Questão 4 Comentada - Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Assistente de Suporte Acadêmico III Área de Atuação: Mecatrônica e Software de CAD - VUNESP (2025)

Leia o texto a seguir para responder à questão.


O medo de ficar longe das telas


Muito se tem atribuído os altos índices de transtornos mentais de crianças e adolescentes ao uso irrestrito das telas.

Um artigo do “The New York Times”, em 2024, comentou sobre a ligação entre a proliferação de algoritmos que viciam e o colapso da saúde mental dos jovens, incluindo fatores como depressão, pensamentos suicidas e automutilação. No artigo, a colunista Michelle Goldberg menciona os impactos catastróficos do uso excessivo das redes sociais, que estimulam padrões de beleza e de popularidade irreais, e afetam os adolescentes, em especial as meninas.

Fato é que vivemos uma epidemia de excesso de telas. Nunca se cunharam tantos termos para denominar tantos vícios. Nomofobia é um deles, até então usado para pessoas com mais idade, mas que agora inclui os jovens. A palavra vem de no mobile phobia (fobia de ficar sem celular). É o termo para descrever o medo irracional de não ter acesso à internet.

Um estudo da Western University, liderado pela professora de Neurociência Emma Duerden, no Canadá, coletou dados que revelaram que, durante a pandemia, as crianças passaram mais que o dobro do tempo recomendado em frente às telas. Ou seja, de pouco menos de 6 horas por dia para impressionantes 13 horas por dia, quase todos os minutos em que estavam acordadas, o que provocou o aumento dos níveis de ansiedade e depressão.

Em seu best-seller “A Geração Ansiosa”, Jonathan Haidt* apresenta estatísticas sobre a saúde mental dos jovens e explica como a redução do tempo de brincadeiras ao ar livre e a supervisão excessiva dos pais prejudicam o desenvolvimento social e emocional das crianças. Segundo ele, as crianças precisam de brincadeiras livres para que se tornem resilientes e capazes de avaliar riscos, contudo a sociedade tem privado os jovens dessas experiências importantes.

Para o Instituto de Ciências da Educação (IES), criar ambientes livres de tecnologia em casa, como durante as refeições ou na hora de dormir, pode reduzir a dependência dos dispositivos. Hoje, conversar abertamente com os jovens sobre os riscos do uso excessivo da internet e a respeito do comportamento online responsável é fundamental.


(Carolina Delboni. www.estadao.com.br/emais/carolina-delboni/ nomofobia-o-medo-de-ficar-longe-das-telas-afeta-saude- -mental-de-criancas-e-adolescentes/?utm_source=estadao:mail Publicado em 30.09.2024. Adaptado)


*Jonathan Haidt: psicólogo social e professor da Universidade de Nova York.


A pontuação segue a norma-padrão na frase da alternativa:

  • A Uma epidemia de telas é a definição, que a jornalista de O Estado de S. Paulo, dá para a crise com que nos confrontamos nos dias de hoje.
  • B Goldberg em artigo publicado no The New York Times comenta, os impactos catastróficos, do uso exagerado das redes sociais.
  • C Como a pandemia alterou sensivelmente a rotina das pessoas, várias pesquisas estão sendo realizadas para compreender as consequências desse evento.
  • D Em se tratando, do comportamento online responsável, conversas francas com os jovens são um bom caminho.
  • E Segundo o IES, para que se evite a dependência da internet cabe às pessoas criar ambientes desvinculados do mundo virtual.