Questões comentadas de Concursos para Farmacêutico Bioquímico

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Ao profissional de saúde atuante em laboratórios de análises clínicas em Unidades de Saúde de Urgência e Emergência, é comum o recebimento de pedidos de exames para avaliação da hemostasia de pacientes após terem sofrido acidentes com animais peçonhentos. O veneno de alguns escorpiões contém compostos neurotóxicos capazes de despolarizarem as terminações nervosas, liberando catecolaminas e acetilcolina, que produzem manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos. Uma picada de escorpião não consome fibrinogênio, porém, pode promover dor no local da inoculação do veneno, seguida de um processo inflamatório, com desestabilização da membrana celular, permitindo extravasamento de enzimas intracelulares para o plasma, como, por exemplo, a CPK (creatinofosfoquinase). O exame coagulograma, muitas vezes, é solicitado nos casos de acidentes escorpiônicos, para avaliação da atividade da protrombina e tromboplastina parcial ativada, justificada pelo efeito coagulante do veneno do escorpião.
Fonte: ALVARENGA, Felipe Queiroz. Estudo do coagulograma. Adaptado de ARANHAS, ESCORPIÕES E. Acidentes por animais peçonhentos. Medicina, Ribeirão Preto, v. 36, p. 490-497, 2003. Disponível em: https://www.saudedireta.com.br/docsupload/134049908841acidentes_animais_peconhentos_escorpioes_aranhas.pdf. Acesso em: 06 out. 2024.

Diante do exposto, considere as afirmativas a seguir sobre os possíveis padrões de resposta e alterações laboratoriais compatíveis com o quadro clínico de escorpionismo.

I- A picada do escorpião aumenta o tempo de tromboplastina parcial ativada, tornando o sangue menos coagulável.
II- A picada do escorpião pode aumentar os níveis séricos de creatinofosfoquinase, devido à lesão tecidual provocada pelo veneno.
III- A picada do escorpião promove o prolongamento do tempo de protrombina, diminuindo a resposta da coagulação.
IV- A picada do escorpião pode promover a coagulação sanguínea rapidamente, devido ao efeito coagulante do veneno.
V- A picada do escorpião promove o aumento dos níveis intracelulares da enzima creatinofosfoquinase, devido à lesão tecidual.

Estão CORRETAS as afirmativas

  • A I, II e IV, apenas.
  • B I, IV e V, apenas.
  • C II, III e IV, apenas.
  • D II e IV, apenas.
  • E IV e V, apenas.

Diante de uma prescrição de exames laboratoriais, os conhecimentos técnicos sobre a coleta e o processamento de amostras biológicas são importantes para a seleção correta dos tubos e dos procedimentos a serem realizados após a punção venosa. A escolha correta dos tubos, contendo reagente ou anticoagulantes específicos, pode impactar na qualidade dos resultados analíticos. Não se atentar para os detalhes referentes aos processos pré-analíticos pode desencadear uma sucessão de erros, gerando resultados não confiáveis, tampouco seguros para a correta interpretação e manejo clínico dos pacientes. É fundamental que o farmacêutico, analista clínico, coordene ações, no sentido de padronizar os procedimentos relacionados à coleta de sangue, e capacite a sua equipe, para a realização de práticas seguras quanto à execução de todos os procedimentos pré-analíticos que envolvem a correta seleção dos tubos de coleta de sangue.
Fonte: ALVARENGA, Felipe Queiroz. Considerações sobre coleta e processamento de amostra. Farmacêutico Bioquímico. São João Del Rei – MG. Out. 2024.

Diante do tema proposto no enunciado, deve-se obter quais amostras biológicas, em quais tipos de tubos de coleta, para a realização dos exames de coagulograma e hemoglobina glicada (HBA1c), respectivamente?

  • A Sangue total em tubo contendo Citrato de sódio (tubo de tampa azul) e soro sanguíneo em tubo de contendo ativador de coágulo (tubo de tampa vermelha).
  • B Sangue total em tubo contendo EDTA (tubo de tampa roxa) e plasma em tubo de Citrato de Sódio (tubo tampa azul).
  • C Soro em tubo contendo ativador de coágulo (tubo de tampa vermelha) e soro em tubo contendo gel separador (tubo de tampa amarela).
  • D Plasma em tubo contendo anticoagulante EDTA (tubo de tampa roxa) e plasma em tubo de anticoagulante Citrato de Sódio (tubo de tampa azul).
  • E Plasma em tubo de Citrato de Sódio (tubo tampa azul) e sangue total em tubo de EDTA (tubo de tampa roxa).

Considere os dados clínico-laboratoriais de um paciente hipotético, apresentados na tabela a seguir, para responder a esta questão: 

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

A partir dos dados apresentados, analise as afirmativas a seguir.

I- O exame Anti-GAD elevado, constitui-se como um marcador imunológico, útil para o diagnóstico do diabetes mellitus tipo 1.
II- O resultado dos exames laboratoriais, associados aos dados clínicos, sugerem risco aumentado para cetoacidose.
III- O resultado da dosagem da proteína glicada demonstra que a glicemia do paciente está descontrolada a curto prazo.
IV- Os valores do Peptídeo C indicam hipofunção das células beta pancreáticas, presumindo-se diminuição da ação insulínica.
V- Os resultados dos exames HBA1c, Anti-GAD e Peptídeo C, sugerem o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 insulino-resistente.

Estão CORRETAS as afirmativas

  • A I, II e V, apenas.
  • B I, II e IV, apenas.
  • C I, II, III e IV, apenas.
  • D II, III e IV, apenas.
  • E III, IV e V, apenas.

Leia os textos I e II para responder a esta questão.

Texto I
As transaminases hepáticas (TGO e TGP) são úteis para a avaliação de estados patológicos no fígado. O objetivo da dosagem é determinar a proporção da lesão aos hepatócitos e guiar o diagnóstico. Associado a outros exames, como bilirrubinas, GGT (Gama Glutamil Transferase), amilase e lipase, pode-se ampliar a investigação de anormalidades nas vias biliares e pancreáticas de um paciente com suspeita de lesões nesses órgãos.
Texto II
Os sinais e sintomas mais comuns que levam os médicos a solicitarem os exames para a avalição do perfil hepático e pancreático são: náusea, vômito, dor abdominal, abdômen globoso, icterícia, diarreia, colúria e acolia. A anamnese bem executada, associada a resultados laboratoriais, pode levar a condutas mais assertivas para [...] o manejo clínico e tratamento do paciente.
Fonte: ALVARENGA, Felipe Queiroz. Provas especiais de exploração da função hepática, biliar e pancreática: caso clínico elaborado pelo autor. São João Del Rei – MG, Out. 24.

Diante do exposto nos textos I e II, julgue as afirmativas a seguir.

I- Para um paciente que apresenta importante elevação da bilirrubina direta e das transaminases, pode-se inferir a ocorrência de lesão hepática.
II- Uma dosagem de Gama GT elevada pode indicar lesão hepática, mas também pode ser útil para a avaliação de lesões em ductos biliares.
III- Uma suspeita clínica de pancreatite pode ser levantada ao observar-se depleção de amilase e lipase no plasma de um paciente.

Está(ão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s)

  • A I, apenas.
  • B I e II, apenas.
  • C I e III, apenas.
  • D II, apenas.
  • E II e III, apenas.

ATENÇÃO: Observe atentamente a imagem e leia o texto a seguir para responder a esta questão.
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
A intolerância à lactose caracteriza-se pela incapacidade de o organismo metabolizar a LACTOSE, um carboidrato da classe dos dissacarídeos, formado pela união de dois monômeros: a glicose e a galactose.
Esse distúrbio está associado à diminuição da produção ou ausência da enzima LACTASE, impedindo a digestão da lactose e, consequentemente, a absorção dos seus monômeros, impactando na glicemia.
Um paciente apresentou sintomas como distensão abdominal, cólicas, gases e diarreia após o uso de alimentos contendo leite e derivados. Ao procurar o serviço médico para tratar o desconforto, foi solicitado o Teste Oral de Tolerância à Lactose.
O exame é realizado com o paciente em jejum de oito horas. Coleta-se, então, amostras de sangue em jejum, 30 e 60 minutos após ingestão de 50g de lactose para determinação da glicemia. O resultado do paciente hipotético está descrito a seguir:

Teste Oral de Tolerância à Lactose 
Método: Colorimétrico Enzimático
Resultado:
        Glicemia em jejum: 92 mg/dL         
        Glicemia 30 min após ingestão de 50g de lactose: 99
        Glicemia 60 min após ingestão de 50g de lactose: 71

Valor de referência:
        considera-se normal a elevação da glicemia, em relação a de jejum, em pelo menos 20 mg/dL em qualquer das amostras.
Fonte: ALVARENGA, Felipe Queiroz. Caso clínico elaborado pelo autor: intolerância à lactose. Intolerância à Lactose: imagem disponível em: https://blog.alldoctors.com.br/admin/image/blog/45/58lg.jpg. Acesso em: 05 out. 2024. São João Del Rei – MG.
Considerando o texto do enunciado e os dados clínicos laboratoriais supracitados, analise as afirmativas a seguir.

I- o resultado do teste laboratorial leva à hipótese de existência de intolerância à lactose.
II- o resultado laboratorial sugere baixa ou ausência de digestibilidade da lactose ingerida.
III- o resultado do teste laboratorial indica que o paciente metaboliza normalmente a lactose.
IV- os valores glicêmicos deveriam ter elevado até 102 mg/dL para determinação da intolerância.
V- os valores glicêmicos obtidos excluem a possibilidade de diagnóstico de intolerância à lactose.

Estão CORRETAS as afirmativas

  • A I e II, apenas.
  • B I, II e III, apenas.
  • C I e III, apenas.
  • D II e V, apenas.
  • E III, IV e V, apenas.