Resumo de Biologia - Aranha marrom

A aranha marrom é um animal peçonhento que mede no máximo 3 centímetros, possui seis olhos e pernas longas e finas. Esse animal pertence ao gênero loxosceles, que possui 18 espécies no Brasil e 134 em todo o mundo.

Conhecida como aranha violino em Portugal, a aranha marrom está presente em todo o Brasil e com maior frequência na Região Sul e Região Sudeste. Ela pode ser encontrada no meio ambiente e em locais domésticos.

Na natureza, a aranha marrom vive em áreas livres, cascas de árvores, folhas secas e sob rochas. Nas residências, ela prefere locais escuros e se instala atrás de móveis, garagens, dentro de sapatos e em roupas.

Esse animal não costuma atacar humanos, mas quando se sente ameaçada pode picar e soltar um veneno. A picada é indolor, contudo após 12h surgem alterações na região atingida pelo veneno, que variam de coceira até necrose.

Principais características das aranhas

As aranhas marrons fazem parte do grupo dos animais invertebrados, filo dos artrópodes e classe dos aracnídeos. Elas estão presentes em todos os continentes e em praticamente todos os habitats terrestres.

De modo geral, as aranhas possuem quatro pares de patas, um par de pedipalpos, quelíceras e fiandeiras. O corpo delas é dividido em cefalotórax (cabeça + tórax) e abdome.

As aranhas alimentam-se principalmente de insetos e são caçadoras natas. Algumas espécies tem hábitos alimentares diferentes, a exemplo da aranha carangueja golias, que pode se alimentar de sapos, ratos e pequenas aves.

A reprodução das aranhas é sexuada com fertilização interna, mas indireta. As fêmeas podem colocar até 3.000 ovos nas ootecas (bolsas de seda). Ainda nos ovos, esses animais passam pelo estágio do larvar e eclodem como jovens, mas com uma forma de adulto.

A picada da aranha marrom

Acidentes com aranhas marrons são bem comuns. Geralmente ocorrem quando elas são esmagadas ou empurradas contra o corpo de humanos. Isso acontece, por exemplo, quando se veste uma roupa ou calçado onde esses animais estão escondidos. 

Como resposta de defesa, elas picam o indivíduo que nem sempre percebe, pois a marca é imperceptível e a dor só aparece depois. Por volta de 12 a 24 horas após o acidente começam a surgir as primeiras manifestações.

87% a 98% dos casos de acidentes com a aranha marrom se manifestam de forma cutânea. Os principais sintomas são dor, inchaço e vermelhidão na região picada. Depois de 24 a 72 horas também podem surgir:

  • Lesão incaracterística: bolha serosa, calor e rubor, dor e queimação;
  • Lesão sugestiva: enduração, bolha serosa, equimose (mancha de sangue), dor e queimação;
  • Lesão característica: dor e queimação, necrose e lesões hemorrágicas regionais com áreas pálidas de isquemia.

As alterações mais comuns do estado geral são: astenia (diminuição da força muscular), febre nas primeiras 24 horas, cefaleia, mialgia (dor muscular), náuseas, vômito, visão turva, diarreia, sonolência, irritabilidade, entre outras.

As manifestações ainda podem se apresentar de forma cutâneo-visceral, que corresponde de 1% a 13% dos casos. Nesses casos pode haver anemia e icterícia (coloração amarela na pele).

Os casos mais graves da forma cutânea podem evoluir para insuficiência renal aguda, a principal causa de óbitos por acidentes com aranhas marrons.

Tratamento

Após a picada da aranha marrom, o indicado é lavar a região com água e sabão, mas não fazer torniquetes. Também não convém furar, cortar, queimar, espremer ou fazer a sucção da região afetada.

O procedimento mais adequado é levar a vítima para o posto de saúde mais próximo. No local, o paciente irá receber o tratamento adequado que pode ser soro antiloxoscélico (SALOx), soro antiaracnídico (SAAr) ou outros tipos de tratamento.

Prevenção

A prevenção de acidentes com aranhas marrons pode ser por meio da adoção de algumas atitudes. Confira:

  • Limpar frequentemente móveis como armários, cômodas e quadros;
  • Sacudir as roupas antes de usá-las;
  • Usar equipamentos de proteção individual (EPI) apropriados quando entrar em cavernas, depósitos, etc.;
  • Evitar o acúmulo de lixo e entulhos nas proximidades das casas;
  • Não deixar as camas encostadas na parede e roupas de cama no chão;
  • Caso encontre uma aranha marrom, não matá-la ou pisá-la;
  • Não colocar a mão em buracos na terra.

Principais espécies

Existem várias espécies de aranhas marrons, as mais conhecidas são:

Loxosceles similis – primeira espécie de aranha marrom encontrada no Brasil. Assim como as demais da espécie, ela é pequena e a sua picada demora de 6 a 12 horas para se manifestar na pele;

Loxosceles rufescens – também conhecida como aranha violino ou aranha reclusa mediterrânica, essa espécie é comum no Mediterrâneo, Norte da África e Europa. Ela se destacada pela carapaça amarelada e ligeiramente vermelha.

Loxosceles amazônica – essa espécie é encontrada na Região Norte e Região Nordeste do país. Ela possui uma coloração marrom, cefalotórax e pernas menos pigmentados e abdome quase preto.

Loxosceles laeta considerada a espécie mais perigosa do gênero Loxosceles, isso porque, a sua mordida geralmente produz reações sistêmicas muito graves. Ela é encontrada na Região Sul do Brasil, Finlândia e Austrália.