TEXTO I
Explicar não é justificar
Os gregos e os romanos aceitavam a escravidão porque não imaginavam que uma sociedade pudesse funcionar sem escravos. Como o filósofo Sêneca, insistiam apenas em que se reconhecessem alguns direitos aos escravos: que fosse, por exemplo, proibido utilizá-los com finalidades sexuais. Estamos na mesma posição quando se trata da pobreza. Estamos convencidos de que uma sociedade justa deve procurar erradicá-la. Mas, como não conseguimos conceber os meios que permitem atingir esse objetivo, aceitamos que uma sociedade comporte grandes bolsões de pobreza. Em contrapartida, não hesitamos em condenar a prática da escravidão.
(Raymond Boudon, O relativismo. Trad. de Edson Bini. São Paulo: Loyola, 2010. p. 41)
Considerando as diretrizes da gramática normativa, faz sentido o seguinte comentário:
- A “Os gregos e os romanos aceitavam a escravidão...”. (O verbo concorda apenas com “romanos”)
- B “(...) que fosse, por exemplo, proibido...”. (As vírgulas podem ser suprimidas.)
- C “(...) alguns direitos aos escravos: que fosse...”. (Os dois pontos introduzem uma fala)
- D “(...) que fosse, por exemplo, proibido utilizá-los (...)”. (“utilizá-los” refere-se ao termo “direitos”)
- E “Mas, como não conseguimos conceber os meios...”. (“Mas” pode ser substituído por “Porém”)