Leia o texto a seguir para responder à questão:
Por que alguns são pontuais e outros não?
No início do relacionamento, antes de se casarem, Anne Kelsh trabalhava de casa e gostava de preparar o jantar para o parceiro – o que ela descrevia como “o prazer do papel doméstico”.
Ele disse que gostava de jantar às 18 horas. Para Anne, esse horário era um pouco cedo, mas ela estava disposta a se adaptar – até que percebeu que “quando ele dizia 18 horas, era 18 horas em ponto”.
Para ela, o horário era mais uma sugestão. “Oito da noite é o horário em que a cortina sobe num espetáculo, e você precisa estar lá nesse horário”, disse. “Mas o jantar é só o jantar. É o jantar na nossa própria casa. Eu não conseguia entender esse senso de rigidez.”
A pontualidade, após o casamento, tornou-se uma fonte constante de atrito. Anne, que sempre teve dificuldades em cumprir horários, costumava dizer: “Eu me casei com você, não entrei para o Exército.”
Enquanto isso, o marido frequentemente se irritava com a incapacidade dela de chegar pontualmente a compromissos e encontros, um hábito que ele considerava grosseiro.
Discussões sobre pontualidade são comuns, mas especialistas dizem que, muitas vezes, elas são apenas um reflexo de algo mais profundo: as diferentes formas de como nos relacionamos com o tempo.
Na década de 1950, o antropólogo Edward T. Hall cunhou os termos “monocrônico” e “policrônico” para descrever diferentes atitudes culturais em relação à gestão do tempo.
Nos países do norte da Europa e nos Estados Unidos – que Hall chamou de sociedades “monocrônicas” –, ele observou que as pessoas tendem a enfatizar prazos e a realizar tarefas de forma sequencial, completando uma antes de iniciar outra. Já na América Latina, na África e no Oriente Médio – que ele classificou como sociedades “policrônicas” –, percebeu que as pessoas se sentem mais à vontade em mudar de foco no meio de uma tarefa e são menos rígidas com horários.
Estudos mostram que as pessoas são mais criativas, motivadas e produtivas quando trabalham em seu estilo preferido – quer alternando entre várias tarefas quer focando intensamente em uma só. Compreender sua própria relação com o tempo pode facilitar sua vida e ajudar a evitar conflitos com as pessoas ao seu redor.
(O Estado de S.Paulo, agosto de 2025. Adaptado)
Para Anne, justificava-se a rigidez de horário diante da seguinte situação:
- A no início de um relacionamento.
- B em uma apresentação teatral.
- C em uma convivência de anos.
- D nos compromissos sociais.
- E no trabalho em casa.