Questões de Medievalidade Europeia (História)

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Conforme Perry Anderson, no seu livro Passagens da antiguidade ao feudalismo, um dos diversos efeitos da “parcelarização feudal de soberanias” foi

  • A a horizontalização do estado feudal.
  • B o fim do arrendamento de terras.
  • C o surgimento das cidades medievais.
  • D a concentração da soberania num único centro.
  • E a incompatibilidade dos lotes camponeses alodiais.

Leia o texto a seguir.

A União Soviética, onde os serviços públicos pré-revolucionários haviam sido exterminados durante a revolução, e onde o regime pouco havia se incomodado com questões constitucionais durante o período de mudança revolucionária, chegou a dar-se ao trabalho de promulgar em 1936 uma constituição inteiramente nova e muito minuciosa (“um véu de frases e preceitos liberais encobrindo a guilhotina escondida no fundo”), fato que foi aclamado na Rússia e no exterior como o fim do período revolucionário. No entanto, a publicação da Constituição coincidiu com o início do gigantesco superexpurgo que, em menos de dois anos, liquidou a administração existente e apagou todos os vestígios de vida normal e da recuperação econômica conseguida durante os quatro anos que se seguiram à liquidação dos kulaks e à coletivização forçada da população rural. Daí por diante, a Constituição stalinista de 1936 teve exatamente o mesmo papel que a Constituição de Weimar sob o regime nazista.

ARENDT, Hannah. O Totalitarismo no Poder. In: Origens do Totalitarismo. Antissemitismo, Imperialismo, Totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 439-511.



Conforme o texto, a aproximação entre o regime soviético e o nazista se deu de que forma?

  • A Ignorando completamente a constituição nacional.
  • B Institucionalizando amplamente o terror ao comunismo.
  • C Ampliando fortemente a atuação democrática entre a elite.
  • D Aceitando abertamente a coletivização da população rural.
  • E Encerrando inteiramente a existência de remédios constitucionais.

“A condição social de cada indivíduo estava definida por Deus logo ao nascimento, ficando portanto estabelecida a vitaliciedade e hereditariedade: filho de nobre é nobre, filho de camponês é camponês. Como a condição de cada pessoa tinha sido determinada por uma ordem divina — daí o termo "sociedade de ordens" — naturalmente não havia possibilidade de mudanças; era uma sociedade de rígida estratificação. Mais que isso, cada homem devia resignadamente aceitar seu "destino", pois rebelar-se seria comprometer sua Salvação, sua Vida Eterna”.
FRANCO JUNIOR. Hilário. As cruzadas. São Paulo: Ed Brasiliense, 1989. 6º edição 

Sobre a sociedade feudal é correto afirmar:

  • A Era uma sociedade de classes, com relativa mobilidade social e coexistiam grandes e pequenos proprietários de terra.
  • B A nobreza era a maior proprietária de terras e controlava toda a religiosidade medieval.
  • C Embora monopolizasse a vida religiosa na Idade Média, a Igreja Católica era muito aberta aos avanços científicos e manifestações culturais diversas.
  • D A sociedade feudal era hierarquizada e estratificada, sendo dividida em três grupos principais: patrícios, plebeus e escravos.
  • E Entre os nobres existia a relação de suserania e vassalagem, um compromisso de fidelidade que implicava em direitos e obrigações recíprocas.

“É interessante observar que a Antiguidade e a Idade Média são parceiras no projeto de fornecerem ao Ocidente Moderno e ao Ocidente Contemporâneo dois de seus principais traços definidores de identidade: os valores greco-romanos que futuramente se tornariam uma base para a cultura burguesa e o cristianismo, que se tornaria a religião predominante no Ocidente” (Barros, 2009). Considerando a crise ocorrida no mundo romano durante o Baixo Império, analise as assertivas abaixo:
I. A partir do século V, a diminuição da produção agrícola, acarretada principalmente por sucessivas crises climáticas, somada à redução na arrecadação de impostos, contribuíram para mergulhar o Império Romano em uma crise econômica.
II. Os proprietários adotaram o sistema de arrendamento, também chamado de colonato, no qual os camponeses utilizavam um pedaço de terra arrendado e, em troca, eram obrigados a trabalhar alguns dias por semana na terra do proprietário.
III. As villas passaram a ser o centro da produção, contribuindo para a ruralização da economia, porém permaneciam vinculadas a uma economia urbana, da qual ainda eram dependentes.
Quais estão INCORRETAS?

  • A Apenas II.
  • B Apenas I e II.
  • C Apenas I e III.
  • D Apenas II e III.
  • E I, II e III.

Uma professora da escola básica pretende discutir com seus alunos o papel da mulher no período medieval. Para trabalhar a temática, a professora apresentou para a turma um poema redigido no século XII por Bemard de Morlas, um monge de Cluny (ordem religiosa surgida na cidade francesa de Cluny e vinculada a Ordem de São Bento). Avalie a seguir o poema utilizado pela professora.

A mulher ignóbil, a mulher pérfida, a mulher vil Macula o que é puro, rumina coisas ímpias, estraga as ações. A mulher é fera, seus pecados são como a areia. Não vou entretanto caluniar as boas a quem devo abençoar. Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo. Nenhuma, por certo, é boa, se acontece no entanto que alguma seja boa. A mulher boa é coisa má, e quase não há nenhuma boa. A mulher é coisa má, coisa malmente carnal, carne toda inteira. Dedicada a perder, e nascida para enganar, perita em enganar. Abismo inaudito, a pior das víboras, bela podridão.

MORLAS, Bernad de. Apud DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.485-486.


Após ler o documento com a turma, a professora deve demonstrar que, na Idade Média, em geral, 

  • A a mulher era vista como a encarnação da Eva, a pecadora, que carregava o pecado original em razão da fraqueza da mulher.
  • B as mulheres reagiram à implementação do cristianismo e, por isso, a Igreja as associou ao demônio e as combateu nos cultos religiosos.
  • C as mulheres se sentiam agentes do satanás e, nessa condição, se consideravam associadas à depravação sexual e à bruxaria.
  • D a mulher diabolizada era parte da representação contraditória sobre o sexo feminino, que oscilava entre a atração e a repulsa, a admiração e a hostilidade.