O clima tropical de altitude é predominante nas zonas mais elevadas ou serranas, especialmente na região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), Planalto Central de Goiás e sul de Mato Grosso do Sul.
Apesar de tropical, as temperaturas são mais baixas. As chuvas ocorrem o ano todo, porém concentram-se no verão. As temperaturas no veraneio raramente superam os 30°C e a amplitude térmica anual – taxa de variação das temperaturas – não é elevada.
A alternância do clima depende da temperatura, latitude, longitude, pressão atmosférica, ação dos ventos, mares e das massas de ar. No clima tropical de altitude, três massas de ar moldam suas características. São elas:
- Massa Tropical Atlântica (Ta): exerce maior influência na faixa litorânea do país. Criada no oceano Atlântico, é quente e úmida, provocando chuvas quase o ano inteiro.
- Massa Tropical Continental (Tc): Origina-se na planície de Chaco, que também abrange parte da Bolívia, Argentina e Paraguai, e predomina no interior da região Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil. Essa massa gera ciclos quentes e secos.
- Massa Polar Atlântica (Pa): Fria e úmida, nasce na parte do oceano Atlântico próxima à Patagônia. Quando passa pelo país, provoca geadas no Sudeste, friagem na planície do Pantanal e chuvas na região Nordeste.
Características do clima tropical de altitude
O clima de altitude possui propriedades térmicas e de precipitação (queda de chuva ou neve) que interferem drasticamente nas áreas envolvidas. A influência da massa polar atlântica torna o inverno rigoroso e as temperaturas chegam a uma média inferior a 18°C.
Isso acontece por causa da pressão atmosférica vinda do sul do oceano Atlântico e pela massa de ar tropical continental. Além desses fatores, ocorre a junção dos efeitos das frentes frias e as variações da Zona de Convergência Intertropical – região perto do Equador no qual os ventos criados nos hemisférios Norte e Sul se cruzam.
Já no verão o intenso ciclo de evaporação acima dos oceanos transmite grandes volumes de vapor de água para a atmosfera, provocando chuvas em toda a região Sudeste.
A umidade sofre interferências do relevo e acaba estimulando mais chuvas nas zonas serranas. Esse fenômeno origina alguns problemas, como a erosão de encostas, enchentes e assoreamento dos rios.
Os maiores níveis pluviométricos estão na Serra do Mar – cadeia de montanhas que nasce no estado do Rio de Janeiro e se estende até o norte de Santa Catarina. Por outro lado, no interior do Sudeste as chuvas são mais reduzidas, com revezamento entre estação seca e chuvosa.
Clima tropical de altitude: vegetação
A altitude forma tipos específicos de vegetação, que são resistentes às baixas temperaturas e à dificuldade de acesso a água.
A cobertura de pradarias, que na América do Sul recebe o nome de pampas, é uma das vegetações típicas dos territórios de clima tropical de altitude no Brasil, ocupando mais de 2% do seu bioma.
Essa região é plana e predominam as plantas do tipo herbácea, gramíneas, arbustos e rasteiras. É uma área de exploração agropecuária, pois serve de base alimentar para os bovinos.
Outro tipo de vegetação presente no clima tropical de altitude são as florestas de coníferas – árvores que apresentam sementes, porém não possuem flores e frutos. Elas não dependem da água para o processo reprodutivo e em algumas espécies as folhas são longas e com formato de agulha.
Em outras espécies as plantas perdem as folhas na proximidade do inverno, voltando a crescer na primavera e verão, quando a umidade e temperatura estão favoráveis. Os solos dessas localidades são ricos em resíduos orgânicos.
A espécie mais conhecida de conífera é o Pinheiro-do-Paraná ou Araucária, cujo nome homenageia o local de maior predominância.
Os climas brasileiros
Além do clima tropical de altitude, o território brasileiro possui diversos tipos de climas. Em virtude da sua extensão e estabilidade no Hemisfério Sul, o país encontra-se na parte intertropical do planeta, exceto a região Sul.
As categorias de climas do Brasil são:
Equatorial: predominante em áreas próximas à Linha do Equador, como o Pará, Amazonas, Rondônia, Amapá, Roraima, oeste do Maranhão, e norte do Tocantins e Mato Grosso. O clima é quente e úmido, e as estações do ano não são definidas, pois as temperaturas são altas durante todo o ano.
Tropical: influencia o Sudeste e região Centro- Oeste. Esse clima apresenta somente duas estações: inverno quente e seco, e verão chuvoso e quente.
Tropical Semiárido: predominante em parte do Nordeste, Sertão e norte de Minas Gerais. As temperaturas são elevadas e a umidade do ar é baixa
. As massas de ar que circulam nesses zonas, equatorial continental, tropical atlântica, equatorial atlântica e polar atlântica, chegam completamente secas devido a distância do trajeto.
Tropical Litorâneo: origina-se no Nordeste e se estende até o Sudeste (Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro). As atividades da massa tropical atlântica e os choques com as serras provocam um clima quente e chuvoso
.
Subtropical: predominante na região Sul, motivando apenas duas estações: verão quente e inverno de baixas temperaturas, podendo gear ou nevar.