A acetilcolina (ACh) é um hormônio produzido no sistema nervoso central (SNC) e no sistema nervoso periférico (SNP). Esse neurotransmissor influencia diretamente na memória, aprendizado e vigília (sono).
O déficit desse neurotransmissor no organismo pode comprometer gravemente o funcionamento cerebral, causando hiperatividade, déficit de atenção (DDA), Mal de Alzheimer, entre outras doenças.
A acetilcolina atua no organismo como um mecanismo mensageiro entre as células nervosas (neurônios).
Deste modo, os maiores efeitos desse neurotransmissor são no sistema cardiovascular, muscular, excretor, sistema respiratório e nervoso.
Síntese e liberação
Classificada como um éster do ácido acético e da colina, a acetilcolina é uma molécula de características simples, com produção concentrada no citoplasma das terminações. Sua fórmula molecular é C7H16NO2 e massa molar 146.2 g mol-1.
A ACh tem suas ações mediadas pelos receptores nicotínicos e muscarínicos. A reação química que forma esse neurotransmissor é impulsionada pela enzima acetil-transferase (ChAT), sendo disposta da seguinte forma:
Acetil CoA + Colina = Acetilcolina
A colina é transportada para o axoplasma do neurônio, através dos pontos extraneuronais por um processo de captação de colina de alta e baixa afinidade.
Após ser sintetizada, a ACh é transportada para as vesículas de armazenamento. Cada vesícula possui de 1 mil a mais de 50 mil moléculas de acetilcolina, além de adenosina trifosfato (ATP) e uma proteína chamada de vesiculina.
Quando liberada pelos neurônios, a acetilcolina pode se ligar a dois receptores diferentes: nicotínicos e muscarínicos.
Os primeiros são ionotrópicos, isto é, canais iônicos de ação direta, que operam nas sinapses neuronais e neuromusculares.
Já os muscarínico são metabotrópicos, ou seja, a ação é indireta, e estão ligados a uma proteína G que atua nas sinapses neuronais. Eles ainda são divididos em 5 tipos de receptores, nomeados de M1 a M5.
Efeitos no organismo
Como já dito a ACh atua como um mensageiro entre as células nervosas e as várias partes do corpo.
O processo em cadeia que é gerado permite a criação de complexo sistema de comunicação que controla as atividades intracelulares e extracelulares.
Ao ligar-se com os seus respectivos receptores (nicotínicos ou muscarínicos), a acetilcolina passa a atuar de diferentes formas no corpo humano. Confira abaixo alguns exemplos:
- Sistema nervoso: esse hormônio possui um papel importante nas funções cognitivas, como o aprendizado, atenção e memória. Algumas drogas bloqueiam a produção da ACh, com isso podem surgir déficits de cognição e até sintomas psicóticos.
- Sistema respiratório: a ACh propicia o fechamento do esfíncter pós-capilar, causando enchimento dos capilares sinusoides venosos e extravasamento de líquidos, além disso aumenta o volume da submucosa e vasodilatação.
- Sistema cardiovascular: os efeitos da ACh nesse sistema incluem vasodilatação (dilatação das veias), diminuição da frequência cardíaca, redução da força de contração cardíaca e queda da condução nervosa nos nodos sinoatrial e atrioventricular.
Alimentos ricos em acetilcolina
A colina, substância responsável pela geração de acetilcolina, é extremamente importante para o bom funcionamento do corpo. Essa substância pode ser encontrada em alimentos como:
- Amendoim;
- Aveia;
- Cogumelos;
- Feijão;
- Fígado;
- Gema de ovo
- Leite e soro de leite;
- Levedura
- Queijo;
- Sementes de girassol;
- Soja;
Outros neurotransmissores
Os neurotransmissores são produzidos pelas células nervosas, os neurônios, e através deles é possível enviar informações para as outras células do corpo.
Conheça abaixo outras substâncias tão importantes quanto a acetilcolina:
- Adrenalina: também conhecida como epinefrina, essa substância é produzida pelas glândulas suprarrenais. Ela faz parte do grupo das aminas (compostos orgânicos) e sua fórmula molecular é C9H13NO3.
Esse hormônio funciona como um mecanismo de defesa do corpo,
sendo liberado toda vez que é necessário responder a algum estímulo externo, como stress, perigo, medo ou fortes emoções.
- Dopamina:
tal hormônio é liberado pelo hipotálamo e é conhecido popularmente como o “hormônio do prazer”.
Isso porque, ele é liberado durante os exercícios físicos, a meditação, o sexo e até mesmo ao comer algo apetitoso.
A dopamina quando liberada produz a sensação de bem-estar. Os baixos níveis desse hormônio no sangue podem causar cansaço e indisposição, além de estar associada ao mal de Parkinson.
- Endorfina: por fazer parte da família da feniletilamina, como a dopamina,
a endorfina também é considerada um “hormônio do prazer”,
sendo produzida pela glândula hipófise.
Esse hormônio é considerado importante para o corpo humano, pois promove o efeito de antienvelhecimento, melhora o funcionamento do sistema imunológico, melhora a memória e controla a depressão e ansiedade.
- Serotonina: sintetizado nos neurônios serotoninérgicos do SNC e nas células de Kulchitsky (mucosa intestinal), esse hormônio faz parte do grupo das monoaminas e possui formula molecular N2OC10H12.
Quando liberada no sangue, a serotonina produz uma sensação de bem-estar e satisfação. Além disso, ela controla o sono, o apetite, o humor e a temperatura corporal. Logo, a sua falta no organismo pode causar estresse e ansiedade.
Resumo sobre acetilcolina
- Hormônio produzido pelo Sistema Nervoso Central (SNC) e pelo Sistema Nervoso Periférico (SNP);
- Influencia na memória, aprendizado e no sono;
- Funciona como mensageiro entre os neurônios;
- Surge a partir da reação química enzima acetil-transferase (ChAT), sendo: Acetil CoA + Colina = Acetilcolina.