Resumo de História - A vinda da família real para o Brasil

A vinda da família real para o Brasil aconteceu no dia 28 de novembro de 1807, mas só em  janeiro de 1808 que a caravana chegou no porto do Brasil.

Nesse período, Napoleão Bonaparte era o monarca da França e seu projeto maior era ter a Europa toda para si. Ambicioso que era, lutou e venceu as tropas de diversos países, menos a Inglaterra. Nessa batalha ele não obteve êxito.

Assim que assumiu essa derrota, em um ato de fúria, impediu que todos os países da Europa fizessem comércio com a Inglaterra. Essa atitude ficou conhecida historicamente como Bloqueio Continental.

Como a nação portuguesa, nessa época, era dirigida por Dom João e, sendo os portugueses aliados dos ingleses no combate, o príncipe ficou em uma “saia justa”.

Se Dom João acatasse o pedido de Napoleão a Inglaterra ocuparia o Brasil (os ingleses já estavam extremamente fascinados pelo comércio brasileiro), porém, se ele não cumprisse, a França tomaria Portugal pra si.

Diante dessa situação, Dom João pediu ajuda aos ingleses e a saída que encontraram foi deslocar a monarquia para o Brasil. Servos, súditos, família, riquezas, tudo!

A vinda da família real para o Brasil: antecedentes

A vinda da família real para o Brasil e toda sua corte de nobres, era uma estratégia que tinha como objetivo dar um abrigo protegido para todo o poder português. Esse translado já havia sido cogitado anteriormente quando:

  • Sucedeu um colapso em 1580 por conta do avanço tercio – uma integração militar do exército hispânico – do duque Alba. Nesse contexto, D. Antônio I recebeu orientações para encontrar brevemente um abrigo para além do Atlântico;
  • No acometimento da Restauração da Independência de 1640, onde os franceses desampararam os portugueses no Congresso de Munster. Foi aí que o padre Antônio Vieira deu uma opção parecida com a de D. João IV agregando-a à profecia do estabelecimento do Quinto Império;
  • Mesmo sem ameaça belicosa, o diplomata Luís da Cunha lançou a ideia de levar para o Brasil a sede do reinado português e com isso, acarretar em uma vinda da família real para o Brasil;
  • Logo quando começou o século XIX e assim a promoção da imagem de Napoleão, a vinda da família real para o Brasil voltou a ser pauta principal nas conversações da monarquia portuguesa. O ato foi defendido até pelo marquês de Alorna em 1801 e em 1803 por D. Rodrigo de Sousa Coutinho.

Também, a ideia de uma transferência para o Brasil, voltou à tona a fim de garantir a segurança nacional diante das ameaças constantes à monarquia portuguesa e toda sua soberania.

O ato de transferência era fundamental para que se concretizasse os projetos de Portugal.  

A chegada ao Brasil

Com a vinda da família real para o Brasil, o país iniciou um momento de históricos avanços para a nação.

No penúltimo mês de 1807 a Família Real embarcou em direção à terras brasileiras. Portugal estava vivenciando um momento de tensão, pois a qualquer momento as tropas de Napoleão chegariam nas terras portuguesas a fim de ocupá-las. A vinda da família real para o Brasil era para garantir a Independência de Portugal, pois eles tinham como aliados os ingleses.

No mês de janeiro, mais precisamente no dia 22, a Corte Portuguesa aportou em águas brasileiras. Em sua estadia no Brasil, a família real portuguesa fez mudanças perceptíveis até os tempo atuais. Como já dito anteriormente, eles mudaram-se para aqui por conta de um combo de eventos que estavam ocorrendo.

Napoleão impôs o bloqueio continental e isso fez o comércio com os ingleses ficasse prejudicado. Além disso, ameaçava ocupar as terras de Portugal. Diante do cenário, o príncipe regente Dom João VI não teve outra opção: juntou toda corte portuguesa e, com a ajuda da Inglaterra, veio para o Brasil. Foram cerca de 34 embarcações.

O cortejo e toda família seguiu para o Brasil escoltados pelo exército inglês. Quinze mil homens em quatorze caravelas chegaram com as riquezas, documentos, livros, obras de arte e tudo mais que coubesse nas embarcações.

Para eles, essa foi a melhor maneira para não perder a comarca portuguesa para a França. Estando aqui, no Brasil, continuariam em parceria com a Inglaterra podendo importar e exportar suas mercadorias e não perderiam o território brasileiro (que era o local mais abastardo).

A manobra de deslocamento era preciso, visto que a maioria das colônias da América Latina tinham tomado essa posição. Com a decisão de a vinda da família real para o Brasil, a comercialização com parceiros continentais continuaria. Assim, Portugal manteria sua receita e seu reinado.

Napoleão foi pego de surpresa e assim que chegou com sua tropa em Lisboa encontrou uma monarquia falida e desamparada.

O príncipe governante, quando chegou em Salvador, deixou à disposição os portos brasileiros às nações parceiras e isso fez com que caravelas estrangeiras fizessem comércio de maneira livre em águas brasileiras. Essa iniciativa de Dom João impactou positivamente a economia do país. A chegada em terras soteropolitanas foi em 22 de janeiro de 1808.

De Salvador, a comitiva seguiu para terras cariocas, em 08 de março de 1808 desembarcaram. Dessa data em diante o Rio de Janeiro virou a capital do cortejo advindo de Portugal.

Benefícios para o Brasil

A vinda da família real para o Brasil proporcionou avanços e transformações para a nação. Essas mudanças são notadas até hoje. Das benfeitorias, as principais são:

  • Fundação do Banco do Brasil;
  • A criação da Academia Militar e da Marinha;
  • Concepção da Imprensa Régia;
  • Fundação da Academia de Belas Artes;
  • Criação do Jardim Botânico;
  • Construção do Museu da Biblioteca Nacional e outros museus, bibliotecas, espaços para cultura e educação.

O Brasil ainda era considerado como colônia. Porém, em dezembro de 1815 ele virou reino vinculado a Portugal e Algarve modificando assim, as capitanias em províncias.

Com a vinda da família real para o Brasil, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se capital da monarquia portuguesa. Dom João teve o desafio de dar norte ao governo do Brasil e assim formou três gabinetes. Sendo eles: gabinete da Marinha, Fazenda e Interior e Guerra e Estrangeiro.

Dentro dessa reorganização governamental ele criou a Casa da Moeda, Casa da Suplicação ao Supremo Tribunal e, posto isso, viu a necessidade da concepção da Junta Geral do Comércio.

Logo, o Brasil virou reino com suas capitanias nomeadas províncias. Essas mudanças se deram entre 1815 a 1821. Após o falecimento da rainha D. Maria I, no Rio de Janeiro, Dom João foi coroado e proclamado Príncipe Governante.

Do ponto de vista cultural, a vinda da família real para o Brasil propiciou uma complexa mudança educacional e cultural. Com isso, foram fundadas instituições como a Academia da Marinha, Academia Real Militar, a Escola Real de Ciências, a Escola de Comércio, a Academia de belas-artes, Artes e Ofícios. Na ocasião, também foram criadas as escolas de saúde, uma soteropolitana e outra carioca.

Além disso, foram fundados o Museu Nacional e a Biblioteca Real que compilava todo acervo documental do reino, o observatório Astronômico, o Real Teatro e a Imprensa Régia que possibilitou a publicação e tradução de obras e livros técnicos de ciências.

Família Real e a economia do Brasil

As providências de Dom João deram celeridade ao avanço financeiro e econômico do Brasil. Logo que chegou, foi dada a ordem para liberar os portos e autorização para a inserção de indústrias no Brasil (anteriormente Portugal tinha dado “sinal vermelho” para essa ações);

A partir de então, empresas de fabricação e indústrias foram surgindo em terras brasileiras, principalmente, as que produziam tecidos. Com o implante da Usina de Ipanema em Minas e São Paulo, o processo de fabricação de metal alavancou, deixando a receita muito além do esperado.

A produção artesanal voltou a crescer e o algodão e açúcar ficaram em primeiro lugar nas exportações. Nessa época também surgiu o café, nova mercadoria, que logo foi do terceiro para o primeiro lugar nas exportações do Brasil.

Em 1820 houve uma revolta em Portugal e D. João teve que retornar ao país, deixando seu filho, Dom Pedro I, administrando Brasil.

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