Questões de Estratificação e desigualdade social (Sociologia)

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De acordo com Neumann e Ribeiro (2020), a extrema pobreza em que vivem muitas negras e negros, no Brasil, é estrutural, tem cor e gênero. Os dados da Síntese dos Indicadores Sociais de 2018 lançados pelo IBGE trazem a proporção de pessoas residentes em domicílios com restrição de acesso à educação, à proteção social, às condições de moradia, aos serviços de saneamento básico e comunicação (internet).
A partir do afirmado por elas, assinale a alternativa que apresenta um dado correto relacionado a esse cenário.

  • A Os homens negros apresentam maior proteção social e acesso à educação.
  • B As mulheres negras ocupam principalmente cargos relacionados ao cuidado e têm menor remuneração.
  • C Os homens negros apresentam maior restrição dos itens citados no excerto do que mulheres negras.
  • D Os homens, mesmo negros, apresentam menos restrições citadas no excerto do que mulheres brancas.
  • E A maioria dos domicílios chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos é de mulheres brancas.

A persistência da desigualdade racial no Brasil está enraizada em um legado histórico de escravidão, marginalização e teorias pseudocientíficas de hierarquização racial. Essa desigualdade manifesta-se em indicadores sociais, econômicos e de violência, revelando um racismo estrutural que perpassa as instituições públicas e privadas.
Com base nessas informações e nos fundamentos da Sociologia Política e da Teoria Crítica, assinale a afirmativa correta.

  • A O racismo estrutural é um conceito que descreve apenas atos intencionais de preconceito racial, sendo desnecessário considerar a estrutura histórica e institucional do Estado para compreendê-lo ou enfrentá-lo.
  • B O Protocolo com Perspectiva de Raça, lançado pelo Conselho Nacional de Justiça, tem como objetivo principal orientar a Magistratura a reconhecer e considerar os marcadores raciais em suas decisões, promovendo a equidade racial no acesso à justiça e o enfrentamento do racismo institucional.
  • C A escravidão no Brasil, ao ser abolida formalmente em 1888, não deixou legados significativos para a estrutura de desigualdade racial atual, uma vez que todos os cidadãos passaram a ter igualdade de oportunidades desde então.
  • D As políticas de ação afirmativa adotadas no Brasil, como cotas raciais em universidades e concursos públicos, vêm sendo progressivamente declaradas inconstitucionais pelo STF por violarem o princípio da isonomia formal previsto na Constituição Federal.
  • E As teses de eugenia e hierarquia racial que circularam no Brasil nos séculos XIX e XX foram adotadas exclusivamente por grupos marginais e nunca influenciaram as políticas públicas ou o pensamento intelectual dominante da época.

A desigualdade social no Brasil é um fenômeno histórico e estrutural, resultante de diversos fatores que moldaram a formação econômica e social do país.
Entre as principais origens da desigualdade social brasileira, destaca-se:

  • A A abolição da escravidão em 1888, que garantiu plenos direitos e condições de igualdade aos ex-escravizados, mas não foi suficiente para eliminar todas as diferenças sociais.
  • B O processo de industrialização tardia do Brasil, que ocorreu simultaneamente a uma ampla reforma agrária, garantindo equidade no acesso à terra e oportunidades econômicas.
  • C A colonização baseada na exploração económica e no trabalho forçado, seguida pela manutenção de privilégios para determinadas camadas sociais ao longo da história.
  • D A promulgação da Constituição de 1988, que ampliou os direitos sociais, mas ao mesmo tempo intensificou a desigualdade entre as classes devido ao aumento da carga tributária sobre os menos favorecidos.
  • E Uma política de valorização do salário-mínimo desde o início do século XX, que aumentou a concentração de renda prejudicando o setor empresarial.

Segundo Gladis Perlin (2021), o ouvintismo não deve ser simplesmente associado ao preconceito ou ao oralismo. Para a autora, trata-se de uma relação de poder, na qual o ouvinte ocupa uma posição de superioridade em relação ao surdo. Ou seja, o ouvintismo se manifesta como uma identidade ouvinte que se percebe como superior a tudo que se refere à cultura e às experiências dos surdos. A partir de suas pesquisas, Perlin identifica algumas formas distintas de ouvintismo presentes na sociedade, que são:

I. Ouvintismo tradicional.
II. Ouvintismo sequencial.
III. Ouvintismo natural.
IV. Ouvintismo crítico.

Quais estão corretas?

  • A Apenas I e III.
  • B Apenas II e IV.
  • C Apenas I, II e III.
  • D Apenas I, III e IV.
  • E Apenas II, III e IV.

As desigualdades raciais são importantes vetores de análise das desigualdades sociais no Brasil, ao revelarem no tempo e no espaço a situação socioeconômica das populações de cor ou raça preta, parda e indígena
(Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, “Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil”. Estudos e Pesquisas, informação demográfica e socioeconômica, 2022)

Com base nos estudos demográficos realizados pelo IBGE em 2022, os dados evidenciam que

  • A desigualdades sociais são superadas por meio de consistentes políticas inclusivas.
  • B crescimento econômico reduz desigualdades raciais pela própria dinâmica do mercado.
  • C haveria acesso desigual de distintos grupos populacionais a bens e serviços básicos.
  • D iniciativas de valorização do mérito são bem-sucedidas no combate à desigualdade.
  • E organizações não governamentais resolvem os problemas relativos à desigualdade.