Questão 4 Comentada - Câmara de Rolim de Moura-2 - Técnico Legislativo - IBADE (2025)

TEXTO I

Explicar não é justificar


Os gregos e os romanos aceitavam a escravidão porque não imaginavam que uma sociedade pudesse funcionar sem escravos. Como o filósofo Sêneca, insistiam apenas em que se reconhecessem alguns direitos aos escravos: que fosse, por exemplo, proibido utilizá-los com finalidades sexuais. Estamos na mesma posição quando se trata da pobreza. Estamos convencidos de que uma sociedade justa deve procurar erradicá-la. Mas, como não conseguimos conceber os meios que permitem atingir esse objetivo, aceitamos que uma sociedade comporte grandes bolsões de pobreza. Em contrapartida, não hesitamos em condenar a prática da escravidão.


(Raymond Boudon, O relativismo. Trad. de Edson Bini. São Paulo: Loyola, 2010. p. 41)


Considerando as diretrizes da gramática normativa, faz sentido o seguinte comentário:

  • A “Os gregos e os romanos aceitavam a escravidão...”. (O verbo concorda apenas com “romanos”)
  • B “(...) que fosse, por exemplo, proibido...”. (As vírgulas podem ser suprimidas.)
  • C “(...) alguns direitos aos escravos: que fosse...”. (Os dois pontos introduzem uma fala)
  • D “(...) que fosse, por exemplo, proibido utilizá-los (...)”. (“utilizá-los” refere-se ao termo “direitos”)
  • E “Mas, como não conseguimos conceber os meios...”. (“Mas” pode ser substituído por “Porém”)