A criminologia cultural estuda a influência da cultura (artes, música, pintura) na criminalidade; analisa a cultura dominante e as subculturas (cultura das minorias), observando que a elite impõe sua cultura e criminaliza as minorias usando o direito penal.
Segundo Penteado Filho (2020, p. 24), “hoje em dia fala-se da criminologia cultural como sendo aquela que se preocupa com as relações e interações do homem na sociedade de consumo, que se utiliza da mídia para projetar suas diretrizes, de modo que a propaganda, o marketing e o contexto cultural possam contribuir para a mitigação do problema da criminalidade.”
Penteado Filho (2020, p. 188) observa que “há uma forte influência da Teoria Crítica ou radical de esquerda (neorrealismo) que pugna pela dominação da mídia cultural em antagonismo com as culturas de minoria ou populares, que lança mão do direito penal como ferramenta de domínio e imposição. De outra banda, movimentos de lei e ordem (neorretribucionismo), reflexos do ressurgimento de uma forte posição conservadora, com defesa intransigente do porte e uso de armas, polícia nas ruas, novos tipos penais etc., utilizando-se da mesma mídia para os mesmos fins, com a agravante limitação de direitos fundamentais.”
Destaca-se que o objetivo da criminologia cultural é enfatizar qualidades emocionais e interpretativas da criminalidade do desvio. Ou seja, a forma como a criminalidade é consumida pela sociedade.
A criminologia cultural critica a prevalência de pesquisas quantitativas, sustentando a adoção de metodologias de aproximação do pesquisador com o crime, tais como os métodos etnográficos e de observação participante.
Além disso, prega uma abordagem interdisciplinar. Conforme Shecaira (2018, p. 333) a criminologia cultural não restringe sua análise ao crime e à justiça criminal, abarcando também a representação que o crime apresenta na mídia, desvios não criminalizados de políticos e das elites financeiras, exploração pela mídia de desvios emocionais de vítimas de crimes.