Questões de Conceitos Demográficos (Geografia)

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“Naturalizou-se a percepção de que os indígenas estavam fadados a desaparecer da história. O pensamento racial do século XIX, por exemplo, sentenciou sem meias palavras a extinção inexorável dos índios. De acordo com John Monteiro, que pesquisou o lugar dos índios no pensamento social e racial do Império e dos primeiros anos da República, foi sobretudo depois da divulgação dos estudos etnográficos de Carl Friedrich Philipp von Martius sobre os indígenas do Brasil que se espraiou a convicção de que os índios, por uma determinação racial (natural), estavam fadados à extinção.”

Fonte: MOREIRA, V. M. L. Reinventando a autonomia: liberdade, propriedade, autogoverno e novas identidades indígenas na capitania do Espírito Santo, 1535-1822. São Paulo: Humanitas, 2019. p. 26.

O trecho considera as explicações predominantes sobre as relações entre nações indígenas e as populações portuguesas, enfatizando a diminuição demográfica dos indígenas desde o século XVI até o início do XIX.

Sobre as formas de convivência entre os portugueses e os diferentes grupos indígenas, considere as afirmativas a seguir.

I  →  A interpretação que enfatiza a destruição dos grupos indígenas e seu desaparecimento da sociedade portuguesa que se encontrava na América e, mais tarde, da brasileira justifica o silencionamento sistemático da atuação histórica dos grupos indígenas.
II  →  A despeito da proibição legal da escravidão de indígenas no ano de 1570, essa forma de trabalho continuou a ser utilizada até o século XIX, mediante a justificativa da guerra justa, que autorizava a escravização de grupos rotulados como hostis aos portugueses.
III  →  A palavra indígena homogeneíza as diferentes populações e seus traços culturais distintos, o que dificulta reconhecermos a existência histórica e a continuidade de grupos específicos.
IV  →  Processos como a conversão ao catolicismo desfiguraram culturalmente muitas das populações nativas e, por consequência, impedem que essas populações possam ser classificadas como indígenas.

Está(ão) correta(s)

  • A apenas I.
  • B apenas II e IV.
  • C apenas I, II e III.
  • D apenas I, III e IV.
  • E apenas II, III e IV.

Leia o trecho a seguir da canção “O dia em que a Terra parou”, composição de Raul Seixas e Cláudio Roberto (1978).

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo o planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
[...]
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou
[...]

Fonte: SEIXAS, R. O dia em que a Terra parou. Composição de Raul Seixas e Cláudio Roberto. LP O dia em que a Terra parou, Warner Chappell, 1978, faixa 3.

Qual conceito geográfico pode ser corretamente abordado a partir da canção para explicar as mudanças no espaço geográfico decorrentes do sonho mencionado?

  • A Paisagem
  • B Território
  • C Natureza
  • D Redes
  • E Lugar

Observe o gráfico.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Fonte: SÍNTESE dos indicadores sociais, 1999, Rio de Janeiro: IBGE, 2000, p. 29 (Estudos & Pesquisas, 4). In: MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia para o ensino médio: Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002. (Adaptado)

Para explicar o gráfico, o professor de geografia precisaria utilizar dois indicadores populacionais, que são

  • A fecundidade e densidade demográfica.
  • B crescimento vegetativo e expectativa de vida.
  • C fecundidade e expectativa de vida.
  • D índice de desenvolvimento humano e crescimento vegetativo.
  • E densidade demográfica e índice de desenvolvimento humano.

Leia o texto a seguir.

O estudo demográfico possui uma importância fundamental na análise dos padrões populacionais de uma determinada localidade. A partir dela, é possível identificar e analisar a estrutura da população, que pode ser classificada por características étnicas, sociais e econômicas, por exemplo.
(...) Segundo o último censo do IBGE, Canaã dos Carajás (PA) foi o município brasileiro com o maior aumento proporcional de domicílios desde o censo de 2010.

A respeito do texto apresentado, assinale a afirmativa correta.

  • A O aumento da população de Canaã dos Carajás (PA) refere-se ao aumento da taxa bruta de natalidade.
  • B O principal indicativo do crescimento de Canaã dos Carajás (PA) é a busca por empregos no setor de mineração, o que resulta no aumento do PIB (Produto Interno Bruto) per capita e do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
  • C O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador que considera a renda de um município, já o PIB (Produto Interno Bruto) per capita, a renda por pessoas desse município.
  • D O PIB (Produto Interno Bruto) per capita de Canaã dos Carajás é maior que a média nacional, o que permite garantir importantes fatores, como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde.
  • E O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador socioeconômico, que avalia o grau de desenvolvimento de determinada população com base em critérios de renda, educação e saúde.

O texto a seguir trata de projeto em umas das praias da capital do Espírito Santo.
“[...] na Curva da Jurema: ‘A elite não pode ter vista para os pobres
Frequentadores apontam elitização da praia, historicamente popular, para atender ao mercado imobiliário.
As mudanças ocorridas na praia da Curva da Jurema, em Vitória, têm ganhado repercussão nas redes sociais. [...] caminhar por lá sem notar as mudanças feitas é praticamente impossível. Os quiosques, outrora mais simples, deram lugar a outros, mais sofisticados, e, consequentemente, mais caros.
Agora já não se encontra com tanta facilidade grupos de banhistas que se divertem com a bola ou outros objetos trazidos de casa, mas é visível, em espaços grandes da faixa de areia, quadras de beach tennis e canoas Va’a, atividades pagas. Academia, café, lojas de roupa, tudo isso agora faz parte do cenário.
Em um quiosque, uma senhora, acompanhada de um rapaz, pede o cardápio, mas é informada de que não pode comer ali porque não é autorizado consumir no local portando uma caixa de isopor. E a dela, escrito ‘vende-se chup chup’, foi motivo para que, independentemente de pedir o cardápio como uma cliente qualquer, não pudesse usufruir dos serviços.
Com a roupagem de revitalização, reurbanização, melhoria, para muitos, essas mudanças podem parecer positivas, mas para outros, principalmente moradores das periferias que há anos veem na praia da Curva da Jurema uma atividade de lazer a custos baixos, trata-se de um processo de elitização e apropriação do espaço público.”
Fonte: Gentrificação na Curva da Jurema: ‘A elite não pode ter vista para os pobres’ - Século Diário.Acesso 19 Fev. 2025.

Esse projeto urbano realizado na cidade de Vitória (ES) transformou a dinâmica do local, promovendo diferentes experiências e consequências para os grupos que visitam e, principalmente, para os moradores dessa região, a exemplo do aumento do custo de vida e surgimento de inúmeros empreendimentos imobiliários mudando a paisagem na região.
Nesse sentido, o processo intrínseco aos grupos que viviam nesse espaço pode ser apontado, considerando as transformações ocorridas, como:

  • A conurbação
  • B segregação socioespacial
  • C macrocefalia urbana
  • D processo de favelização