Resumo de História - Feminismo

O Feminismo é um movimento social, político e filosófico que iniciou a partir do século XIX. A palavra é do latim “femina”, que significa “mulher”. O principal objetivo desse movimento é propor direitos iguais entre homens e mulheres por meio do empoderamento feminino com a libertação de padrões patriarcais impostos pela sociedade.

Mas, você sabe o que significa empoderamento?

Empoderamento compreende a ação social e coletiva da participação em debates que visam potencializar a conscientização sobre os direitos sociais e civis de um cidadão.

Por outro lado, o empoderamento feminino é o ato de conceder o poder de participação social às mulheres, garantindo que elas possam estar cientes sobre a luta pelos seus direitos.

Sendo assim, a ação busca o direito das mulheres de poderem participar de debates públicos e tomar decisões que sejam importantes para o futuro da sociedade, principalmente nos assuntos que estão relacionados a ela.

No entanto, o empoderamento feminino não deve ser algo exercido apenas pelas mulheres, mas os homens também precisam se certificar de que há uma ampla igualdade entre o posicionamento e a participação de ambos os gêneros na sociedade.

História do Feminismo

Até o século XIX, a mulher ainda era vista como uma personalidade inferior em relação aos homens, pois elas não eram contempladas com os mesmos direitos tais como: ler, escrever, estudar, participar de assuntos políticos, entre outros.

Isso se deve ao fato da figura feminina ter sido construída em uma sociedade patriarcal, na qual as atribuições das mulheres estavam restritas somente aos afazeres domésticos e a educação dos filhos.

Uma sociedade carregada de preconceitos, onde a crença era de que a mulher não podia trabalhar fora, ou seja, desde cedo, as meninas eram criadas em casa ajudando suas mães para que mais tarde elas pudessem seguir o mesmo exemplo.

Nessa época, as mulheres viviam em função dos seus maridos e não tinham nenhuma autonomia para decidir sobre algo.

Para alguns estudiosos do tema, o surgimento do Feminismo Moderno está atrelado a Revolução Francesa (1789), momento em que foi escrita a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”.

No entanto, em 1791, a revolucionária e feminista francesa Olímpia de Gouges compôs a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, proclamando que a mulher possuía os mesmos direitos que os homens e que, por isso, tinha o direito de participar, direta ou indiretamente, da formulação das leis e da política em geral.

Por conta disso, a feminista foi executada na França no dia 3 novembro de 1793. Apesar dela ter sido rejeitada pela Convenção, a sua declaração é considerada, atualmente, como o símbolo mais representativo do Feminismo Racionalista e Democrático, e a sua morte fez surgir vários movimento feministas pelo mundo.

Pouco tempo depois, com os adventos da Primeira Revolução Industrial no século XIX esse panorama começou a mudar. Nesse período, mulheres e crianças eram obrigadas a trabalhar em várias fábricas para sustentar suas famílias. 

Contudo, tanto para homens, mulheres e crianças, as condições de trabalhos eram péssimas, o que fez com que diversas rebeliões exigindo melhores condições de trabalho se espalhassem pelo mundo. Após esse cenário, vários movimentos a favor do Feminismo foram ganhando espaço.

As mulheres lutavam pela participação ativa no cenário político e econômico do país, reivindicavam pelo direito a educação, ao voto, ao contrato, à propriedade, ao divórcio, à igualdade de salário, etc.

Com isso, o Feminismo expandiu-se para outras culturas. Na cultura ocidental, por exemplo, o movimento adquiriu maior visibilidade a partir do século XX.  

Um figura importante para o Feminismo no mundo foi a francesa Simone Beauvoir, umas das maiores teóricas do Feminismo Moderno. Ela foi escritora, filósofa, professora, ativista e se tornou conhecida com a célebre frase:

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”

Feminismo no Brasil

O Feminismo ecoou no país durante a luta pelo direito à educação feminina, que aconteceu na fase do Brasil Império. Nesse contexto, a escritora Nísia Floresta Augusta é considerada precursora do Feminismo brasileiro.

A professora e educadora fundou a primeira escola para meninas no Rio Grande do Sul e, posteriormente, na cidade do Rio de Janeiro. Embora algumas publicações já abordassem essa relação da mulher com a educação, ainda não existia um plano amplo que atendesse a todas as mulheres.

Ainda no século XIX surgiram os primeiro núcleos em defesa dos ideais feministas em toda a América Latina. No Brasil, o surgimento do movimento estava bastante relacionado com a chegada dos ideias anarquistas e socialistas que haviam sido trazidos da Europa pelos imigrantes.

Na década de 1970, os movimentos feministas associaram-se aos movimentos sociais de luta e resistência contra a Ditadura Militar no Brasil. Dessa forma, houve uma aproximação com os movimentos sociais de negros e homossexuais.

Além disso, ocorreu também a proliferação do movimento em diversas cidades, alcançando, inclusive, espaço na TV e propondo debates em questões relacionadas à sexualidade feminina, ao combate da violência contra a mulher, etc.

Feminismo no século XXI

Alguns acontecimento mostram o resultado da luta de feministas pelos seus direitos.

Um grande exemplo é a Lei Maria da Penha sancionada em 2006 pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, que prevê punição para homens que praticam violência contra a mulher.

Dessa mesma forma, cresceu, dentro do movimento feminista, a preocupação com o corpo da mulher e o uso que ela e a sociedades fazem desse corpo. Seguindo esse parâmetro, surgiu, em 2011, no Canadá a organização da “Marcha das Vadias”. Um exemplo do uso do corpo feminino como uma forma de protesto, já que as mulheres aparecem vestindo pouca roupa nas manifestações.

Nos dias atuais, a grande preocupação do movimento feminista do século XXI concentra-se, em geral, nas questões relacionadas ao combate da cultura do estupro, no combate ao assédio, criação de políticas públicas que garantam o bem estar e igualdade de condição entre as mulheres, além do combate à desigualdade salarial.