Questão 2 do Concurso Fomento Paraná (AFPR) - Advogado - COPS-UEL (2013)

Agências que oferecem serviço eventual de faxineiras. Eletrodomésticos mais práticos e compactos. Comida congelada e produtos de higiene mais eficientes e concentrados. Alta expressiva no número de famílias que optam por diaristas. Vale tudo para compensar a escassez de empregadas domésticas mensalistas no Brasil. Cerca de 500 mil mulheres, 10% do total, largaram a profissão entre 2009 e 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As profissionais que se ocupavam dos afazeres domésticos tiveram acesso à educação e optaram por se recolocar em postos de trabalho no setor de comércio e serviços. E o mercado tem respondido com novos serviços e produtos para suprir os hábitos  das famílias. 

De 2000 a 2012, cresceu três vezes e meia o custo de manter uma funcionária na residência, informa a consultoria econômica LCA, com base na inflação oficial. Em 2012, o custo do serviço aumentou 12,8%, quase o dobro da inflação. Para a economista Hildete Pereira de Melo, especializada no estudo do trabalho doméstico, sem a figura da mulher contratada para cuidar da casa, as relações familiares tendem a ser mais igualitárias. As estatísticas, porém, mostram que essa mudança caminha em ritmo lento. “Em alguns lares, filhos e homens ganham mais responsabilidades. Mas, na maioria, é a mulher que fica sobrecarregada”, afirma Alexandre Fraga, sociólogo do trabalho na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Mas há transformações em curso. Na casa do professor carioca Cosme da Cunha, de 36 anos, a esposa, Marta, tem horários mais apertados e ele é quem dá conta da rotina doméstica e da filha Helena, de 3 anos.  Cunha dá banho e alimenta a menina, que depois passa o dia na escola. Os adultos cooperam na faxina pesada de acordo com suas aptidões e tempo livre. “Escolhemos preservar nossa intimidade e segurar as pontas sozinhos. O lado ruim é ficar mais cansado, mas fazemos tudo aproveitando a família reunida”, diz. Para poupar tempo, Cunha apela para a comida congelada e investiu em um congelador avantajado. Lava-louças, aspiradores de pó e até máquinas que passam roupa entram no esforço para cortar o tempo gasto com tarefas domésticas. A expectativa da indústria é de alta de até 30% nas vendas de eletrodomésticos nos próximos anos. Cresceu também a procura por produtos de limpeza menos agressivos para quem vai manusear. “As donas de casa não investiam em tecnologia porque quem cuidava da limpeza era a empregada. Agora, elas querem fugir das tarefas mais desagradáveis e estão dispostas a pagar mais por isso”, afirma Maribel Suarez, professora do Centro de Estudos em Consumo da Coppead/UFRJ.



Quanto aos termos: “mulheres” (linha 04), “mulher” (linha 12), “mulher” (linha 14), “esposa” (linha 16) e “elas” (linha 26), assinale a alternativa correta.
  • A As “mulheres” citadas na linha 4 são donas de casa que abandonaram sua ocupação desestimuladas pela sobrecarga de trabalho.
  • B A “mulher” citada na linha 12 é uma funcionária que acentuava as diferenças entre a rotina de donas de casa com tempo livre e a de homens atribulados.
  • C A “mulher” citada na linha 14 é a pessoa que, no interior da família, é a mais penalizada com o afastamento das empregadas domésticas.
  • D A “esposa” citada na linha 16 é um exemplo de mulher que se exime de responsabilidades domésticas.
  • E O termo “elas” citado na linha 26 é uma retomada do novo modelo feminino que passou da condição de empregada doméstica à condição de patroa.