Questão 4 Comentada - Prefeitura Municipal de Itaquitinga - Técnico - enfermagem - IDHTEC (2016)

MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)

Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando -o dia da humanidade.

(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) 



Na última estrofe do poema:
  • A O eu lírico substitui uma visão passadista e de sofrimento e passa a vislumbrar um tempo de esperança.
  • B O eu lírico se sente tentado a se entregar de vez a um futuro de escuridão.
  • C O eu lírico percebe que o futuro será bem melhor desde que haja perfeita união entre os povos que formam a região.
  • D O eu lírico continua em sofrimento, mas tem esperança de que a humanidade decida ajudar e acabar com a escravidão.
  • E O eu lírico acredita que só com outros filhos, outras pessoas, a nação pode se livrar da ação demoníaca da escravidão.