Resumo de História - Coronelismo

Coronelismo foi o período da história do Brasil que aconteceu entre o final do século XIX e início do XX. Nessa época os privilegiados, fazendeiros e grandes proprietários de terra (coronéis) tinham o domínio das regiões.

A jurisdição ou área de comando desse grupo podia ser de povoado ou cidades. Mas antes mesmo desse momento na história, essa atividade já existia. A prática era recorrente desde a chegada dos portugueses no Brasil.

No período colonial, as posses foram distribuídas de forma irregular para os capitães donatários. As capitanias hereditárias, assim como os títulos da nobreza (marquês, conde, visconde, barão) funcionavam como uma moeda de troca, e a realeza distribuía esses bens para estabelecer uma relação de vassalagem.

Com o passar dos anos, essa relação foi evoluindo. As capitanias hereditárias se transformaram em latifúndios e os capitães se transformaram nos coronéis. Além da propriedade rural, eles tinham poderes absolutos nas regiões que habitavam.

Características do Coronelismo

  • Voto de cabresto

O poder dos coronéis crescia enquanto evoluía o processo político em transição para o poder representativo. Nos primeiros anos da República, que também era conhecida como República Velha ou Primeira República, o coronelismo passou a vigorar.  Os coronéis se tornaram controladores. Eles não só fiscalizavam mas manipulavam todo o processo político.

Os coronéis geralmente eram fazendeiros muito ricos. O poderio econômico e militar que tinham influenciava na política do país. O prestígio dos coronéis era medido pela capacidade de recrutar eleitores.

Além da conquista de cargos no Senado e Câmara, eles também tinham interesse na manutenção do poder nas regiões que já estavam sob controle. Assim, obrigavam não só aqueles que trabalhavam para eles, mas toda a população de vilarejos a votar nos seus apadrinhados.

Naquele período o voto não era secreto, então era possível identificar o eleitor e em quem ele tinha votado, além disso boa parte da população era analfabeta. Às vezes o próprio coronel escrevia o nome do candidato para facilitar o trabalho.

Não eram raros os casos em que utilizavam de ameaças e violências física e psicológica para fazer com que os eleitores votassem nos políticos já determinados.

Existia também a prática da compra de votos. Os coronéis prometiam recompensas (bens ou dinheiro) àqueles que votassem nos seus candidatos.

  •  “Votos Fantasma” e Fraude

Os “votos fantasma” também faziam parte do coronelismo. A falta de controle na documentação dos eleitores, principalmente na região Norte e região Nordeste do país, onde não tinha investimentos, era recorrente a prática de forjar documentação. Analfabetos e adolescentes (grupo de pessoas que não podia votar), tinham seus votos computados.

A fraude também acontecia na contagem dos votos. Como a eleição era realizada através dos papeis que iam sendo depositados nas urnas, os coronéis aguardavam o término do período de votação e roubavam as urnas. Dependendo do resultado na contagem de votos, eles adulteravam os resultados.

Voto de Cabresto: novos formatos

À medida em que a população cresce e os grandes centros urbanos vão se desenvolvendo, o país passa por um processo conhecido como êxodo rural. Essa foi uma das causas da queda do coronelismo. Junto a isso, estavam as mudanças vigoradas na Era Vargas.

Dessa forma, os coronéis que em grande parte atuavam no interior dos estados do Brasil por conta da agricultura, começam a perder a força. 

As novas estruturas políticas começam a se estabelecer nas cidades, principalmente naquelas que estavam no sul e sudeste. Assim como o crescimento da sociedade, as forças políticas e econômicas se concentram nesses locais.

Com a nova composição, esperava-se que as pessoas pudessem ter mais facilidade e autonomia para fazer suas escolhas políticas, porém o que aconteceu foi uma troca. O poder é deslocado da mão dos fazendeiros e passa para os donos de indústria. Na prática, o coronelismo ganhou nova feição, tornou-se o clientelismo.

O clientelismo é a concessão de bens públicos em troca de voto. Mesmo com a atuação mais forte dos sindicatos, a participação popular no processo eleitoral ainda é vista com ressalvas. Os partidos também se renovaram, com ampla participação de trabalhadores de classes variadas.  

Os meios de comunicação como o rádio e a TV também foram fortes aliados do movimento de reestruturação das instâncias políticas. Embora controlados por grandes empresas, as mídias têm papel fundamental no esclarecimento das pessoas, oferecendo informações e alternativas para ampliação do processo democrático.

Características da República Velha

A República Velha foi um período de transição para o Brasil. Também conhecida como Primeira República, foi datada de 15 de novembro de 1889, dia da sua proclamação, e se estendeu até a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas.

Essa também foi uma fase histórica no Brasil. A partir de então, o país tornou-se independente de Portugal e abandonou o regime monárquico.  

O fato era que a saída de Dom Pedro II e toda a equipe de Portugal não foi tão simples assim. O país ainda estava desestabilizado pelos conflitos internos e externos. Uma parte da população era contra a saída do imperador do Brasil e queria continuar sob o regime da monarquia.

A outra parcela, formada pela elite, não estava satisfeita com a liderança de Dom Pedro II. Com tanta desestabilidade, o país se dividiu. Foi instaurado um golpe. Dom Pedro II foi expulso do Brasil e os militares assumiram o poder.

O primeiro mandato no período republicano foi o do Marechal Deodoro da Fonseca e seu vice foi o Marechal Floriano Peixoto. Até a elaboração de uma nova Constituição e outros elementos legislativos, o Marechal teve um governo provisório que ficou conhecido como República da Espada. O governo dos marechais foi de 1889 a 1894. 

Em seguida veio a República Oligárquica, fase em que políticos dos estados de Minas Gerais e São Paulo alternavam na governança. Muito parecido com o sistema do coronelismo, na Oligarquia os coronéis e latifundiários eram também chefes políticos.

Foi preciso outro golpe de Estado para que as coisas mudassem. Foi somente em 1930, com a Revolução de 1930, um movimento armado, que as oligarquias regionais se alternaram no poder. Um novo momento começou e ficou conhecido como “Era Vargas”.