Resumo de Português - Concordância Verbal

Concordância verbal, Concordância nominal

A concordância verbal estabelece uma regra geral, em que o verbo precisa concordar com o sujeito em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª). Portanto, se o sujeito estiver no singular, o verbo também deverá estar; no plural, a regra é a mesma.

Nesse campo da gramática existem diversos casos específicos, confira alguns deles.

Sujeito simples na concordância verbal

Não importa a posição do sujeito dentro da oração, o verbo sempre irá concordar com o núcleo do sujeito.

Exemplos:

  • Nós fomos estudar na casa da Maria.  (“Fomos” concorda com o sujeito “nós”.)
  • Sumia na estrada poeirenta a última boiada da fazenda. (O núcleo do sujeito – boiada (singular) concorda com a palavra sumia.)

Casos especiais

Coletivo: quando o sujeito for coletivo de pessoas, objetos ou animais a concordância verbal ocorrerá com o verbo acompanhando o número do substantivo coletivo.

Exemplo:

  • A multidão gritava por justiça nas ruas.

Expressão partitiva seguida de especificador: o verbo pode ficar no singular ou no plural.

Exemplos:

  • Grande parte dos alunos compareceu ao espetáculo.
  • Grande parte dos alunos compareceram aos espetáculo.

Pronome de tratamento na concordância verbal: o verbo fica na terceira pessoa concordando com o sujeito.

Exemplo: Vossa Santidade veio ao Brasil.

Pronomes relativos “que”, “quem”: o verbo concorda com o antecedente desses pronomes.

Exemplos:

  • Fui eu que escrevi o bilhete.

Porém, quando for o relativo “quem” admite-se a concordância com o antecedente ou com o próprio relativo “quem”.

  • Fui eu quem escrevi o bilhete. (concordância com o “eu”)
  • Fui eu quem escreveu o bilhete. (concordância com o “quem”)

Nomes no plural, sem artigo: o verbo fica no singular. Já com determinante (com artigo definido ou indefinido) o verbo flexiona-se no plural.

Exemplos:

  • Estados Unidos é uma nação poderosa.
  • Os Estados Unidos são uma nação poderosa.

Sujeito composto na concordância verbal

Quando o sujeito composto estiver posicionado antes do verbo, concorda-se com a totalidade do sujeito.

Exemplo: João e Carlos deslizaram na pista.

Casos especiais

Concordância atrativa: quando o sujeito composto estiver após o verbo pode se concordar com a totalidade ou com o núcleo mais próximo.

Exemplo (sujeito após o verbo):

  • Sairemos eu e Matheus nesse fim de semana.
  • Sairei eu e o Matheus nesse fim de semana.

Sinônimos ou semelhantes: a concordância pode ser lógica (com a totalidade) ou atrativa.

Exemplos:

  • A alegria e a felicidade é indispensável para vida.
  • A alegria e a felicidade são indispensáveis para vida.
  • A paz e a tranquilidade envolveram-no.
  • A paz e a tranquilidade envolveu-o.

Gradação entre os núcleos do sujeito composto: ocorre com a gradação entre os núcleos do sujeito composto, podendo-se usar a concordância lógica ou a atrativa.

Exemplos:

  • Um olhar, um sorriso, um abraço bastava.
  • Um olhar, um sorriso, um abraço bastavam.
  • A angústia, a inquietação, o desespero o dominaram.
  • A angústia, a inquietação, o desespero dominou.

É fundamental saber que o sujeito composto pode estar ligado por diferentes elementos coesivos.

Conjunção “e”: Nesse caso concordará com a totalidade do sujeito.

Exemplo:

  • Poliana e sua amiga foram de ônibus ao show.

Expressão “um e outro”: flexiona-se o verbo no singular ou no plural.

Exemplos:

  • Um e outro já veio.
  • Um e outro já vieram.

Unidos por “nem”: concorda-se com a totalidade

Exemplo:

  • Nem o pedestre, nem o guarda de trânsito viram o semáforo abrir para travessia.

Ligados pela conjunção “ou”: o verbo ficará no singular se houver a ideia de exclusão. Se o sentido for de inclusão o verbo ficará no plural.

Exemplos:

  • Pedro ou Antônio será o presidente do clube. (Exclusão)
  • Mamão ou laranja fazem bem a saúde. (Inclusão)

Verbo “ser” na concordância verbal

Ligado a dois substantivos, um no singular e outro no plural: Concorda com o substantivo plural, independentemente da posição.

Exemplo:

  • O filho são as esperanças da mãe.
  • As esperanças da mãe são o filho.

Quando indicar horas, distâncias e datas: o verbo “ser” concordará com o predicativo. Nesse caso ele é impessoal.

Exemplos:

  • É uma hora.
  • São três horas.
  • Daqui até a fazenda é um quilômetro.
  • Daqui até a fazenda são sete quilômetros.
  • Hoje é dia doze de outubro.
  • Hoje são doze de outubro.

Quando ligar um pronome reto (eu, tu, nós) e um substantivo: concorda-se com o pronome reto.

Exemplo:

  • “Eu sou a lenda”
  • A lenda sou eu.

Verbo impessoal na concordância verbal

Fenômenos da natureza: quando esses verbos estiverem no sentido figurado (metáfora) pode-se concordar com o sujeito.

Exemplos:

  • Choveram canivetes.
  • Choveram papéis picados.

Verbo “fazer”: quando indica tempo transcorrido, o correto é sempre usar o singular.

Exemplo:

  • Faz anos que não a vejo.

Verbo “haver”: quando empregado sentido de existir ou tempo transcorrido, fica na 3ª pessoa do singular.

Exemplos:

  • Havia muitos alunos na sala de aula.
  • Eu me formei há 10 anos.
  • Há muitas tarefas atrasadas para fazer.

Concordância verbal com o infinitivo

O infinitivo pessoal pode ser flexionado.

Exemplo:

  • Ao sairmos fechamos a porta.

No infinitivo impessoal não pode ser flexionado.

Exemplo:

  • Deixe-os sair.

Uso da partícula “se”

Partícula apassivadora: o verbo concorda com o sujeito paciente.

Exemplo:

  • Venderam-se livros. (Está na voz passiva sintética, para perceber isso, basta converter para a analítica: “Os livros foram vendidos”.)

Partícula de indeterminação do sujeito: o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular.

Exemplo:

  • Precisa-se de trabalhadores. (Pois essa frase não pode ser convertida para: “De trabalhadores são precisados”)

Verbo + Pronome “se”: Os verbos transitivos diretos ou indiretos, quando apassivados do pronome “se”, concordam com o sujeito.

Exemplo:

  • Vendem-se casas.
  • Aluga-se casa.

Verbo + Pronome “se” + Preposição: o verbo fica no singular

Exemplo:

  • Precisa-se de novos funcionários.

Pronome de tratamento: quando o sujeito for formado por um pronome de tratamento, o verbo irá sempre para a 3º pessoa.

Exemplo:

  • Vossa Excelência leu meus documentos.