A paternidade exige o apagamento do biologismo, do mesmo modo que o significante exige o apagamento do signo, como vestígio da coisa. Para dizê-lo de modo mais radical:
- A Há na linguagem o inexorável e alvissareiro poder de acesso pleno à coisa, desde que o lugar simbólico do pai esteja garantido na triangulação edípica.
- B Diante do declínio do patriarcado, resta-nos apenas o convívio com a condição desértica do real, o que é deveras preocupante para as formações societárias atuais.
- C A paternidade era e sempre é do registro da fala. Por esse motivo, ela supõe exceder a referência ao genitor.
- D Cabe ao sujeito da cultura se engajar na busca pela exclusão da palavra enquanto elemento de mediação do seu encontro com os objetos de gozo.