Resumo de História - Hino da Independência

A história do Hino da Independência relaciona-se com o fim do elo entre o Brasil Colônia e Portugal.

Inicialmente a letra do Hino da Independência foi um poema intitulado de “Hino Constitucional Brasiliense” escrito por um amante das letras, poeta, jornalista, político e livreiro brasileiro a favor da Independência do Brasil,  Evaristo da Veiga (1799-1837).

Evaristo da Veiga encantou muitos portugueses e nacionalistas com seus vários poemas. Escreveu e declamou para eventos importantes, como no casamento do Imperador D. Pedro com a Imperatriz conserte do Império do Brasil, D. Leopoldina. Escreveu ainda versos dedicados aos amigos e às mulheres.

Em 1822, contexto histórico em que o poema “Hino Constitucional Brasiliense” foi escrito, havia a efervescência política do Movimento da Independência na cidade do Rio de Janeiro.

Então, até mesmo em momentos antes, obrigatoriamente era preciso se posicionar contra ou a favor.

Dessa forma, existiam os conservadores, que desejavam a união da colônia portuguesa com sua metrópole, e os separatistas, que almejavam o desligamento político e econômico entre elas.

Nessa segunda linha de pensamento político se alinhava Evaristo da Veiga e o Hino da Independência, que certamente caracterizou-se como um instrumento de militância que entrou para a História do Brasil.

Outro destaque é que a burguesia da corte fluminense ficou maravilhada depois de ouvir a declamação dos versos que, mais tarde, seria o Hino da Independência dos brasileiros.

O toque musical do Hino da Independência foi dado pelo maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1760-1830) que também muito se agradou com os versos.

Melodia de Dom Pedro I ao Hino da Independência

O Imperador Dom Pedro I tinham muito apreço pela música e tocava os instrumentos musicais como clarineta, fagote e violoncelo.

O monarca realizou vários eventos e composições musicais, a exemplo do concerto no teatro italiano de Paris em 1832 e do Hino Nacional Português adotado até o início do século XX.

Esse apreço pela música do imperador foi graças a sua formação musical recebida dos talentosos maestros Padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), de Antônio da Fonseca Portugal e de Sigismund Neukomm (1778-1858).

Em 1824, depois de ouvir o Hino da Independência com a melodia do maestro Antônio da Fonseca Portugal, o Imperador Dom Pedro I decidiu atribuir nova melodia ao hino.

Dessa maneira, o Hino da Independência ganhou novo destaque e ficou fortemente ligado à imagem do governante.

Por se tratar do maior mandatário da política do Império, não somente a nova melodia imperial foi valorizada. Por quase dez anos foi atribuído ao Imperador Dom Pedro I a autoria do Hino da Independência.

Depois da nova roupagem musical do imperador, o hino foi oficialmente intitulado como um elemento nacional.

Letra do Hino da Independência

A letra do Hino da Independência apresenta aspectos importantes sobre o forte desejo separatista entre Brasil e Portugal. Leia abaixo toda a composição e observe os trechos em negrito:

Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil…
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá… temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil. [grifos nossos]

O trecho “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil” demostra claramente a felicidade dos nacionalistas em ver aproximar-se a tão sonhada liberdade.

Em vários versos do hino há exaltação do povo brasileiro, como tem-se no trecho “Brava gente brasileira!”.

Alguns dos versos mais marcantes do hino são “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil” que versam entre a liberdade da pátria e a morte por ela.

No trecho “Os grilhões que nos forjava” pode-se interpretar como os grilhões da colonização portuguesa que forjava as riquezas e escravizava nossa gente. E mediante as mãos poderosas de D. Pedro I a colônia libertou-se.

O encorajamento em lutar pelo sonho da liberdade e ser o povo a própria proteção, assim como muralhas da sua nação, tem-se no trecho “Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil”.

E por fim, emerge como nação independente e livre “Do universo entre as nações Resplandece a do Brasil”. E dessa maneira, foi escrito e musicado o Hino da Independência que é um símbolo oficial da República Federativa do Brasil.

Centenário da Independência

O imperador D. Pedro I abdicou do seu trono em 1831 e, com isso, consequentemente o Hino da Independência perdeu o seu status de símbolo nacional.

Em razão disso deixou de ser executado nas cerimônias e solenidades oficiais por mais de um século.

Somente no centenário da Independência, em 1922, que o Hino da Independência passou a ser executado novamente nos eventos oficiais. E dessa vez, com a melodia original feita pelo maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal.

No período da Era Vargas (1930-1945) uma ação política restabeleceu a melodia imperial ao Hino da Independência.

Assim, o Ministro da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, criou uma comissão organizadora para estabelecer os hinos do Brasil na sua versão original.

Então, entre os comissionários estava o maestro Heitor Villa-Lobos que após análises e discussões decidiu restabelecer a melodia feita pelo imperador D. Pedro I e letra de Evaristo da Veiga.