A brucelose é uma doença que pode ser transmitida para o ser humano através de animais infectados. A contaminação pode acontecer de duas formas: pelo contato direto ou indireto com os animais, ou pelo consumo de produtos alimentícios de origem animal que estão contaminados.
A brucelose também é conhecida por outras nomenclaturas como, febre de Malta, febre ondulante, febre mediterrânea ou de Gibraltar. A patologia é muito comum, tendo sua incidência em maior escala em alguns países da América do Sul.
Os seres humanos não são os únicos que podem ser afetados com a brucelose. Na verdade, eles são os últimos hospedeiros. A brucelose é uma zoonose, ou seja, a principal via de transmissão da doença são os animais.
A doença infecciosa é causada pela bactéria Brucella e suas derivadas:
- Brucella abortus – Uma cocobactéria gram-negativa que afeta geralmente os bubalinos bovinos leiteiros.
- Brucella suis – Uma bactéria que causa brucelose suína e atinge principalmente os porcos e mamíferos selvagens.
- Brucella melitensis – Uma bactéria patogênica cocobacilar que pode ser transmitida por moscas e infecta na maioria das vezes os caprinos, camelídeos e ovinos.
- Brucella ovis – Cocobacilo gram-negativo que afeta ovinos.
- Brucella neotomae – Afeta principalmente os ratos do deserto e de florestas.
- Brucella canis – Uma proteobactéria gram-negativa que provoca brucelose em cães.
- Brucella delphini – atinge animais marinhos como a foca ou a baleia.
Em todos os casos a contaminação pode ocorrer quando os seres humanos entram em contato direto com alguma dessas espécies que já apresentam as bactérias, ou quando consomem leite não pasteurizado, carne mal passada, queijo ou manteiga contaminada.
A brucelose é um problema social. Os impactos da doença afetam todo o mundo, podendo ir desde a produção e distribuição de carnes e bebidas lácteas, causando vários prejuízos econômicos, até os problemas de saúde pública.
Transmissão da brucelose humana
A Brucella ssp. que pertence à família Brucellaceae é a causadora da brucelose. De acordo com o Ministério da saúde, a doença está diretamente relacionada com os ambientes ocupacionais e pertence à lista de doenças vinculadas ao trabalho.
Pessoas que trabalham diretamente com a pecuária e com produtos de alimentos derivados de leite, compõem o grupo de risco da doença. Incapacidade no trabalho e queda no rendimento são os primeiros sintomas que podem surgir.
As pessoas que regularmente trabalham com o manejo de animais, como os trabalhadores rurais, açougueiros, profissionais da saúde que aplicam vacina, devem ficar atentos às formas de infeção.
A exposição ao gado bovino, cabras, cavalos, porcos e ovelhas aumenta as chances de infecção. Principalmente o contato com os animais mamíferos, que são os hospedeiros principais da bactéria.
Não é preciso muita carga bacteriana para a infecção. No caso da B. melitensis por exemplos, entre 10 e 100 bactérias são suficientes para infectar o animal.
Para os demais, as principais vias de transmissão da brucelose é pela ingestão de alimentos contaminados. Mas a doença também pode ser contraída pela inalação da bactéria, quando respiramos em ar contaminado.
Mesmo sendo raro, a transmissão também pode ocorrer pela atividade sexual ou transfusão sanguínea e transplantes de órgãos.
Sintomas da Brucelose humana
A brucelose pode prejudicar vários órgãos do corpo humano. Os sintomas da infecção são muito parecidos com o de outros contágios, o que pode dificultar um pouco o diagnóstico e tratamento adequado. Os indícios mais comuns são:
- Fraqueza;
- Mal-estar;
- Sudorese noturna – (excesso de suor);
- Cansaço;
- Febre intermitente;
- Calafrios;
- Perda de peso;
- Dores (de cabeça, articulares, musculares, no abdômen e nas costas)
O tempo de incubação da brucelose humana é de cinco a 60 dias. O período corresponde ao momento em que a bactéria se instala no organismo até os primeiros sinais da doença.
Diagnóstico e tratamento
É justamente por conta dos sintomas, comuns a outras doenças causadas por vírus, como a exemplo do Zika, ou gripe H1N1, que os casos não são identificados e tratados da forma correta.
Não são raras as vezes em que os médicos não conseguem identificar a origem da febre, por exemplo.
Por isso, é preciso fazer um levantamento do histórico clínico do paciente e uma avaliação minuciosa para ter um diagnóstico preciso.
Também é importante que aconteça uma investigação das condições de trabalho do paciente e dos seus hábitos alimentares. Como por exemplo, saber se se as bebidas lácteas e as carnes consumidas, são tratadas de forma adequada.
Exames de laboratório como o hemograma, isolamento da bactéria no sangue e medula óssea, sorologia e proteína C reativa são utilizados para confirmar o quadro.
Para os seres humanos, o tratamento acontece com o uso de antibióticos. Caso não seja tratada de forma apropriada, o quadro pode avançar e se tornar uma doença crônica.