Resumo de História - Ciclo da Borracha

O Ciclo da Borracha foi responsável por grande parte do desenvolvimento da região da Amazônia. Por muito tempo, a borracha foi o principal e mais importante produto de exportação do Brasil.

Esse evento compreende o período histórico onde o látex - material utilizado para a fabricação da borracha, era o principal produto de exportação brasileiro. A atividade de extração da borracha teve dois períodos específicos de ascensão, a primeira fase ocorreu entre o fim do século XIX e o começo do século XX.

A região amazônica foi área que teve os maiores benefícios com o ciclo da borracha. As principais capitais da região Norte do país obtiveram grandes desenvolvimentos, mas apesar disso, a falta de investimentos específicos em outras atividades, fez acontecer a crise da borracha e levou aquela região a passar por uma estagnação econômica grave.

Ciclo da Borracha e a sua História

O ciclo da borracha teve algumas fases e foi a partir do ano de 1879, que teve início a exploração do látex brasileiro, apesar de haver alguns registros anteriores da comercialização em potencial do produto. A Revolução Industrial que aconteceu na Europa, foi um dos principais responsáveis por ter colocado o látex em evidência.

Quando o processo industrial chamado de vulcanização surgiu, foi possível ampliar as utilizações e eliminar as impurezas. Foi por meio da vulcanização que o uso da borracha se tornou praticável para os pneus de carros, motocicletas e bicicletas, e também para a fabricação correias, mangueiras e solados de sapatos.

A borracha começou a ser utilizada em países da Europa, entre o fim do século XVIII e o começo do século XIX. A borracha específica para apagar grafite foi criada no ano de 1770. Em 1803 foi fundada a primeira fábrica de produtos com a borracha como matéria-prima. O inventor inglês Thomas Hancock (1786 – 1865) criou o elástico no ano de 1839.

Durante o ciclo da borracha, cerca de 40% da produção nacional do látex era exportada para o Reino Unido e isso ocorria mesmo com a Inglaterra sendo o berço da Revolução Industrial. A consequência disso, é que o pagamento era realizado com libras esterlinas, o que encarecia o valor do produto de origem amazônica.

No fim do século XIX, a indústria automobilística iniciou a sua expansão e logo despertou grande interesse das empresas e das famílias ricas, todos tinham interesse de obter o meio de transporte que estava em evidência. Sendo a borracha, a matéria-prima dos pneus, passou a ser muito requisitada por todas as fábricas automobilísticas dos Estados Unidos.

O Primeiro Ciclo da Borracha

Entre os anos de 1879 e 1912 aconteceu o primeiro ciclo da borracha, na região central da Floresta Amazônica e nessa época, ocorreu um fenômeno em que as capitais do estado do Pará – Belém, do estado de RondôniaPorto Velho e do estado do AmazonasManaus, todos na região Norte, passaram por um período de fantástico desenvolvimento, que foi denominado de “Belle Époque Amazônica”.

Nesse período, o Brasil conseguiu exportar toneladas de borracha, tanto para as indústrias europeias quanto para as fábricas automobilísticas norte-americanas. Para atender toda a demanda, o Amazonas e o Pará passaram a explorar as seringueiras (árvore-da-borracha) em uma quantidade bem maior.

Por causa do crescimento na produção, milhares de pessoas migraram da região Nordeste, pessoas que para fugir da seca que castigava essa área do país, enxergavam nas seringueiras, uma oportunidade real de ascensão econômica e social.

No início do século XX, mais precisamente em sua primeira década, o Brasil se tornou o principal produtor e exportador de borracha no mundo todo. Na metade do ano de 1910, aproximadamente 40 mil toneladas de látex eram exportadas por ano.

O Segundo Ciclo da Borracha

Durante os anos de 1942 a 1945, ocorreu o segundo ciclo da borracha. Em meio as circunstâncias da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1941, o então governo de Getúlio Vargas (1882 – 1954) fez um acordo para a exploração do látex, com os Estados Unidos.

Em 1942, os japoneses invadiram a Malásia e tomaram o controle total sobre as plantações de seringueira. O Departamento de Guerra do EUA pagou cerca de 100 milhões de dólares para o Brasil, em pagamento pelos principais artigos de defesa nacional e isso compreendeu a borracha.

Com objetivo de efetuar o alistamento compulsório, foi elaborado o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, no ano de 1943. Nesse período houve um movimento histórico chamado de “Batalha da Borracha”, evento que ocorreu pelo fato de os nordestinos estarem sofrendo com a seca, quando foram mobilizados mais de 100 mil “Soldados da Borracha”.

A produção de borracha sintética, teve início no final da guerra e a borracha natural da Amazônia não conseguiu se sustentar diante desse novo modelo de produção. Com isso, a exploração dessa matéria-prima enfraqueceu e no começo dos anos 60 chegou ao seu fim.

Os Seringueiros

Seringueiro é a denominação dada para o trabalhador que atua na região dos seringais. Trata-se daquele trabalhador que extrai o látex das seringueiras e promove a transformação dessa matéria-prima em borracha natural. Seringalista é o nome dado para o dono e proprietário do seringal (plantação de seringueira).

A seringueira (hevea brasiliensis) é uma planta nativa brasileira, que pertence à família das euforbiáceas. Trata-se de uma planta originária da Floresta Amazônica. Essa árvore chega a atingir aproximadamente 50 metros de altura.

É através do caule, por meio de incisões oblíquas na casca, por onde escorre o látex, matéria-prima da borracha de boa qualidade. A borracha foi um produto extremante importante para o Brasil, entre os anos de 1879 e 1912, que depois teve uma sobrevida entre os anos de 1942 e 1945. Esse período histórico recebeu a denominação de “ciclo da borracha”.

As sementes da seringueira possuem uma amêndoa, de onde se extrai um tipo de óleo de cor amarelada, muito usado na indústria de vernizes e tintas. A Floresta Amazônica é muito rica em plantações de seringueiras e o estado do Acre está em primeiro lugar no ranking nacional de produção de borracha.

A seringueira é uma planta nativa comum em regiões de clima tropical úmido, porém tem grande capacidade de adaptação e é cultivada em vários estados brasileiros, como: o estado de Minas Gerais, de São Paulo, da Bahia, do Mato Grosso, entre outros.