foram insuficientes na tentativa de estabelecer um equilíbrio no espaço geográfico.
A densidade demográfica e suas aplicações
O estudo da densidade demográfica no Brasil é de extrema importância, pois serve de base para os projetos de infraestrutura urbana. Ao avaliar os locais em que as populações estão distribuídas, torna-se viável e eficiente a elaboração de políticas públicas para atender as demandas.
Além disso, são indispensáveis nas observações dos impactos ambientais provocados pela ação humana. Afinal de contas, quanto maior o contingente de pessoas, maior a circulação, apropriação e utilização de recursos naturais.
Os problemas ambientais urbanos são resultados desse aumento desenfreado e da falta de estrutura física e social (acesso à educação, saúde, direito à moradia, entre outros.), sendo os país menos desenvolvidos os mais atingidos.
O crescimento desordenado das áreas urbanas tem gerado mais poluição e alterações climáticas (Efeito Estufa, ilhas de calor, inversão térmica, chuva ácida, etc.). Segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) com a consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), 53% dos resíduos são descartados de maneira inadequada em lixões do Brasil.