Resumo de História - Comunismo

O Comunismo é uma ideologia, ou doutrina política e socioeconômica, pautada em crenças contrárias ao Capitalismo. É o oposto de propriedade privada do capital.

O Comunismo visa uma sociedade igualitária, sem classes sociais. Nesse sentido, todos os âmbitos da sociedade deixariam de ser privados.  No que diz respeito à política, essa ideologia defende a ausência do Estado, isto é, o Estado não deveria intervir na vida da população.

Começo do Comunismo

Para alguns historiadores, o Comunismo começou na antiguidade, na qual as primeiras sociedades humanas eram todas comunistas. Em determinadas tribos os recursos naturais eram divididos por todo o grupo, de forma que garantisse a sobrevivência dessas pessoas.

Com o desenvolvimento da agricultura, a terra passou a ser vista como um objeto de interesse. Quem plantava acreditava que detinha mais direito sobre a terra do que quem colhia. 

O crescimento das cidades e a mão-de-obra escrava distanciava a ideologia comunista da realidade. 

Com o aparecimento do feudalismo, no período da História Medieval, a terra passou a pertencer, portanto a uma pessoa, o chamado Senhor Feudal. Os servos trabalhavam cultivando a terra como troca de uma parte dessa produção.

Karl Marx e o Comunismo

Um dos principais mentores filosóficos do Comunismo foi Karl Marx. O filósofo postulou que a doutrina comunista seria dada como a fase final do desenvolvimento da sociedade humana e, para isso, seria conquistada por meio de uma revolução proletária, ou seja, uma revolução liderada por trabalhadores rurais e urbanos.

O Comunismo puro, como era afirmado por Marx, se refere a uma sociedade sem classes, isto é, igualitária, sem a presença do Estado e livre de opressões. As decisões sobre os métodos de produção e as políticas que devem prosseguir sobre elas seriam adotadas de forma democrática. Isso significa que cada indivíduo da sociedade poderia participar das escolhas, tanto na esfera política e econômica da vida pública e da vida privada.

O filósofo nunca concedeu detalhes de como o Comunismo funcionaria como sistema econômico, mas o que se pode entender é que uma economia comunista compreende uma propriedade comum dos meios de produção, que resulta na negação do Capitalismo (propriedade privada do capital).

Ao passo que todos enxergavam o Comunismo como uma completa utopia, Marx via diferente, pois acreditava que se tratava de um movimento real, que estava se revelando nos movimentos dos operários.

O filósofo almejava que a classe operária derrubasse de uma vez por todas a burguesia, interrompesse o poder do Estado e, com isso, conseguisse fazer um processo de estatização dos meios de produção.

Revolução Russa

A Revolução Russa que aconteceu no ano de 1917 foi um marco histórico para o Comunismo. Foi por meio dessa revolução que foi criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), além de ter sido decretada “a propriedade privada da terra abolida para sempre”, que determinou que a terra, que até então pertencia aos aristocratas (poder político exercido por nobres), passaria a ser dos grupos de camponeses sem nenhuma compensação.

Também na Revolução Russa foi decidido que os operários passariam a ter o controle das fábricas. No ano de 21 de dezembro de 1991 chegou ao fim a URSS após a criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), uma organização formada por Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão.

Manifesto Comunista

O "Manifesto Comunista", obra publicada no dia 21 de fevereiro de 1848, ficou conhecido historicamente como um dos tratados políticos com maior influência no mundo.

Foi elaborado pela Liga dos Comunistas e produzido pelos próprios pensadores, considerado os pais do Socialismo Científico: Karl Marx e Friedrich Engels. O Manifesto Comunista revela todo o programa, propósitos, além dos objetivos da Liga dos Comunistas.

O manuscrito foi escrito em um contexto de lutas, especialmente as Revoluções de 1848, conhecidas como Primavera dos Povos. Essa guerra durou aproximadamente um ano, e chegou a alcançar alguns países da Europa. Entre as principais reivindicações impostas pela Liga dos Comunistas estavam as reformas sociais, que buscavam a redução da jornada de trabalho – de 12 para 10 horas diárias- além do voto universal que no início competia apenas aos homens.

Os filósofos Marx e Engels abordam no documento uma análise histórica de todas as formas de opressão social, pontuando a burguesia como a classe opressora, além de mencionar a importância revolucionária de acabar com o poder da monarquia e da Igreja, a liberdade econômica, mas sem a exploração do operário como mercadoria.

O documento também faz uma crítica quanto ao modo de produção do Capitalismo e a forma como a sociedade foi organizada no seu contexto.  O que “Manifesto Comunista” sempre quis foi elaborar bases para a organização da revolução proletária visando a implantação de uma sociedade igualitária.

O Brasil e o Comunismo

O Comunismo, no Brasil, teve início no ano de 1922, Rio de Janeiro, quando foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

A doutrina foi importante para o contexto político do país, pois foi a partir dele que muitos outros partidos surgiram, intensificando a inclusão política da sociedade brasileira.

O Partido Comunista do Brasil, no decorrer de sua história, precisou agir na ilegalidade, principalmente nos períodos de Ditadura Militar no Brasil ou então nos governos de alguns presidentes do Brasil como Getúlio Vargas.

Embora nunca tenha alcançado o poder ou tenha causado uma grande ameaça à sociedade brasileira, o Comunismo foi muitas vezes usado como uma justificativa para as interferências da extrema-direita.

O Partido Comunista Brasileiro (PCB), atualmente, está enfraquecido, ao passo que o PCdoB é, hoje, o partido comunista que mais atua na política do país.

No ano de 2017, Eduardo Bolsonaro, deputado do Partido Socialista Brasileiro (PSL), criou um projeto de lei que visa criminalizar o Comunismo no Brasil.

Países comunistas

Alguns países são considerados e classificados como comunistas, embora a natureza da doutrina sequer tenha sido adotada. Por conta disso, os historiadores preferem dizer que são países socialistas.

Entre esses países estão Cuba, República Popular da China, Laos, Coreia do Norte, Transnístria e Vietnã, apontados como comunistas nos dias de hoje. Na verdade, categorizar esses países como nações comunistas seria errado, uma vez que nenhuma delas atingiu esse tipo de organização.

O que se pode perceber é uma afinidade e aproximação quanto aos ideais comunistas. Segundo Marx, eles estariam no exercício do Socialismo. Os aspectos que mais marcam estão relacionados as políticas econômicas, tanto internas, quanto externas.

A existência do comunismo é fundamental para a história da humanidade. As ideologias com direcionamento e alcance social de Marx e Engels são a base de movimentos importantes, especialmente no século XX.