Questões de Paisagismo (Arquitetura)

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Com relação à representação e aos métodos e técnicas em arquitetura e urbanismo, julgue o seguinte item.


Na NBR 16636-1:2017, projetos de arquitetura paisagística são definidos por ajardinamento, especificações vegetais, sistema de irrigação e processo de adubagem.

  • Certo
  • Errado

Julgue o item subsequente, a respeito de praças, parques e jardins.


O projeto de paisagismo é um projeto de ajardinamento cuja finalidade estética para o tratamento das áreas verdes deve ser compatível com as redes de infraestrutura, drenagem e projetos estruturais, de segurança, circulação, acessibilidade e conforto ambiental dos usuários.

  • Certo
  • Errado

Julgue o item subsequente, a respeito de praças, parques e jardins.


Em edificações que contam com projeto de arquitetura paisagístico de jardins sobre lajes, recomenda-se a projeção de uma profundidade mínima de plantio que seja adequada ao tipo de vegetação utilizada, bem como a projeção de uma camada drenante de 7 cm de espessura.

  • Certo
  • Errado

As ilustrações a seguir exibem aspectos de uso e ocupação do solo urbano na cidade de Marabá-PA, especificamente nas imediações do distrito da Nova Marabá, destacando a quadra principal do Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Em termos paisagísticos e ambientais, podemos afirmar que o citado Campus I situa-se na microbacia hidrográfica urbana da Prainha do Rio Itacaiúnas, a 240 m da Rodovia Transamazônica e a 1 km do Rio Itacaiúnas, dentro da cidade de Marabá. Esta microbacia tem cotas altimétricas mais baixas nas proximidades do Rio Itacaiúnas (em torno de 85 metros acima do nível do mar) e mais altas nos sentidos opostos, como a Norte (110 metros), a Nordeste (105 metros) e a Noroeste (110 metros). A área desta microbacia pode ser dividida nas seguintes categorias:

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

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Mapa 1 Microbacia hidrográfica urbana da Prainha do Rio Itacaiúnas, imediações do distrito da Nova Marabá, em Marabá-PA. Poligonal do Campus I da Unifesspa, logradouros, hidrografia, classes de cobertura e uso da terra. Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo demográfico 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em: . Acesso em 01 fev. 2025; IBGE. Bacias e divisões hidrográficas do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/geociencias/cartas-e-mapas/informacoes-ambientais/31653-bacias-e-divisoes-hidrograficas-dobrasil.html>. Acesso em: 01 fev. 2025; INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). TOPODATA. 05S495SN. Imagem digital [formato GEOTIFF] 5400 x 3600 p., banda 1, coord. -49,5 / -5,0 SIRGAS 2000 UTM 22N; Landsat 8 OLI-TIRS. Disponível em: < https://www.dsr.inpe.br/topodata/ >. Acesso em: 01 fev. 2025; Landsat 8 OLI-TIRS. Imagem digital [formato GEOTIFF] (bandas 4 e 5), 7621 x 7771 p., 629385.0000000000000000,-523785.000000000000000, WGS 84 / UTM zona 22N. Disponível em: . Acesso em: <usgs.gov/earthexplorer>. Acesso em: 01 fev. 2025.

Do ponto de vista paisagístico e do planejamento ambiental, podemos dizer que

  • A a somatória de cerca de 35% de área verde na microbacia representa percentual expressivo em áreas urbanas, capaz de reter excesso de água de chuva, controlar a umidade do ar e prescindir, no quadro atual, de iniciativas de revegetação de sua superfície.
  • B a microbacia possui 63% de área em solo exposto ou urbanizada, com 36% de área verde, representando alto percentual de artificialização e mineralização da paisagem, quando o correto seria haver mais de 50% de cobertura vegetal.
  • C evidentemente predomina a cobertura de solo exposto e áreas urbanizadas, quando um plano de recuperação ambiental e paisagística da microbacia deveria prever a criação de um parque linear nas margens do Rio Itacaiúnas e telhado verde nas edificações.
  • D a cobertura vegetal de 35% na microbacia é satisfatória, devendo ser acompanhada de implantação de parklets como espaços públicos com sombreamento, acrescidos de estações de carregamento USB de dispositivos por energia solar nas vias.
  • E os cerca de 36% de áreas verdes esparsas ou densas poderiam ser razoáveis desde que houvesse adensamento das áreas verdes ainda esparsas e distribuição regular na microbacia, particularmente em áreas mais baixas próximas ao rio.

Leia o resumo a seguir, extraído de artigo científico nacional da área de Paisagismo e Arborização Urbana.

RESUMO

A arborização urbana proporciona diversos benefícios à população, entretanto necessita de um planejamento minucioso, sendo a manutenção e execução do plano de arborização responsabilidade das prefeituras municipais. Objetivou-se avaliar quali-quantitativamente a arborização urbana de três avenidas de Marabá – PA. Por meio de um censo foram avaliados 352 indivíduos de 24 espécies pertencentes a 15 famílias botânicas. Analisou-se o estado e equilíbrio geral das árvores e possíveis problemas fitossanitários. As famílias mais ricas em espécies encontradas nas 3 vias foram: Fabaceae, Anacardiaceae e Bignoniaceae. As espécies Licania tomentosa (benth) (nome popular Oiti), Ficus benjamina L. (nome popular Ficus, Ficus-Benjamin ou Figueira), Terminalia catappa L. (nomes populares Amendoeira, Chapéu de Sol ou Castanhola) e Clitoria fairchildiana R.A.Howard (nomes populares Palheteira ou Faveira) foram encontradas em todas as avenidas. A arborização das três avenidas foi composta por quase 50% de espécies exóticas. O índice de Odum variou de 1,24 a 3,09, demonstrando variação na diversidade de espécies utilizadas nas avenidas estudadas. Do total de indivíduos encontrados nas avenidas, 65,34% demonstraram um estado geral classificado como bom, entretanto 61,65% não apresentaram equilíbrio entre caule e copa, podendo indicar risco de tombamento. Somado a isso, 75% dos indivíduos analisados apresentaram pelo menos um tipo de problema fitossanitário, principalmente no caule. Os resultados expõem problemáticas na arborização local que poderiam ser evitados se houvesse planejamento e acompanhamento correto.

Palavras-chave: Ecossistema urbano; Composição florística; Floresta Urbana; Diversidade arbórea; Planejamento Urbano.
Fonte: Lopes, Fernanda Santos; Cruz, Felipe Valente da; Wanzerley, Myriam Suelen da Silva; Rodrigues, Julia Isabella de Matos; Barros, Welton dos Santos; Martins, Walmer Bruno Rocha. DIAGNÓSTICO QUALI-QUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO DE TRÊS AVENIDAS DE MARABÁ - PARÁ, BRASIL. REVSBAU (Revista Brasileira de Arborização Urbana; Sociedade Brasileira de Arborização Urbana), Curitiba – PR, v.16, n.3, p. 63-75, 2021. (Obs.: As indicações de nomes populares de espécies arbóreas e grifos ao texto são acréscimos da elaboração da prova.)

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Figura 16 Área de estudo do artigo sobre arborização urbana em Marabá, com indicação de avenidas estudadas. Fonte: [Lopes, Fernanda Santos; Cruz, Felipe Valente da; Wanzerley, Myriam Suelen da Silva; Rodrigues, Julia Isabella de Matos; Barros, Welton dos Santos; Martins, Walmer Bruno Rocha. DIAGNÓSTICO QUALIQUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO DE TRÊS AVENIDAS DE MARABÁ - PARÁ, BRASIL. REVSBAU (Revista Brasileira de Arborização Urbana; Sociedade Brasileira de Arborização Urbana), Curitiba – PR, v.16, n.3, p. 63-75, 2021.]

Considerando aspectos do Paisagismo e da Arborização Urbana, e em atenção à delimitação das vias urbanas de Marabá estudadas no artigo (ilustradas acima), é correto afirmar que

  • A as espécies arbóreas citadas como mais recorrentes em Marabá são nativas do bioma amazônico, com adequação climática ideal, sendo necessária sanitização dos indivíduos e substituição de árvores senis ao longo das vias.
  • B nem todas as espécies mais incidentes são nativas, mas possuem boa adaptação climática, apesar de portes variados, sendo o Ficus uma espécie de interação inadequada para logradouros urbanos, por suas raízes em bandeja.
  • C o Oiti costuma ter incidência na arborização urbana do Brasil, mas apresenta-se como espécie inadequada pelo alto volume de pragas e riscos à saúde humana, além de possuir folhagem caducifólia, inadequada ao clima local.
  • D a Palheteira, espécie arbórea exótica de médio porte, tem folhagem de média densidade, provendo sombra transparente, não muito densa, além de ser resinosa e atrair vetores e pragas por seus frutos; indica-se substituição.
  • E a Castanhola é árvore nativa do bioma amazônico, cujo emprego no Paisagismo urbano é recomendado devido à sua folhagem perenifólia, ao seu porte médio e às suas raízes pivotantes, sendo ela, das quatro citadas, a mais indicada.