Prova da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Bibliotecário - UFMG (2025) - Questões Comentadas

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O propósito comunicativo central desse texto é

  • A apresentar as origens históricas e filosóficas da inveja sob um prisma religioso.
  • B descrever os malefícios da inveja e seus desdobramentos na sociedade atual.
  • C discorrer sobre a complexidade da inveja em uma perspectiva interdisciplinar.
  • D explicitar a pluralidade subversiva da inveja por um viés sociológico e literário.

Com base no texto lido, é correto afirmar que a inveja

  • A é um sentimento frequentemente contraditório e oculto, que revela ao invejoso sua própria identidade, gerando nele sofrimento e sentimento de anulação diante daquilo que ele não é.
  • B deve ser concebida como um fenômeno pejorativo, embora funcione como mecanismo substancial de aprimoramento humano e psíquico diante das fraturas constitutivas da existência.
  • C mostrou-se indispensável à humanidade, pois, simbolizada na ação moralmente repreensível da serpente, permitiu acesso ao conhecimento e conduziu aos mistérios do Paraíso.
  • D é uma emoção silenciosa e, assim como a coragem, se manifesta nas ações humanas de forma indireta e estratégica, mantendo laços estreitos com a intriga e com as inverdades.

Assinale a alternativa em que a preposição “para”, destacada nos trechos extraídos do texto I, não indica ideia de finalidade.

  • A “Como o Iago de Shakespeare, o invejoso faz desvios para alcançar seu objetivo, que é destruir o outro que ele não pode ser”.
  • B “[...] assim como no ato de Caim matando Abel ou no ato de Pilatos entregando Jesus para ser morto em vez de Barrabás [...]”.
  • C “[...] a inveja é o sentimento do diabo personificado na serpente que se move para corromper a inocência do casal criado por Deus”.
  • D “[...] mas também no gesto dos irmãos de José que vendem o irmão caçula para mercadores egípcios [...]”.

Nos trechos a seguir, extraídos do texto I, a estratégia argumentativa empregada está corretamente explicitada entre parênteses, exceto em

  • A “A história da inveja se confunde com a história de outras paixões tristes como o ódio, em cujas manifestações ela se torna conhecida. Na contramão, a inveja é algo que se esconde. Vivida por muitos como um tormento silencioso, ela expõe a verdade do invejoso para ele mesmo [...]”. (CONTRASTE)
  • B “Na mitologia grega, ela é personificada pelo deus Phthónos, causador de danos. No candomblé, a inveja é Ilara, uma força maléfica que deve ser evitada a todo custo. Afeto fundador da cultura ocidental, no Gênese bíblico, a inveja é o sentimento do diabo, personificado na serpente que se move para corromper a inocência do casal criado por Deus”. (CAUSA E EFEITO)
  • C “Como o Iago de Shakespeare, o invejoso faz desvios para alcançar seu objetivo, que é destruir o outro que ele não pode ser. Ele atalha, sorrateiro, como a menina Ofélia, de Clarice Lispector, corroborando a miséria que toma conta dos sentidos”. (COMPARAÇÃO)
  • D “A inveja é um afeto impopular. Admiração sem amor, êxtase sem prazer, apetite sem desejo, disposição sem amizade, fascínio sem admiração, olhar que devora sem fome que o desculpe. Paixão envergonhada, a inveja é um sentimento que causa mal-estar em quem o sente, tendo como alvo um outro que, na posição de invejado, não sentirá nada parecido com seu algoz”. (DEFINIÇÃO)

No processo de comunicação, a linguagem desempenha diferentes funções. Ao abordar a questão da inveja no primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar que a autora faz uso da função

  • A metalinguística da linguagem, com o objetivo de elucidar a noção multifacetada da inveja a partir de um trabalho definicional de caráter simbólico.
  • B referencial da linguagem, com o intuito de apresentar ao leitor informações históricas sobre a inveja, valendo-se da descrição de exemplos bíblicos.
  • C poética da linguagem, com o propósito de destacar a natureza dúbia da inveja por meio da exploração estética da mensagem veiculada.
  • D fática da linguagem, com a finalidade de ressaltar sua apreciação sobre o tema ao empregar traços subjetivos que caracterizam a inveja.