Resumo de Português - Características do Parnasianismo

As características do Parnasianismo são ligadas a premissa básica do movimento artístico, que se resume a frase “arte pela arte”. Os artistas ligados ao parnasianismo se destacaram na oposição ao romantismo e no uso da linguagem clássica.

A valorização a cultura clássica e a descrição detalhada de objetos e cenas são algumas das principais características do parnasianismo. O movimento parnasiano buscou combater os traços de subjetividade das escolas literárias anteriores a ele.

As características do Parnasianismo são marcadas pela busca da perfeição, o uso da objetividade no tratamento dos temas abordados, o uso da impessoalidade, valorização da metrificação, o uso de temas históricos e a influência direta do objetivismo.

As Características do Parnasianismo

Como já vimos, a “arte pela arte” e a influência do objetivismo são algumas das principais características do Parnasianismo. A contenção de sentimentos, a influência do racionalismo e do universalismo também são destaque nas características do Parnasianismo.

Confira na lista abaixo, mas algumas características do Parnasianismo de destaque:

  • Influência e tradição clássica;
  • Postura antirromântica;
  • Culto a forma, baseada na impassibilidade e impessoalidade;
  • Rimas raras;
  • Preferência por sonetos;
  • Uso de temas históricos, da mitologia grega e da cultura clássica;
  • Valorização da metrificação;
  • Uso de linguagem rebuscada, clássica, refinada e culta;
  • Poesia lógica e complexa;
  • Rigor estético;
  • Rejeição ao lirismo.

Confira abaixo um trecho de um texto que é exemplo de obra do parnasianismo:

Trecho da poesia “O Ídolo”, do livro “Canções Românticas” de 1878, escrita por Alberto de Oliveira.

Sobre um trono de mármore sombrio,
Em templo escuro, há muito abandonado,
Em seu grande silêncio, austero e frio
Um ídolo de gesso está sentado.

E como à estranha mão, a paz silente
Quebrando em torno às funerárias urnas,
Ressoa um órgão compassadamente
Pelas amplas abóbadas soturnas.

Parnasianismo

O parnasianismo é definido tanto quanto um movimento literário, como uma escola literária. Teve a poesia como principal elemento. Esse estilo surgiu na França, em meados do ano 1850, com o principal objetivo de combater o subjetivismo dos movimentos literários já existentes.

Este movimento literário também surgiu com o objetivo de valorizar a arte clássica. O parnasianismo surgiu fazendo forte oposição ao sentimentalismo e a simplicidade da linguagem usadas nos escritos da época.

O parnasianismo surgiu com uma proposta de oferecer uma visão mais realista da sociedade e dos assuntos ligados a ela. Nasceu com a publicação de diversas poesias que afirmavam o valor estético da arte. A linguagem do parnasianismo foi marcada pelo culto a linguagem culta.

Se destacam nomes como: Théophile Gautier (1811-1872), Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891), José Maria de Heredia (1842-1905 e Sully Prudhomme (1839-1907). Gautier foi o responsável foi popularizar a frase “arte pela arte” ligada ao movimento.

Os autores do parnasianismo focavam em detalhar a cena das suas obras e os objetos contidos nelas, com rimas ricas e palavras sofisticadas e não permitiam que a sua visão pessoal sobre o assunto abordado influenciasse na apresentação da história.

O Parnasianismo no Brasil

Assim como no resto do mundo, o Parnasianismo no Brasil ficou marcado pela total divergência com os movimentos anteriores. O marco inicial do parnasianismo no Brasil se deu com a publicação intitulada “Fanfarras”, em 1882, escrita por Teófilo Dias.

O parnasianismo brasileiro ficou ativo até a Semana de Arte Moderna, no ano de 1922. Teve grande influência do parnasianismo internacional, mas ao decorrer do tempo foi formado suas características próprias.

Fez oposição ao romantismo, mas também fez oposição ao universalismo, que foi bastante presente nas obras do parnasianismo francês. Os autores do parnasianismo no Brasil buscavam ter uma visão neutra da realidade, sem deixar os acontecimentos externos afetar suas produções.

Os autores do parnasianismo no brasil acreditavam que o sentimentalismo exacerbado poderia afetar a capacidade criativa e profissional do escritor. Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia são os nomes de maior destaque desse movimento, no Brasil.

Esses três autores ficaram conhecidos como a “Tríade Parnasiana”. Juntos, foram muito importantes para a história da literatura brasileira e tratavam os temas com perfeição, realidade e objetividade.

Alberto de Oliveira se destacava pela busca da perfeição e pelo uso de uma linguagem aprimorada e sofisticada. Sua obra mais conhecida é intitulada “Meridionais”, publicada em 1884. “Versos e Rimas” e “Poesias” são outras obras que também merecem destaque.

Olavo Bilac foi escritor do Hino à Bandeira e se destacava pelo uso de temas históricos e pela dedicação ao público infantil. Sua obra mais conhecida é intitulada “Poesias”. “Ironia e Piedade” e “Crítica e Fantasia” são outras obras que também merecem destaque.

Raimundo Correia se destacava pelo uso de temas da cultura clássica. Sua obra mais conhecida é intitulada “Sinfonias”, publicada em 1883. “Versos e Versões” e “Aleluias” são outras obras que também merecem destaque.

Alberto de Oliveira e Olavo Bilac foram sócios e fundadores da Academia Brasileira de Letras, já Raimundo Correia foi um dos fundadores do Sodalício Brasileiro. Confira abaixo um trecho de um texto que é exemplo de obra do parnasianismo:

Trecho da poesia “Aspiração”, do livro “Versos e Rimas” de 1895, escrita por Alberto de Oliveira.

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,
Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;
Dar ao sopro do mar o seio perfumado,
Ora os leques abrindo, ora os leques fechando;

Só de meu cimo, só de meu trono, os rumores
Do dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,
E no azul dialogar com o espírito das flores,
Que invisível ascende e vai falar ao sol;

Sentir romper do vale e a meus pés, rumorosa,
Dilatar-se e cantar a alma sonora e quente
Das árvores, que em flor abre a manhã cheirosa,
Dos rios, onde luz todo o esplendor do Oriente;

E juntando a essa voz o glorioso murmúrio
De minha fronde e abrindo ao largo espaço os véus,
Ir com ela através do horizonte purpúreo
E penetrar nos céus;

Ser palmeira, depois de homem ter sido! est’alma
Que vibra em mim, sentir que novamente vibra,
E eu a espalmo a tremer nas folhas, palma a palma,
E a distendo, a subir num caule, fibra a fibra. 

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