O artigo de opinião é um texto dissertativo onde o autor apresenta o seu ponto de vista sobre determinado assunto. É comum as pessoas se posicionarem sobre diversos assuntos, por isso, é muito importante mais do que apenas saber o que acontece no mundo, mas também ter conhecimento aprofundado sobre as ocorrências para se posicionar e defender o ponto de vista de maneira coerente.
Características do artigo de opinião
As principais características do artigo de opinião são:
- Linguagem objetiva (3ª pessoa) ou subjetiva (1ª pessoa);
- Apresentação de uma ideia ou ponto de vista sobre determinado assunto;
- Na maioria das vezes em que o verbo aparece, ele está no tempo presente;
- Geralmente, o título do texto é polêmico ou provocador;
- É preciso obedecer à linguagem padrão;
- O texto é dividido em três partes: exposição, interpretação e opinião.
Além dessas características, para escrever um artigo de opinião o autor pode utilizar procedimentos argumentativos para conseguir convencer o leitor. Veja alguns desses procedimentos:
- Estabelecer uma relação de causa e consequência;
- Fazer comparação com épocas e lugares;
- Construção antecipada de contra-argumentos, ao antecipar uma possível crítica dos leitores (é importante que, ao escrever, o autor saiba a qual público o texto será destinado);
- Estabelecer diálogo com o leitor;
- Produzir afirmações de efeito.
Estrutura de um artigo de opinião
O artigo de opinião é subdividido em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução – ocupa o primeiro parágrafo do tema. É onde será apresentada a tese, ou seja, o problema a ser resolvido. Nesse parágrafo introdutório o autor deve nortear o leitor de toda a discussão que será vista ao longo do texto.
Desenvolvimento – é a parte mais extensa do texto. É nessa parte que o autor deve argumentar para convencer o leitor sobre a opinião apresentada, além de prender a sua atenção com ideias fazendo com que ele se sinta representado pelas suas palavras. Também no desenvolvimento de um artigo de opinião que deve ser feita a defesa de ideias.
Conclusão – é o momento de mostrar suas resoluções sobre o que foi apresentado e defendido. Por isso, é necessário apresentar uma proposta de solução para o problema que foi discutido.
Exemplos
Veja um trecho de um artigo de opinião sobre a “Violência Contra Mulher”, escrito pela assistente social, psicopedagoga, coordenadora do Casep (Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório) de Itajaí, Verônica de Oliveira.
“A Lei nº 11.340, sancionada em 07 de agosto de 2016, visa salvaguardar as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar”. A lei serve para todas as pessoas que se identificam com o sexo feminino, heterossexuais, homossexuais, e as mulheres transexuais também estão incluídas.
A lei Maria da Penha tem caminhado para consolidar um importante avanço, demonstrar para toda a sociedade que a violência doméstica e familiar tem características próprias e raízes culturais complexas. A violência seja qual o seu gênero é o fato de agir contra a sua vontade empregando a força ou a intimação, ou seja, é crime.
Contudo, ainda precisa ser aplicada severamente possuindo equipamentos necessários para a efetivação da mesma. Antecedente a lei Maria da Penha o homem que cometia violência contra o gênero era considerado “covarde”, após a criação da lei o indivíduo é considerado “criminoso”.
Então o que acontece que a cada dia no nosso país os números de violência contra as mulheres aumentam e muitas delas chegam a morte?
A violência não possui classe social, ela acontece em todos os lares e por vários fatores, mas o maior motivo é a possessividade e o machismo.
Para as pessoas inseridas em contextos agressivos, a violência vai se tornando a forma predominante delas se relacionarem com os outros. E dessa maneira a violência vai também passando de geração em geração.”
O homem cogita que a mulher é uma mercadoria e que pertence somente a ele, e quando o relacionamento é rompido, o mesmo não aceita e parte para a agressão física e psicológica fazendo uso da frase obtuso “se não ficar comigo, não ficará com mais ninguém”.
Analise também outro artigo escrito por Felipe Cândido Silva, aluno do Ensino Médio da Escola Professor Souza da Silveira, localizada no Rio de Janeiro. Ele foi premiado no Concurso de Redação Folha Dirigida 2009. Felipe escreveu sobre o racismo no Brasil.
“… Manchetes de jornais relatam: “Homem negro sofre racismo em loja”; “Mulheres recebem salários mais baixos que os homens”; “Rapaz homossexual é espancando na rua”; “Jovens de classe alta colocam fogo em mendigo”; “Hospitais públicos em condições precárias não conseguem atender pacientes”; “Ônibus não param para idosos”. “Escola em mau estado é interditada e alunos ficam sem aula”; e muitas outras barbaridades. Isso mostra que os governantes não estão fazendo a sua parte.
Mas pequenos gestos do dia a dia – como preferir descer do ônibus quando um negro entra nele; sentar no lugar de idosos, gestantes e deficientes físicos, humilhar uma pessoa por sua religião, opção sexual ou por terem profissões mais humildes – mostram que também precisamos mudar.
A questão da etnia vem sendo discutida no mundo todo, inclusive no Brasil, que é um país mestiço, onde ocorre a mistura, principalmente, de negros, brancos e índios. Por mais que se diga que todas as pessoas são iguais, independente da cor de sua pele, o racismo continua existindo. Músicas, brincadeiras, piadas e outras formas são usadas para discriminar os negros. Até mesmo a violência se faz presente, sem nenhum motivo lógico.
As escolas fazem sua parte criando disciplinas que mostram a importância que cada cultura tem para a cultura geral do país. “E educando as crianças para que não cometam os mesmos erros dos mais velhos, pois preconceito se aprende, ninguém nasce com ele.”