Resumo de Geografia - Conurbação

Fenômeno que atinge os grandes centros urbanos

A conurbação é o fenômeno que resulta na junção de duas ou mais cidades, a ponto de ultrapassar os limites territoriais uma das outras. Devido ao crescimento acelerado das áreas urbanizadas, algumas fronteiras municipais praticamente desaparecem, formando as chamadas regiões metropolitanas (RMs).
A expansão dos espaços é tão intensa que dificulta até o reconhecimento de onde um município termina e onde inicia-se o outro. Esse processo tornou-se foco dos estudos geográficos apenas no século XX, quando os censos demográficos – pesquisas sobre a população (dados econômicos, sociais, culturais) de determinado país, estado ou cidade – passaram a ser feitos por órgãos oficiais.
No Brasil, a cidade de São Paulo é um dos principais exemplos de conurbação, pois há uma unificação entre mais de 35 municípios. Já em outras partes do mundo, destacam-se as regiões metropolitanas de Tóquio (Japão), Seul (Coreia do Sul), Jacarta (Indonésia) e Nova Iorque (EUA).

Como ocorre a conurbação?

O crescimento das cidades acontece de duas maneiras: vertical, com a construção de inúmeros prédios, e horizontal, que leva ao surgimento de subúrbios e, com o passar do tempo, a aproximação com as cidades ao entorno. Dessa maneira, nas áreas que sofrem constantes ampliações a tendência é ocorrer a conurbação, criando um zona urbana que engloba vários municípios.
Tal processo faz com que os limites entre as cidades vizinhas se confundam e elas criem uma relação de dependência com a metrópole. Como essa região é a mais desenvolvida, a maior parte da população mora ao seu entorno, já que o custo de vida (moradia, alimentação, educação) é mais baixo, mas desloca-se até ela todos os dias para trabalhar e estudar.
A chamada migração pendular ainda torna esses locais “cidades-dormitórios”, pois as pessoas deixam suas casas antes mesmo do horário comercial e retornam somente no início da noite.
Um dos principais motivadores da conurbação é a urbanização. Com o êxodo rural, ou seja, saída da população do campo para as cidades industrializadas, com presença de portos, rodovias, sistemas de comunicação e mais oportunidades de emprego, a expansão dessas localidades foram intensificadas dentro e fora do país.
No caso do Brasil, tornou-se mais acelerada a partir de 1950, quando o governo de Juscelino Kubitschek criou o Plano de Metas, que visava o crescimento econômico através de investimentos na produção de aço, cimento, papel e celulose, equipamentos elétricos e nas construções naval e civil.
Hoje a população brasileira é majoritariamente urbana e segundo projeções da ONU (Organização das Nações Unidas), até 2050 a porcentagem dos que viverão em centros urbanos deve chegar a 93,6%. Isso significa que serão mais de 230 milhões de pessoas morando em cidades.
Área metropolitana
O fenômeno urbano da conurbação é responsável pela criação das regiões metropolitanas – grupo de municípios ligados tanto fisicamente quanto na questão socioeconômica. Basicamente são cidades adjacentes que estão conectadas a uma metrópole, que apresenta densidade populacional acima de um milhão de habitantes e concentra grandes comércios e indústrias.
No Brasil há trechos definidos como RMs e as regiões integradas de desenvolvimento (Rides) – áreas localizadas em mais de uma unidade federativa. De acordo com a Constituição de 1988, a determinação dessas duas regiões depende dos governos estaduais e União. Atualmente existem três Rides: Distrito Federal e Entorno, Grande Teresina e Polo Petrolina (PE)/Juazeiro (BA).


O país conta, segundo levantamento divulgado pelo IBGE em 2020, com 74 RMs. Os estados com maior número são Paraíba (12), Santa Catarina (11), Alagoas (9) e Paraná (8). Já as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as mais populosas. As três juntas abrigam mais de 40 milhões de habitantes.

Consequências

Em virtude do crescimento e união dos municípios, a conurbação é uma realidade cada vez mais presente nas zonas urbanas. Essa interligação possibilita o acesso à saúde, educação, lazer e mais oportunidades de emprego entre os territórios vizinhos, estimulando também o desenvolvimento social e econômico de todo o conjunto.
Mas, por outro lado, a dificuldade de reconhecimento dos limites de uma área em relação à outra pode levar ao descaso dos poderes diante da prestação de serviços básicos, como redes de transporte, coleta de lixo e sistema de esgoto, abastecimento de água, iluminação e pavimentação das ruas.
Além desses problemas, pode ocorrer impasses quanto arrecadação de impostos municipais, a exemplo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Na tentativa de resolver tais dificuldades, foram criados conselhos deliberativos, que são nomeados pelos governos estaduais, e consultivos – constituídos por representantes das cidades que fazem parte das metrópoles.

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