Resumo de História - Guerra na Síria

A Guerra na Síria começou em março de 2011 com protestos pró-democracia que surgiram na cidade de Deraa, ao sul do país, em descontentamento com o governo de Bashar al-Assad. Essas contestações foram inspirados pelos levantes da Primavera Árabe - conjunto de manifestações em sequência que eclodiu no mundo árabe a partir do final de 2010.

As manifestações eram pacíficas contra o regime sírio, porém degenerou em um confronto civil em larga escala. A Guerra na Síria é considerada um dos conflitos mais dilacerantes da História Moderna mundial, pois o país tornou-se em um campo de batalha.

O confronto estendeu-se muito além da fronteira Síria. O Irã e a Rússia posicionaram-se do lado de Assad; a Arábia Saudita, Turquia e os Estados Unidos, com os grupos da oposição.

Motivos da Guerra na Síria

Mesmo antes do conflito começar, muitos sírios reclamavam dos altos índices de desemprego, corrupção e falta de liberdade política sob o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai, Hafez al-Assad, após sua morte, em 2000. Quando o governo empregou força letal contra os que discordavam, houve manifestações em todo o país exigindo a renúncia do dirigente.

Por conseguinte, o clima da guerra se agravou, os extermínios dos focos revolucionários foram ordenados pelo presidente sírio e as tropas militares iniciaram as sequências de violentas prisões. Os manifestantes da contraposição tiveram a necessidade de ter armamentos, tanto como autodefesa quanto para afastar a tropa militar do território que eles habitavam.

O conflito não é mais uma guerra entre os que apoiam e se opõem a Assad, tornou-se uma batalha de teores sectários, colocando a maioria sunita contra a minoria xiita alauíta do presidente, e envolveu os países vizinhos e as grandes potências ocidentais.

Em 2012 os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo. O conflito, então, se espalhou e a Síria adentrou em uma guerra civil. À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta do governo se intensificava. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2018, mais de 500 mil pessoas já morreram no país desde o início.

Com o passar do tempo, os grupos que se enfrentam são acusados frequentemente de recorrer ao uso de armas químicas. Mas, tanto o governo sírio quanto o russo negam o uso desses dispositivos.

Forças Beligerantes da Guerra na Síria

Quatro grupos principais estão envolvidos na Guerra na Síria, dando apoio às mais diferentes forças no país:  

Grupo 1- Governo Sírio, Rússia e Irã

  • O objetivo do governo sírio é de se manter no poder;
  • A Rússia é antiga aliada de Bashar al-Assad e também conta com o governo sírio para impedir a construção de gasodutos na região e, assim, manter seu monopólio de fornecimento de gás natural para a Europa;
  • Já o Irã tomou o partido do governo sírio mais recentemente, porém o principal objetivo é fortalecer grupos armados que se opõem a Israel.

Grupo 2:  Rebeldes sírios e curdos

  • Rebeldes civis sírios que lutam ao lado de voluntários de várias partes do mundo árabe;
  • Rebeldes curdos, uma etnia que luta praticamente isolada no norte do país, por ter pouco apoio do exterior.

Grupo 3: Grupo 3: al-Qaeda e Estado Islâmico

  • Radicais islâmicos que se infiltraram no conflito tentando aproveitar o caos para dominar a região e obter recursos para continuar sua luta particular contra o ocidente;

Grupo 4: Estados Unidos e aliados

Os americanos e seus aliados têm interesses muito diversificados como:

  • Derrubar o governo sírio e substituí-lo por outro que seja mais pacífico com o ocidente e menos com a Rússia;
  • Eliminar um dos governos que se opõe a construção de gasodutos e oleodutos americanos ou europeus na região;
  • Assegurar e manter a hegemonia militar americana e ocidental sobre o Oriente Médio, além de conter o radicalismo do Estado Islâmico.

Guerra na Síria e os Refugiados

Inúmeras cidades da Síria começaram a ser evacuadas por conta da coibição do governo de Bashar al-Assad, e também porque a população temia o avanço do Estado Islâmico. À vista disso, a única saída encontrada pelo povo sírio foi de migrar para os campos de refúgio na própria nação ou nos países mais próximos.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) existem mais de seis milhões de refugiados da Síria. Cerca de 10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu. A quantidade de refugiados da Síria cresce conforme o tempo passa.

Apesar do conflito ter atingindo a Europa, a maior parte das pessoas que fugiram da guerra na Síria dirigiu-se principalmente para cinco países do Oriente Médio: Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.

Por serem mais próximos à Síria, os países árabes são os principais destinos de populações refugiadas. Porém, eles têm pouca ou nenhuma estrutura para receber tantas pessoas e, um intervalo tão curto de tempo. Há dificuldades em conceder quesitos básicos, como alimentação, abrigo e educação para as crianças.

A ONU apontou que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a 13,5 milhões de pessoas – incluindo seis milhões de crianças – no país. Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, uma em cada três pessoas não conseguem suprir as necessidades alimentares básicas, mais de 2 milhões de crianças não vão à escola e uma em cada cinco indivíduos vive na pobreza.