Resumo de História - Ciclo da Cana de Açúcar

O Ciclo da Cana de Açúcar foi a atividade econômica mais sólida e estável do Brasil Colônia. Esse processo começou no Brasil em 1530 e perdurou até o ano de 1700. Esse processo estabeleceu a trajetória da economia e da política do brasileira e também de Portugal, entre os séculos XVI e XVIII, pois acompanhou todo o sistema de colonização legítima da América Portuguesa.

O Ciclo da Cana de Açúcar

A cana de açúcar surgiu no período colonial do Brasil, entre os séculos XVI e XVII, foi um processo considerado como sendo a primeira atividade econômica organizada. Ele começou a partir de necessidade que havia de colonizar e explorar as terras do território brasileiro, essas terras tinham um expressivo valor econômico para a Coroa Portuguesa, naquele tempo.

O ciclo da cana de açúcar era economicamente lucrativo para Portugal e ainda contribuía com a colonização portuguesa no Brasil. Com o objetivo de colonizar e obter um resultado econômico positivo, os portugueses resolveram implantar os engenhos em todas as capitanias hereditárias, para dar início ao cultivo da cana de açúcar.

No ano de 1533, o nobre, administrador e militar português Martim Afonso de Souza (1490 – 1564) fundou o primeiro engenho, na Capitania de São Vicente. Em pouco tempo, o cultivo da cana de açúcar se espalhou por todo o território nacional, se desenvolvendo melhor na região Nordeste, em áreas onde, atualmente estão os estados da Bahia e de Pernambuco.

Os engenhos usavam a mão-de-obra dos escravos africanos e também dos índios. Por cerca de 200 anos, o açúcar foi o principal produto de exportação brasileiro, ele colaborou, se estendeu e até resistiu, as várias transformações culturais, sociais e políticas, pelas quais o país passou por todos esses anos.

Problemas da Colonização

A ideia de montar um sistema produtor de bens distante de Portugal iria implicar na necessidade de se obter os recursos financeiros necessários para essa implantação. Seria necessário investir em tecnologia, na população e também em equipamentos para formar o escoamento permanente dos bens destinados ao consumo do Velho Continente.

Naquela época, das duas uma, ou Portugal não tinha os tais recursos necessários, ou não conhecia os meios específicos para conduzir a economia interna para essa audaciosa iniciativa. Imaginava-se que a obtenção dos investimentos internacionais, que poderiam ser atraídos para um Brasil desconhecido, seria arriscado demais para um possível investidor.

O Primeiro Obstáculo

O primeiro problema estava relacionado com o investimento inicial. Portugal estava desprovido de poupança interna e precisava atrair a poupança externa. Se quisesse chamar atenção dos investidores estrangeiros, o Reino Português teria que definir qual produto iria atender as seguintes condições:

  • Presença de mercado na Europa;
  • Habilidade para ampliar mercados;
  • Pertinente experiência de Portugal em sua produção e comercialização;
  • Teria que ser um gênero adequado às condições ambientais do Brasil.

O Segundo Obstáculo

O segundo problema era a escolha do produto de fato. A categoria do produto escolhido tinha que:

  • Ter mercados na Europa;
  • Ampliar os mercados;
  • Ser produzido e comercializado por Portugal;
  • Ser adaptado à ecologia americana.

Outro problema enfrentado no período da colonização do Brasil, foi a questão do transporte. Por causa do grande número de perdas de embarcações na “rota oriental”. A marinha lusitana ficou bem abalada.

Era crescente a quantidade de construtores navais e navegadores portugueses, que ficaram famosos por causa dos conhecimentos técnicos que possuíam, então eram atraídos para outros países da Europa, de olho nos salários elevados que eram oferecidos. Então era determinante, o apoio contínuo de uma frota estrangeira.

O Terceiro Obstáculo

O terceiro problema era a questão do transporte. O enfraquecimento da marinha portuguesa necessitava do suporte de navios estrangeiros.

Outro problema enfrentado era com relação a mão de obra, como a colonização não podia dar apoio ao trabalho assalariado, porque isso iria encarecer a produção e por conta de uma incompatibilidade total do regime de trabalho livre, de acordo com as normas mercantilistas da exploração colonial.

A presença de um regime de trabalho assalariado no Brasil iria implicar na criação de um mercado consumidor local, que iria gerar uma produção interna e isso poderia promover o enriquecimento da própria colônia, o que iria desviar os valores capitais que tinham que ser acumulados na Metrópole.

O Quarto Obstáculo

O quarto problema era a mão de obra. Por causa das necessidades de exploração econômica da região colonial através da Metrópole, seria impossível um trabalho assalariado, por causa do alto custo dessa demanda e porque isso iria promover a prosperidade da própria colônia.

Por fim, todos os problemas que dificultavam a efetivação da colonização tiveram uma solução açucareira.

A Escolha da Cana de Açúcar

A escolha pelo cultivo da cana de açúcar partiu de uma decisão da Coroa Portuguesa, apesar de que, deveria ser realizada no Brasil. Essa escolha foi realizada, baseada em alguns motivos como, o solo de massapé, encontrado em excesso nas terras brasileiras, sendo ideal para o cultivo da cana de açúcar.

 O fato da cana-de açúcar ser uma planta de cultura rápida, também foi um motivo para dar ênfase a essa escolha. Naquela época, teve início o uso do açúcar como adoçante, para substituir o mel e isso fez com que o produto ficasse valorizado e bem avaliado no mercado de países da Europa, motivando mais ainda a determinação de Portugal.

A Crise no Ciclo da Cana de Açúcar

A produção no ciclo da cana de açúcar teve uma expansão considerável até os primeiros anos do século XVII. A fase mais importante desse período, foi alcançado entre os anos de 1600 e 1630, mas a partir da segunda metade do referido século, começaram os sinais e assim teve início a crise no ciclo da cana de açúcar.

Foram várias as causas dessa crise, entre elas estava o domínio de Portugal, que a Espanha conseguiu. Durante esse tempo, a Espanha estava em guerra com a Holanda. Por causa da invasão holandesa às regiões produtoras de açúcar mais importantes, como a Bahia e Pernambuco.

Portugal acabou perdendo a soberania açucareira por um tempo, o que provocou a instabilidade do mercado lusitano. A Espanha teve domínio total até o ano de 1640, mas apesar da expulsão dos holandeses, o Brasil não conseguiu mais manter a soberania diante do mercado mundial de açúcar.

Os invasores foram expulsos para as Antilhas e deram prosseguimento a atividade açucareira por lá e como obtiveram preços melhores no mercado europeu, acabaram ganhando um rápido espaço no comércio do produto.

O Brasil ainda ensaiou uma recuperação, mas com o começo do ciclo do ouro, no estado de Minas Gerais, o fim do ciclo da cana de açúcar brasileiro foi definitivo. Houve um grande interesse por parte da população, com a possibilidade do enriquecimento rápido, com isso, a região Sudeste passou a atrair novos investimentos e assim ser economicamente mais lucrativa.

No início do ciclo do ouro, ocorreu um intenso deslocamento da população para as minas de ouro. A transferência da capital do Brasil, de Salvador – Bahia para o Rio de Janeiro – RJ, também foi um fator determinante para essa migração.