INSTRUÇÃO: Leia atentamente a crônica literária abaixo e responda à questão.
Aos poucos pesa em nosso corpo (e na alma não menos) a realidade de que o rio que empurra a vida não é miragem. Manchas, rugas, cansaço, impaciência e, sempre espiando atrás das portas, o medo: estou fora dos padrões, fora do esquadro, devo impedir isso, preciso mudar? O grande engodo da nossa cultura nos convoca: a endeusada juventude tem de ser a nossa meta.
Correr para frente, voltados para trás.
Ou nascemos assim, querendo permanência e achando, infantilmente, que criança não sofre, adolescente não adoece, só na adultez e na maturidade, pior ainda, na velhice, acontecem coisas negativas. Esquecemos a solidão, a falta de afeto, a sensação de abandono, o medo do escuro ou da frieza dos adultos, tudo o que nos atormentou nesse frágil paraíso chamado infância, ainda que ela tenha sido boa.
(LUFT, Lya. O tempo é um rio que corre. Rio de Janeiro: Record, 2014.)
Sobre as palavras atrás (sempre espiando atrás das portas) e trás (voltados para trás.), assinale a afirmativa correta.
- A Ambas são advérbios, podem tomar o lugar uma da outra, pois são usadas de igual forma sintática.
- B Trás, advérbio de lugar, indica na parte posterior e vem sempre seguido de preposição.
- C Atrás, além de indicar lugar, como no texto, pode indicar tempo passado.
- D Atrás, advérbio, aparece sempre precedido de preposição, formando uma locução adverbial.