Questão 13 do Concurso Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP) - Aspirante da Polícia Militar - VUNESP (2015)

“Talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos dos quais jamais poderiam ter sido privados, a não ser pela mão da tirania. Os franceses já descobriram que o escuro da pele não é motivo para que um ser humano seja abandonado, irreparavelmente, aos caprichos de um torturador. É possível que algum dia se reconheça que o número de pernas, a vilosidade da pele ou a terminação dos os sacrum são motivos igualmente insuficientes para se abandonar um ser sensível ao mesmo destino. O que mais deveria traçar a linha insuperável? A faculdade da razão, ou, talvez, a capacidade de falar? Mas para lá de toda comparação possível, um cavalo ou um cão adulto são muito mais racionais, além de bem mais sociáveis, do que um bebê de um dia, uma semana, ou até mesmo um mês. Imaginemos, porém, que as coisas não fossem assim; que importância teria tal fato? A questão não é saber se são capazes de raciocinar, ou se conseguem falar, mas, sim, se são passíveis de sofrimento."
(J. Bentham. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Adaptado)

Nesse texto, Jeremy Bentham, filósofo britânico do século XVIII, chama a atenção para
  • A a faculdade da razão e a capacidade da fala como características que justificam o privilégio da espécie humana sobre as demais.
  • B o fato de que o número de pernas, a vilosidade da pele e outras características físicas são essenciais para determinar a diferença entre os animais.
  • C a capacidade de sofrimento como o motivo pelo qual os homens são mais infelizes do que os animais.
  • D a capacidade de sofrimento como a característica vital que confere, a qualquer ser, o direito à igual consideração.
  • E a injustiça representada pelo fato de que alguns animais são de fato mais racionais e sociáveis do que um bebê recém-nascido.